quarta-feira, maio 31, 2006

"Man in the Mirror", de Wayne Forte

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terça-feira, maio 30, 2006

Eu, Cárcere

Nasci sem ter sabido;
cresci aprendendo o que devia ter sido;
fui esquecendo o que sem saber já vinha ensinado
sem alguma vez ter aprendido.

Sou dúvida insossa
no palato persecutório da minha boca
- que não saboreio.

Cheiro
- de que estou tão cheio por fora,
que queria de mim ir embora.

Que pensar desta pele que tacteio?,
tão longe dos corpóreos sentidos
de aqui tão perto, à superfície do que aparento…

Onde estou?, que ao espelho não me destilo?,
ouvindo destramente berrar-me em alarido, ruído,
sem escutar a lúcida verve de cá dentro, o pensamento?

Que sou eu capaz de não fazer,
afora estar na ausência de mim mesmo?

Ao som de “Weather Storm”, de Craig Armstrong

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segunda-feira, maio 29, 2006

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domingo, maio 28, 2006

De Quase-Junho uma Maçã

Sob um calor de quase-Junho,
abafado em torpor,
escrevo linhas que testemunho,
além de quase-Junho abrasador,
serem fúteis de langor,
as rimas menores,
menores que um inútil rascunho,
quebrantado, submergido em insurrectos suores,
e debaixo de um enxame suão de insectos voadores,
uma rima sem préstimo ao som de quase-Junho e uma maçã,
aqui tão-só sabendo de cor o que direi amanhã.

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sábado, maio 27, 2006

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sexta-feira, maio 26, 2006

Rio de uma só margem

Não se desenhava uma brisa. Mais tarde o desejo de tocar, levar à boca. Ter e não ter. Em sonhos sonhava. Desperto, a despropósito, fenecia. Um dia a criança sonhou. Despertou: O proscrito ou o fora-da-lei. Ter ou não ter à cabeceira Hemingway. E Cuba triste gingava humilde. Não se desenhava uma brisa.

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quinta-feira, maio 25, 2006

Agora sim: Música, maestro!

Concretizada a rescisão com o AC Milan, foi acertado o contrato com o Glorioso. O regresso do filho pródigo à Luz será consumado publicamente hoje, ao final do dia, pelas 20h30. Rui Costa é, efectivamente, o primeiro reforço do Benfica para a época que se avizinha. Três malas repletas foram o indício, à chegada ao aeroporto da Portela, de que a estadia será prolongada. Está concretizado um dos sonhos dos benfiquistas, entre os quais o do Rui, principal visado, que vestirá a nossa camisola por uma época, sendo em princípio certo que o Benfica tem mais um ano de opção.

O pai do Rui, o bendito benfiquista Vítor Costa, inebriado de alegria, manifestou cautelosamente os sentimentos que o perpassam por ver o filho regressar ao clube do coração de ambos: «O Rui não será o salvador, mas sim mais um para ajudar o Benfica a conquistar os seus objectivos. Sinto grande satisfação, por razões óbvias, como pai e como benfiquista. É muito importante para ele estar de regresso a Portugal ao fim de 12 anos. Ainda vem a tempo de mostrar qualquer coisa, principalmente a mística que aprendeu no Benfica.» Que bonito... Aquela camisola 10 vai vender paletes! Resmas!

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quarta-feira, maio 24, 2006

"Temos tanta pressa de fazer algo, escrever, amontoar bens e deixar ouvir a nossa voz no silêncio enganador da eternidade, que esquecemos a única coisa em relação à qual as outras não são mais do que meras partes: viver."
Robert Stevenson

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terça-feira, maio 23, 2006

Escrevo

Corre em mim um frio,
um pavor de a vida não me dar descanso,
o tempo escassear.
E há noites assim,
em que sinto uma tal inquietude,
que não amanso nem sorrio,
e escrevo, acima de tudo.

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segunda-feira, maio 22, 2006

Mística e ritos de passagem

«Não há como ter a Verdade nas veias; o Benfica no coração.» Era assim que terminava, há dois posts atrás, a breve elegia a Toni, numa lamentação pela impossibilidade previsível do regresso desse grande benfiquista à equipa técnica do Glorioso. Pois bem, ontem conheceu-se, finalmente, o nome do novo técnico: Fernando Santos, que sempre afirmou o seu preambular benfiquismo, mesmo tendo treinado anteriormente FC Porto e Sporting, tornando-se agora no terceiro técnico a passar pelos três grandes de Portugal (os outros são Otto Glória e Fernando Riera), assim sendo o primeiro português a conseguir semelhante feito. Mas agora, que chegou à Luz, depois de quase vinte anos de carreira, atinge o sonho de uma vida: treinar o Benfica. O engenheiro fez questão de salientar esse facto, e dedicou ao pai o momento de profunda alegria que está a viver: «Faz dez anos que faleceu e trouxe-me ao antigo Estádio da Luz tinha eu nascido há 50 dias.» Ninguém poderá apontar o dedo a Luís Filipe Vieira por não contratar um benfiquista de coração, depois de tanto nome internacional tão sonante como transitório na liderança da equipa de futebol. Relembrando que Santos nunca escondeu o eterno pendor místico e afectivo pelo Benfica, o presidente LFV exprimiu o seu contentamento enfaticamente: «Além de tudo, Fernando Santos é um benfiquista convicto e de certeza que vem treinar o clube dos seus sonhos». O engenheiro promete vitórias: «Tenho de trabalhar com a cabeça e não com o coração. Se fosse com o coração era campeão já hoje.» Pelo coração, Toni seria campeão intercontinental todos os dias...
Para atar as pontas soltas do tal post da passada sexta-feira, acrescente-se que Rui Costa deve assinar hoje a rescisão do contrato com o Milan. O mais conceituado 10 do futebol português actual ficará assim livre para assinar pelo Benfica por uma época (porque não duas?). O Rui está, portanto, a um pequeno passo de também ele cumprir o sonho de regressar ao seu clube de sempre, realizando o nosso sonho de adeptos, e o de Luís Filipe Vieira, de assistirmos ao regresso a casa de um verdadeiro símbolo benfiquista, que nos trará com certeza grandes momentos de futebol e emoção. É de um maestro que o Benfica tem vindo, há largas épocas, a sentir falta. E melhor do que o Rui seria realmente impossível, mesmo aos 34 anos. Sabem-no benfiquistas e adversários.
Curiosidade:
Sabia o estimado leitor que o talento de Rui Costa foi detectado por Eusébio ainda antes de o primeiro fazer dez anos?

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domingo, maio 21, 2006

Nada alguma vez aconteceu aqui...

"Nothing ever happened here" (2002), de Mark Mumford, em exposição na James Harris Gallery, Julho de 2004

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«Dizia que escrevia sobre nada, se fosse preciso» (Jeremias Cabrita da Silva)

«(...) Dizia a alguém que conseguia escrever sobre nada. Talvez não seja verdade, da mesma forma que não consigo escrever sobre tudo. Dizia que escrevia sobre nada, se fosse preciso. Pensando bem, se calhar, é só mesmo isso que sei fazer.»

Jeremias Cabrita da Silva

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sexta-feira, maio 19, 2006

Semper fi

O vídeo peca pela escolha musical, pela qualidade da imagem... e por não podermos ver o mais virtuoso futebolista português dos últimos 20 ou 30 anos (mais!) vestido com a camisola do Benfica. Este post é dedicado ao Rui pelo desejo de muitos benfiquistas da minha geração, e não só, que viram a magia e a mística do Benfica com um 10 que fazia justiça à grandeza do Glorioso, e assim querem voltar a ter um vislumbre do que já foi. Vimos também as lágrimas do filho pródigo quando, pela primeira vez que, com outra camisola (a da Fiorentina), pisa o relvado da Luz - onde, em 1991, concretizou o penalty decisivo que nos tornou campeões do mundo de juniores, contra o Brasil -, marca um grande golo ao clube do coração, e chora-o sem festejar. Nós não esquecemos. Não esquecemos também a forma como o Rui abandonou a selecção... por um brasileiro naturalizado (por sinal, muito bom jogador, mas, repito, brasileiro) em que só Simões acreditava, dispensado ingloriamente do Benfica para o Alverca. O bom filho à casa torna, espero. Semper fi.

Apenas um àparte que, infelizmente, muitos acharão insensato: Eriksson será muito bem-vindo, se acaso se concretizar a possibilidade que tem vindo a ser ventilada pela comunicação social. Não há melhor escolha possível entre técnicos estrangeiros. Mas ninguém me tira o meu Toni! Isso é que era! Não há como ter a Verdade nas veias; o Benfica no coração.

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quinta-feira, maio 18, 2006

Cry Freedom


Duas imagens do filme "Cry Freedom" (1987), de Richard Attenborough. Um dos meus filmes de eleição. Sempre

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quarta-feira, maio 17, 2006

Grita Liberdade

Sufocas num estrangulado estridor
a pose de executivo,
a noite curta, insuficiente,
do palhaço que dizias, sempre o riso.
A contrariedade de não se ser nunca o que se quis,
não evitando agarrar uma corda no precipício
de cair queda livre de ser feliz.
Grita! Não será o hábito a fazer-te suportar a vida;
Não será em vão que a acharás desencontrada, perdida.
Debalde chorarias sobre ti como sobre um túmulo caiado,
e não o farás – antes deixarias vazio o corpo num gesto alado,
aéreo, e olhando-te lá em baixo, na ausência de ti mesmo,
gritarias, desesperado:
- Qual o sentido da vida?
E o eco responder-te-ia, sincopado:
- A vida! A vida!...
Grita!, e ascenderás ao deus em ti,
mas não aos ouvidos do homem já de si emudecido,
senão no vagar pardacento de todos os dias,
cinzento nas mesmas vénias e reverências
redundantes de comodismo ou hipocrisia,
acomodadas e amenistas,
no afã prescrito pela hierarquia,
tão sonante e impressiva quanto fria.
Meu amigo, sorri... sorri!
Sorri essa estrelinha que cintila
incandescente e exaltada, brilhante!, em ti.

“Como a vida esplêndida é aborrecida e inútil!”

Dedicado ao amigo Sérgio Martins

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terça-feira, maio 16, 2006

segunda-feira, maio 15, 2006

Susto a 13 de Maio

Que susto!, meu amor,
digo-o em palavras proféticas,
antes preferindo assim não fossem.

Aquele que nada espera da Vida
recebe em alegre surpresa o que Ela lhe dá.
E se acaso não a sentir de espanto,
está como morto, de olhos baços e lentos.

Não tornemos a vida mais curta,
desperdiçando o tempo,
tão escasso entre termos sido demasiado jovens
e sermos tão desusadamente velhos.

Por certo, velhos, seremos velhos doidos mais doidos do que fomos em novos,
mas não percamos a loucura, pois quem vive sem ela não é sensato como pensa.

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domingo, maio 14, 2006

"Susto". Foto e quadro de Gustavo Maia

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sexta-feira, maio 12, 2006

"Os tempos primitivos são líricos, os tempos antigos são épicos, os tempos modernos são dramáticos" (Victor Hugo)

Por vezes deparo-me com tanta informação que fico paralizado e não consigo escrever uma linha que seja, pois que escrevê-la pressuporia uma sólida certeza, e as dúvidas chegavam para um livro de interrogações. Um tal Paolo Mantegazza dizia: "A infância é a idade das interrogações, a juventude a das afirmações, a velhice a das negações." Suspeito de que viverei então uma plena infância em deterioração física. Da positividade, aferirão vocês. Do resto, deixar-me-ão surpreender a ingenuidade e o lirismo. Quem não gosta de surpresas?... E de sustos?
Assim está o Caderno de Corda, talvez esperando um susto ou uma surpresa que lhe espicace o lirismo.

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quarta-feira, maio 10, 2006

Toques & Retoques

Para hoje, e sem dúvida dirigindo-me a um público feminino, a sugestão da visita ao muito recente blogue Toques & Retoques, cujas autoras - duas muy prendadas moças nas artes e nos misteres da artesania feminina - tiveram a brilhante ideia de publicar em suporte blogosférico o catálogo das peças que criam, tais como anéis, travessões, brincos, colares ou pregadeiras. Todas as peças estão primorosamente referenciadas, não faltando a fotografia dos exemplares. O Toques & Retoques entrou também directamente para a lista de links do Caderno de Corda.

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terça-feira, maio 09, 2006

Trecho de "Bombtrack", dos Rage Against the Machine


(...)

Think they run the game
But I learned to burn that bridge and delete
Those who compete...
at a level that's obsolete
Instead I warm my hands upon the flames of the flag
As I recall our downfall
And the business that burned us all
See through the news and the views that twist reality
Enough
I call the bluff
Fuck Manifest destiny
Landlords and power whores
On my people they took turns
Dispute the suits I ignite
And then watch 'em burn
With the thoughts from a militant mind
Hardline, hardline after hardline
Landlords and power whores
On my people they took turns
Dispute the suits I ignite
And then watch 'em burn

Burn, burn, yes ya gonna burn (x8)

(...)
Trecho da letra "Bombtrack", Rage Against the Machine
(malta, tocámos isto tantas vezes em ensaios... e bem!)

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segunda-feira, maio 08, 2006

O cartoon, de M. Wolverton, foi "importado" do Teoria da Suspiração, após extrema gentileza do Suspirador

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Alguém se anda a banhar em petróleo. Acendam um fósforo

Todos os dias a notícia da subida de preços da gasolina, do barril... do pão. Mesmo às redacções menos preguiçosas já só lhes basta retocar a composição da notícia: trocar uma frase, mudar esta ou aquela expressão. A todos os jornais, rádios e televisões bastava, no entanto, mudar o valor respeitante ao sempre novo e cavalgante preço. Nós assitimos serenamente.
Mas hoje tenho mais para dizer - algo que desejo partilhar e constatar com os estimados leitores; algo que verifiquei por experiência própria; uma desconfiada dúvida desconcertante.
Já não é a primeira vez que, no acto de "meter" gasolina no carro, ao premir o botão que contabiliza um valor redondo e certo de euros (por exemplo 20 euros, premindo assim o botão de 10 euros por duas vezes), supondo suster-se o influxo de gasolina ao atingir a quantia desejada, o visor electrónico da bomba apresenta um cêntimo a mais, ou seja: 20,1 euros. Já falei com alguém que me disse ter verificado o mesmo noutro posto de venda, associado a outra empresa gasolineira. Têm estado atentos? Digam-me o que vêem. Digam-me se também assim nos andam a roubar, ou se é só impressão minha.
Se alguém andar a banhar-se em petróleo, acendam um fósforo.

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domingo, maio 07, 2006

Dia da Mãe: a continuação de um poema

Hoje ofereci, como vem sendo hábito comum, marcado pelo calendário comercial, uma prenda à minha mãe: um humilde e pitoresco serviço de chá chinês, acompanhado de um postal que as lojas do Centro Comercial Vasco da Gama (que fobia lhe tenho! - como, aliás, a quase todos os CC's) ofereciam gratuitamente. No verso do postal inscrevia-se uma quadra, de autor anónimo:

"Como se a vida em ti se renovasse
em mil gritos e gestos de vontade;
Como se o amor em ti se prolongasse
em mil vidas e sonhos de eternidade."


Ora, como ainda ontem eu e a minha luz materna (leia-se mãe) havíamos tido uma pequeníssima e insignificante discussão - por comparação ao amor eterno mutuamente devotado -, acrescentei à quadra algumas palavras que assim a dotariam de sentido emocional e dedicação, ali mesmo, naquele sítio de futilidade a preço, numa mesa de esplanada, mas mantendo a toada da quadra impressa:


Como a realidade em nós se abatesse
e d'outros tempos restasse saudade,
num ruído que nos ensurdecesse,
deixando mudos o amor e a amizade.
*
Não!, porque a vida em ti se renova
em muito mais que mil gestos e gritos;
o amor em ti se prolonga,
mesmo feito de esp'ranças e sonhos aflitos.
*
Beijinho, "mãecina quida". "Gota muito, gota muito..."

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sexta-feira, maio 05, 2006

quinta-feira, maio 04, 2006

As ideias caem de páraquedas

Estava a ouvir o álbum "Pearl Jam" e pensei, à sexta música, "Parachutes": «Isto só pode ter sido feito pelo Gossard.» Fui verificar. Óbvio.
É provavelmente a melhor música do álbum. Na minha opinião, claro.

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quarta-feira, maio 03, 2006

Bateu-me...

Bamboleei. A música 12 do álbum "Pearl Jam", "Come Back", emocionou-me numa intensidade singular à primeira audição. Fez-me pensar no meu Irmão Fidji, que faleceu num domingo, dia 30 de Outubro de 2005. Prefiro não dedicar palavras que pequem por excesso. Ouço agora "Come Back" de novo. Deixo-vos a letra, que copio palavra a palavra do livro do cd, pela memória do meu Irmão. O final parte-me todo.

"Come Back"
(Pearl Jam)
If I keep holding out,... will the light shine through?
Under this broken roof,... it's only rain that I feel
I've been wishing out the days,.. come back.
I have been planning out,. all that I'd say to you
Since you slipped away,... know that I still remain true
I've been wishing out the days,..
Please say, that if you hadn't gone now
I wouldn't have lost you another way
From wherever you are,.... come back.
And these days, they linger on
And in the night, as I'm waiting on
The real possibility I may meet you in my dream
If I don't fall apart,.... will the memories stay clear
So you had to go,......... and I had to remain here
But the strangest thing to date
So far away
And yet you feel so close
And I'm not gonna question it any other way
There must be an open door
For you to
Come back
And these days, they linger on
And every night, what I'm waiting for
Is the real possibility I may meet you in my dream
And sometimes you're there
And you're talking back to me
Come the morning I could swear you're next to me
And it's okay.
It's okay.
It's okay.
I'll be here
Come Back
Come Back
I'll be here
Come Back
Come Back
I'll be here
Come Back
Come Back

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terça-feira, maio 02, 2006

Simplesmente Pearl Jam e... uma pêra-abacate

Cortei delicadamente o envoltório de plástico. Vou agora (mesmo!) fazer a primeira audição. A surpresa imediata: na capa, uma pêra-abacate, fruto que me deliciava em criança e que há largos anos não comia. A curiosidade: no sábado passado, às compras num supermercado, dei por mim a comprar duas pêras-abacate, inexplicavelmente. Preparei uma nesse mesmo dia, mas não estava suficientemente madura. Afinal, faltavam dois dias para o lançamento do álbum, cujo teor da capa, adiante-se, desconhecia... Guardei a metade que não comi:

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Desilusão incompleta submergida em crude

Poeta que fui, esqueci o talento hoje;
falta-me a sugestão.
Olhei em pasmo a inspiração que me foge
e, cansado, perdi-a em desilusão.

Já tive em mim o mundo encerrado,
silenciado, agrilhoado, tolhido.
Tentei ainda assim transpô-lo certo ou errado
para o papel fecundo a cãs tecido.

Lívido, eu, o príncipe das nuvens,
não caminho por delito das asas de gigante,
e lembro-me apenas do futuro desconcertante
num parapeito onde à tardinha tu vens
falar-me do que viste acontecer lá longe.

Não me lanço ao lodo dantesco do senso comum mediatizado;
não discuto a fome prescrita pelos senhores da guerra,
e renego a retórica exibicionista e inconsequente sobre o machado que ninguém enterra.

Afoguem-se as crianças em barris de crude,
que o povo ainda sai à praia em tanga, sem saber o que o espera.
O dia é breve e o sol alude à explosão de átomos,
tão bela a coisa que devasta sem se deitar com a noite nos olhos do assassino.

"Os poetas odeiam o ódio e fazem guerra à guerra."

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segunda-feira, maio 01, 2006

“I know not with what weapons World War III will be fought, but World War IV will be fought with sticks and stones” (Albert Einstein)

Tradução: "Não sei com que armas será combatida a III Guerra Mundial, mas a IV Guerra Mundial será combatida com paus e pedras"
E, já agora, para completar, outra citação do génio:
"Only two things are infinite: the universe and human stupidity. And I'm not sure about the former"
Tradução: "Apenas duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana. E não estou certo quanto à primeira"
Um abraço ao João Castro, muy laboreiro

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