O Fim?
O autor está em crise. Não uma crise física, nem de robustez nem de sanidade, acrescento, para tranquilidade relativa daqueles que se preocupam. Pondero, por imposição circunstancial que me é alheia, não dar seguimento ao Caderno de Corda. A mim, mais do que a qualquer outra pessoa, entristece tal possibilidade. Tal não se deve, por certo, à cessação do prazer de escrever e de «abrir as portas ao mundo», coisa que de todo é obscena... Curiosamente, ao publicar o post anterior - sem qualquer relação com um sucedido que não tornarei público e que significa uma viragem radical no prosseguimento do meu caminho -, pressenti o fecho de um ciclo, daqueles que, de um dia para o outro, nos empurram para um destino inesperado na encruzilhada da vida. A premonição revelou-se, inesperada e cruel, ontem. Este post tem de, inevitavelmente, perspirar intranquilidade, receio, desilusão, tristeza. Se assim não fosse, não partiria do coração, não transparecia o que me vai na alma, não subscreveria a condição que tem feito deste blogue desaguadouro de paixões, pressentimentos, afecções, intuições, sensações, juízos, tristezas, mágoas, desgostos, ideias, convicções, opiniões, desejos: a sinceridade. Hoje, vésperas de Natal, é um dia triste, inquietante. O Caderno de Corda pode, mesmo admitindo que não tem os dias contados, não manter, a partir deste momento, a regularidade diária por que se tem pautado. Repito tal não se dever quer ao esgotamento de matéria lírica, poética ou prosaica, quer ao quebranto do desígnio incontornável da escrita. A impossibilidade tornar-se-á em breve física e também íntima, por fragilidade do foro privado. Agora, o processo requer interiorização profunda e, apenas à posteriori, exteriorização. Trocado por miúdos, algo sucedeu na minha vida que transformará o meu posicionamento no mundo, o meu futuro. O que quer que escreva agora não é publicável de imediato. O fim de algo chegou. Ainda não sei bem do quê...
Etiquetas: Diário de Bordo, Quotidianos
8 Comments:
Só para dizer que, como sei que sabias, estou aqui, presente.
Abraço,
Kaiser
Aquele abraço, meu velho.
Caro Davi,
Ví e lí este blog com muito prazer. Os seus Poemas (minhas felicitações!!), os dos outros Poetas, frases de escritores. Fotografias/imagens que nos fazem pensar e rir/sorrir.
É com pena que sei que no dia que descubro seu FANTÁSTICO blog, o mesmo vai encerrar portas. Eu sei que nada é eterno...
Só me resta desejar-lhe as maiores felicidades para a sua Vida, em todos os campos, e que em breve volte, em força.
Abraço,
Carlos Paulo.
Epá, aterrei agora a nave e deparei-me com alguma tristeza pairando por estes ares...
...que pasa, puto?
O abraço
Johnny
fui
Muito obrigado, Carlos Paulo. Vou procurar manter o Caderno de Corda. Volte sempre. É obviamente bem vindo.
Um abraço
Johnny, tenemos que hablar. A gravação tem de andar.
Aquele abraço
gostei do teu blog... a invasão tipica de alguém k gosta do k lê aconteceu mais uma vez por estas andanças... tb já axei k algo tinha xegado ao fim... e cancelei todos os blogs k tinha... mas entretanto aprecebi-me k a minha vida se havia tornado vazia... e tive k voltar... n deixes o teu caderno de corda... vais sentir falta dele... e desculpa a invasão... Beijo
Muito obrigado pela invasão, Suitpee... Não espero deixar o Caderno de Corda; simplesmente terei de o continuar noutros moldes... eventualmente. Far-te-ei uma visita em breve, com olhos de ler, assim tenha algum equilíbrio restabelecido e ligação à net.
Beijo retribuído
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