Segunda-Feira
Ah, se eu pudesse…
Se me bastasse querer
Consertar o mundo…
Se acordar fosse
A liberdade de viver
Além dum sono profundo…
E quando eu saía
Da casca da solidão,
Sonhava alto o despertar;
Corria e não sabia
Que voava de pés no chão
Improvisando-me no ar.
Não é essencial a doutrina.
À segunda-feira tenho sono
E preguiça peregrina.
Sou melhor como patrono
De mim próprio à bolina,
A ver se não me afogo deste trono,
Poltrona adamantina.
E quantas manhãs triunfantes
Em adolescente despertei,
Abrindo as janelas de par em par,
Inspirando a vida, abundante,
Com fulgor de quem é rei
Com o mundo por conquistar.
Ah!, se eu pudesse
Consertava o mundo,
Como tu, não duvido.
Se eu alegrar soubesse
O moribundo…
Com palavras doces ao ouvido?
Ai, meu amor, já está…
Passou-se outro dia
Sem que saibamos o que há
Por trás da monotonia.
Se me bastasse querer
Consertar o mundo…
Se acordar fosse
A liberdade de viver
Além dum sono profundo…
E quando eu saía
Da casca da solidão,
Sonhava alto o despertar;
Corria e não sabia
Que voava de pés no chão
Improvisando-me no ar.
Não é essencial a doutrina.
À segunda-feira tenho sono
E preguiça peregrina.
Sou melhor como patrono
De mim próprio à bolina,
A ver se não me afogo deste trono,
Poltrona adamantina.
E quantas manhãs triunfantes
Em adolescente despertei,
Abrindo as janelas de par em par,
Inspirando a vida, abundante,
Com fulgor de quem é rei
Com o mundo por conquistar.
Ah!, se eu pudesse
Consertava o mundo,
Como tu, não duvido.
Se eu alegrar soubesse
O moribundo…
Com palavras doces ao ouvido?
Ai, meu amor, já está…
Passou-se outro dia
Sem que saibamos o que há
Por trás da monotonia.
Etiquetas: Poesia Cordiana, Quotidianos
10 Comments:
Parabéns poeta cordiano :)
o poema está muito bom...
sim senhor
Bj
Maria
:)
Obrigado, Maria... Não consigo fazer aqui o smiley corado... Foi escrito hoje, segunda-feira, pois claro.
Beijinho
Ai se eu pudesse...
Ainda hoje.pensei para com os meus botões..
Ai se eu pudesse...
Abraço fraterno
Amigo GC, deixo-te um poema do grande e místico Mestre Fernando Pessoa (A. Caeiro) cujo título é nada mais nada menos do que "Se Eu Pudesse":
"Se eu pudesse trincar a terra toda
E sentir-lhe um paladar,
Seria mais feliz um momento...
Mas eu nem sempre quero ser feliz.
É preciso ser de vez em quando infeliz
Para se poder ser natural...
Nem tudo é dias de sol,
E a chuva, quando falta muito, pede-se.
Por isso tomo a infelicidade com a felicidade
Naturalmente, como quem não estranha
Que haja montanhas e planícies
E que haja rochedos e erva...
O que é preciso é ser-se natural e calmo
Na felicidade ou na infelicidade,
Sentir como quem olha,
Pensar como quem anda,
E quando se vai morrer, lembrar-se de que o dia morre,
E que o poente é belo e é bela a noite que fica...
Assim é e assim seja..."
Um abraço fraterno, companheiro
Magnificente, Hugo! Acredita!
Parabéns!
Ruizão? Vindo de ti, acredito. Uma crítica tua, boa ou má, é sempre ouvida de orelha arrebitada. E bem sei que tão aguçado espírito crítico não se adoça com muita parra...
Aquele abraço, mano
(O jantar!!!)
bom, muito bom. parabéns, rapaz!
e fica-se à espera de mais.
poesia cordiana.
assim.
para ser dia.
beijo.
/piano.
Outro dia sem monotonia....lindo!
Já devia ter passado por cá antes!
Bom fim-de-semana. (ou semana ou o que for válido se/quando leres isto)
Beijo de gata
espreitei hoje, porque encontrei o caminho... :)
visito-te mais atrás no tempo, numa tarde de sexta feira.
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