Pírrico
Um grito que o meu verso seja
chegar a ti inteira
e a vós,
de silêncio adoecer
e não mostrar a doença
que estrangula o desejo
e beija a morte,
soprando o tempo devagar
ao ouvido dos antepassados,
e da memória de coisas boas
perecerei num regresso a nada.
Esquecimento, mero.
Uma palavra que me diga ser
quando nada mais me resta,
duvidando apenas,
incapaz de comandar no deserto
uma nau sondada à superfície.
Um poema que me seja segredado
e que leve na ponta dos dedos
mediúnicas palavras
que nem eu reconheça,
ditadas por esse outro ser perfeito
que me vê ao espelho.
Se me leres daqui por cem anos,
lembra-te que fui como um soldado
sem causa por que combater.
Também eu chorei só
e pedi a Deus.
Esqueci tantas vezes
que aquele homem no espelho
era diverso de mim,
nunca obedecendo senão a desejos fáceis,
nunca respeitando a minha Vontade,
destruindo-me sempre.
chegar a ti inteira
e a vós,
de silêncio adoecer
e não mostrar a doença
que estrangula o desejo
e beija a morte,
soprando o tempo devagar
ao ouvido dos antepassados,
e da memória de coisas boas
perecerei num regresso a nada.
Esquecimento, mero.
Uma palavra que me diga ser
quando nada mais me resta,
duvidando apenas,
incapaz de comandar no deserto
uma nau sondada à superfície.
Um poema que me seja segredado
e que leve na ponta dos dedos
mediúnicas palavras
que nem eu reconheça,
ditadas por esse outro ser perfeito
que me vê ao espelho.
Se me leres daqui por cem anos,
lembra-te que fui como um soldado
sem causa por que combater.
Também eu chorei só
e pedi a Deus.
Esqueci tantas vezes
que aquele homem no espelho
era diverso de mim,
nunca obedecendo senão a desejos fáceis,
nunca respeitando a minha Vontade,
destruindo-me sempre.
Je est un autre (Arthur Rimbaud)
Etiquetas: Poesia Cordiana
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