O Reino Defunto Vive
Outono morto,
a mão lenta e trémula,
o pé outrora belo e apetitoso
- agora enrugado.
Os dias de claridade fugaz,
a cabeça oca,
o tempo gasto num gesto largo,
num vício de portas trancadas
sem postigo nem campainha.
A chuva não sacia a sede
dos recifes aos corais do meu peito,
da dor disseminada
no fundo dos rochedos,
batidos por um tenebroso mar
de abismo e frio.
À tona, vejo impenetráveis uvas
contendo o vinho,
o sangue e a alma tremente,
cintilante com a maré.
Escrevemos por nossa boca morta;
gritamos por nossa alma farta.
À terra nos juntamos,
aliados e inimigos,
no silêncio de uma noite interminável.
Já não são minhas as palavras,
mas dos índios sepultados em solo estéril
de arquipélagos sonhados e sonhadores.
a mão lenta e trémula,
o pé outrora belo e apetitoso
- agora enrugado.
Os dias de claridade fugaz,
a cabeça oca,
o tempo gasto num gesto largo,
num vício de portas trancadas
sem postigo nem campainha.
A chuva não sacia a sede
dos recifes aos corais do meu peito,
da dor disseminada
no fundo dos rochedos,
batidos por um tenebroso mar
de abismo e frio.
À tona, vejo impenetráveis uvas
contendo o vinho,
o sangue e a alma tremente,
cintilante com a maré.
Escrevemos por nossa boca morta;
gritamos por nossa alma farta.
À terra nos juntamos,
aliados e inimigos,
no silêncio de uma noite interminável.
Já não são minhas as palavras,
mas dos índios sepultados em solo estéril
de arquipélagos sonhados e sonhadores.
Etiquetas: Poesia Cordiana
3 Comments:
das coisas mais pesadas que já li tuas, Davi. Espero que esteja tudo ok. Um abraço amigo.
Está, meu amigo. Às vezes sai... Pelo menos sai, não fica cá dentro. É uma espécie de expiação.
:)
Aquele abraço
Foste aos arquivos sensoriais tenebrosos..fazes bem em expiar, não guardes..solta..
A seguir às trevas vem luz
Abraço fraterno
Enviar um comentário
<< Home