Cartas de Amor Ridículas 6
Podias ter deixado pelo menos um recado,
nem que dentro de um livro,
mas talvez já nem seja preciso.
Junto à fotografia onde estamos abraçados,
também eu pensei deixar recados,
mas escreveria um livro
que talvez nunca fosse lido.
Por isso, não tornei a pensar,
olhei para aquela outra fotografia,
onde estou só, naquele outro lugar,
onde o tempo nos espera, e eu para ti sorria.
Pensei em não ta deixar,
preencher teu vazio de nenhum lugar,
nenhuma recordação,
por me teres mostrado que, para ti,
todo o tempo comigo é definhar,
todo o amor é vão,
todo ele foi prevista inumação.
Podes até conseguir chorar...
Chora-me um rio barrento
que eu irei pelo mar,
encontrar meu destino, novo alento,
encontrar, encontrar!
E talvez apenas por, neste turbilhão que me condena,
me entregue, me desgaste, e então sim, chegue a definhar;
por nenhuma alma se amortece a fatal pena,
que o tempo, incorrigível, mói.
Queira meu corpo padecer na cama...
Até lá, possa minha amorável faceta
permanecer intacta, ilesa,
em sangria desatada de fome asceta
que se entrega ao que virá,
mesmo sem reza, mas crendo todas as certezas.
Seja a carta caixa de Pandora
donde saiam, sedentos, alaúdes desenfreados em surpresa,
e a fealdade se iguale em juízo natural à suspeita beleza.
Seja o meu amor por ti hoje verdadeiro.
O nome que lhe encontro, alumiado e derradeiro,
frágil lume em vela acesa, amor verdadeiro.
nem que dentro de um livro,
mas talvez já nem seja preciso.
Junto à fotografia onde estamos abraçados,
também eu pensei deixar recados,
mas escreveria um livro
que talvez nunca fosse lido.
Por isso, não tornei a pensar,
olhei para aquela outra fotografia,
onde estou só, naquele outro lugar,
onde o tempo nos espera, e eu para ti sorria.
Pensei em não ta deixar,
preencher teu vazio de nenhum lugar,
nenhuma recordação,
por me teres mostrado que, para ti,
todo o tempo comigo é definhar,
todo o amor é vão,
todo ele foi prevista inumação.
Podes até conseguir chorar...
Chora-me um rio barrento
que eu irei pelo mar,
encontrar meu destino, novo alento,
encontrar, encontrar!
E talvez apenas por, neste turbilhão que me condena,
me entregue, me desgaste, e então sim, chegue a definhar;
por nenhuma alma se amortece a fatal pena,
que o tempo, incorrigível, mói.
Queira meu corpo padecer na cama...
Até lá, possa minha amorável faceta
permanecer intacta, ilesa,
em sangria desatada de fome asceta
que se entrega ao que virá,
mesmo sem reza, mas crendo todas as certezas.
Seja a carta caixa de Pandora
donde saiam, sedentos, alaúdes desenfreados em surpresa,
e a fealdade se iguale em juízo natural à suspeita beleza.
Seja o meu amor por ti hoje verdadeiro.
O nome que lhe encontro, alumiado e derradeiro,
frágil lume em vela acesa, amor verdadeiro.
Etiquetas: Poesia Cordiana
8 Comments:
Ai. Nem vou falar...
Beijos!
=]~
gostei muito,
especialmente do "encontrar, encontrar!"
Nina: Então também não vou falar... O que lá vai, lá vai.
Ana: Bem-vinda! A Blogadela? Vou ver o que por lá se passa. Fico sempre intrigadamente satisfeito quando recebo visitas assim, tão positivas quanto inesperadas. Obrigado.
Beijinhos às leitoras
davi...
...desde que escrevas!
:)
o abraço
fui
(esqueci-me do resto!)
"...eu leio e aprecio!"
agora fui
Johnny, sempre presente!
Aquele abraço
Saulo: Espero que queiras dizer que já viste melhor escrito pela minha pena... Tenha sido essa a intenção ou não, corroboro, obviamente...
Greets to the webmaster of this wonderful site! Keep up the good work. Thanks.
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