terça-feira, outubro 04, 2005

Mar alto

Rebuliço e frio
sinto cá dentro,
como se navegasse em permanente
mar alto,
alvoroçado e revolto,
demente.
Deixo-me à tona;
os membros caídos,
suspensos em água,
oceano celeste
que não comando
dentro de mim.
Em sobressalto,
sem saber para onde vou,
senão que me levarei algures,
por qualquer coisa que desconheço,
em busca de outra que, se calhar,
desprezo,
levo-me pelo meu pé,
caminhando sobre as águas
fundas do mar alto e inquieto
que tenho cá dentro.
E palavras têm pouco valor
quando se escrevem a metro,
que estas nem soletro,
repenso, reflicto.
Assim as pari hoje, aqui e agora,
sem rede nem rito,
sem incenso aflito,
de improviso.

n.b. - Que se lixe a crítica saliente na articulação do braço com o antebraço.

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