domingo, março 12, 2006

Singularidade de uma rapariga louca, só, desiludida

Pelas brumas se atirava com o corpo às chamas,
às luzes, às cinzas, ao dia.
Cedia e fundia-se, fendida,
como se dormisse um sorriso pálido
após todos os desamores,
fixando os olhos, abertos, de alabastro,
azuis de uma baía de golfinhos e conchas e dores,
búzios, e o sopro inevitável de um sorriso
inconsciente, maquinal, incauto, ditoso,
por não pensar o marejar fusiforme,
avesso à buzina estrepitosa e urbana
da revelação tensa, enraivecida, amarga,
de estar sempre só
na ficção da sua singularidade.

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5 Comments:

Blogger Nina said...

Lindo, intenso, triste... Me identifiquei, arrasou.

Ah, ouvi a música que você me indicou da Florbela, linda demais, breve a indicação aparecerá no blog.

www.prahoje.com.br/florbela

segunda-feira, março 13, 2006 1:56:00 da manhã  
Blogger Davi Reis said...

Obrigado, Nina. Vou estar atento ao vosso blogue sobre a poetisa. Qualquer coisa de que precisem deste lado do atlântico lusófono e poético, não hesitem pedir.

segunda-feira, março 13, 2006 6:02:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Your site is on top of my favourites - Great work I like it.
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domingo, maio 21, 2006 11:00:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Super color scheme, I like it! Good job. Go on.
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quinta-feira, junho 08, 2006 9:58:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

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sábado, julho 22, 2006 6:26:00 da tarde  

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