sexta-feira, abril 01, 2005

4

Rodopiei novamente perante o tempo.
Deslizei sobre a nossa distância.
Coloquei-me na varanda erma de um paraíso fresco;
senti a brisa tornar-me melhor.
Percorri distâncias a pé sem me faltar o ar puro,
acolhi a chuva debaixo de um casaco de cortiça
e espreitei a nossa presença.
Antecipei sem nunca ter as certezas de um alquimista
e falei muito do que desconheço.
De repente, tornei-me num filósofo de causas perdidas
e pareci um adolescente,
porque adolescência tem tempo de ser e não ser de um dia para o outro...
causei-me depois de me predispor
e perguntei-me se poder primeiro e querer depois.
Depois, virei-me para ti e quis retribuir-te um raio de luz que resplandecerias num espectáculo pirotécnico de outra dimensão.
Perguntei-te se querias dançar comigo, e tu, para meu espanto, não recusaste.
Dançámos debaixo das achas desenhadas no céu e visitámos a sala dos espelhos num sonho meu.
Tudo isto aconteceu num sonho meu.

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