Eu, Cárcere
Nasci sem ter sabido;
cresci aprendendo o que devia ter sido;
fui esquecendo o que sem saber já vinha ensinado
sem alguma vez ter aprendido.
Sou dúvida insossa
no palato persecutório da minha boca
- que não saboreio.
Cheiro
- de que estou tão cheio por fora,
que queria de mim ir embora.
Que pensar desta pele que tacteio?,
tão longe dos corpóreos sentidos
de aqui tão perto, à superfície do que aparento…
Onde estou?, que ao espelho não me destilo?,
ouvindo destramente berrar-me em alarido, ruído,
sem escutar a lúcida verve de cá dentro, o pensamento?
Que sou eu capaz de não fazer,
afora estar na ausência de mim mesmo?
cresci aprendendo o que devia ter sido;
fui esquecendo o que sem saber já vinha ensinado
sem alguma vez ter aprendido.
Sou dúvida insossa
no palato persecutório da minha boca
- que não saboreio.
Cheiro
- de que estou tão cheio por fora,
que queria de mim ir embora.
Que pensar desta pele que tacteio?,
tão longe dos corpóreos sentidos
de aqui tão perto, à superfície do que aparento…
Onde estou?, que ao espelho não me destilo?,
ouvindo destramente berrar-me em alarido, ruído,
sem escutar a lúcida verve de cá dentro, o pensamento?
Que sou eu capaz de não fazer,
afora estar na ausência de mim mesmo?
Ao som de “Weather Storm”, de Craig Armstrong
Etiquetas: Poesia Cordiana
3 Comments:
Isso é muito lindo!
Construído de maneira cuidadosa... Tem um pouco a ver com o momento em que vivo.
Saudades, hehe!
=]~
Nina, "em poucas palavras" já está linkado. O primeiro elo blogosférico trans-oceânico do Caderno de Corda...
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