M'eu Próprio
Que busco eu neste ardor de vísceras que revolvem sentimentos?
Que angústia trago no peito, mesmo nas coisas novas e desejadas que alcanço, não sabendo o que me falta?
O que me traz esquecido na ausência de um toque sonoro, de um toque corpóreo?
De que me valem as palavras, se as não lêem; ou alegrias, que as não sinto, tão fugazmente se esboçam?
As alegrias não o são, se solitárias, se não partilhadas - e os mistérios desta praia deserta a que venho naufragar só talvez escondam tesouros nas areias que outrora formaram a grande escarpa da minha fronte, quando nada me resta senão procurar por mim próprio.
(Hoje, a caminho de casa, carro encostado, cinco minutos, o correr livre da caneta e, depois, três telefonemas - "Está lá, Dinamarca?")
Etiquetas: Poesia Cordiana
4 Comments:
também no meu carro esvoaçam papéis avulsos com os mais diversos apontamentos. não é nunca inútil escrever, davi. e há sempre quem venha a ler-te. (eu vim...)
beijinho e boa continuação!
Obrigado, Alice. Boas descobertas, a do "Livro Online" e "A Tradução da Memória". Sempre bem-vinda.
Beijinho e desejo o mesmo, mas enfatizado: excelente continuação!
Sim, "isto" não é (está) fácil...
Só quero deixar-te um abraço apertado.
?Rui?
Outro.
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