quarta-feira, junho 14, 2006

Imaginassem os Antigos

Num suspiro, o fumo lança
sobre a cabeça grisalha.
Baudelaire via escravas mouras
por entre a dócil maralha
em dias de felicidade,
cujos cabelos o sol não aloura
na candura e na tenacidade
dos seus lúbricos movimentos.
Mais temos, mais queremos.
Liberdade, prosperidade,
maior a ambição
de não deixar de ter nem ver televisão,
escravos da arbitrariedade
de não ter a sublime coragem
de realizar a própria vontade,
ondulantes como cisnes,
como húmidas escravas mouras de um poema,
entregando o destino
a longínquas auras celestes
que ordenassem ao acaso
as alegrias e as tristezas,
e fossem comandadas por Deus
- Ele próprio! -
todas as curas de todas as pestes.
Baudelaire via apenas escravas mouras
em dias de felicidade,
na candura dos seus lúbricos movimentos.

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2 Comments:

Blogger Davi Reis said...

:)

domingo, junho 18, 2006 7:59:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

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sábado, julho 22, 2006 6:25:00 da tarde  

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