quinta-feira, maio 15, 2008

Prana

A luz atiça os rios ao longo do seu curso
como a espuma se faz pérola
na crista lunar das ondas.
Chantilly, tormento rochoso,
vapores e leões marinhos,
vampiros e anões sozinhos
na boca das ostras,
no ninho das águias,
nos amores, nas outras
noites de infernos e glórias.
Sagradas histórias da velhice
- uma asiática enrugada
ou um indiano de cabelos brancos...
O chão treme para todos,
plataforma persa
de desejos telúricos,
infames e lúbricos,
masoquisticamente tentadores,
como crosta arrancada
- da pele, qual macieira de pecado.
Às vezes sou o som imaginário do piano
entre o chilreio dos pássaros em Santarém.
Muitas vezes sou uma antena parabólica;
o amparo nervoso no tambor giratório
a Richter gatafunhando escalas entre portos
sobre falhas sísmicas que tenho à epiderme.
Muitas vezes sou apenas fragilidade.

Não acredito no poeta coitadinho
Não acredito no poeta sem amor
Não acredito no poeta puta
Não acredito

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2 Comments:

Blogger L. said...

no fundo, no poeta vendedor de banha da cobra :P

sexta-feira, maio 16, 2008 10:29:00 da manhã  
Blogger Davi Reis said...

Arrrgh! Répteis não!

:D

terça-feira, maio 20, 2008 5:50:00 da manhã  

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