Desassossego
A estagnação de tudo o que, vivo, só passa, não deixa de espantar-me, que vivo não passo e constituo o cosmo cataclísmico dos céus entornados sobre a desconsolação dos meus mundos de poeta que nascerá depois de morto, como o Sr. Verde, empregado no comércio, ou o Sr. Pessoa, guarda-livros. E eu precisei do Livro do Desassossego para escrever estas linhas.
Etiquetas: Poesia Cordiana, Prosa Poética Cordiana
Por Davi Reis no dia 1/29/2010 08:22:00 da tarde
4 Comments:
Deixa que o Desassossego te sossegue...não ligues ao que, vivo, só passa porque esse andar sem sentido, sem nexo, à deriva não é próprio de quem é gente, de quem sente.
Percebe-se que vives vivendo e foges ao viver passando. Percebe-se claramente que existe um mundo do teu poeta.
Deixa que os céus, e seus elementos, ergam e gritem alto o teu desassossego inédito, desconhecido de muita (toda?!) a gente..para que possas ir sempre além do Sr. Verde ou do Sr. Pessoa...importantes, sem dúvida (acho eu!), mas diferentes de quem se desassossega com a vida por sentir que o vivo, só passa...Acredita! Isso não é próprio de todos!!!
Dizes-te Poeta,
Chamam-te o Grande!
Achas-te idealista
verdadeiro sonhador,
(pois é... eu percebi,
é assim que te li.
Tantos acreditam em ti!
Só eu que nada sei,
que não te conheci pequenino
nem sei qual o teu destino.
O que galgaste na infância.
Se és o mesmo de sempre,
se és quem vejo à frente
não importa a distância,
ou o seres desconhecido!!
Eu também te adivinhei:
Talvez por isso...
...vou aparecendo por aqui!
Poeta
Quando estiveres cansado,
fecha os olhos de mansinho.
Veste-os com panos de repouso. Verás que o pior já passou!
Não coloques máscaras na cara.
Não penses que o teu sangue é cerveja,
e que andas dentro de ti em sandálias!
Traz antes belas palavras!
Sê guardião da tua vida!
Constrói tua casa com bom cimento
Pára, olha a Terra agora tua!
Vês!! Estás já renovado!!
Desapareceu o Poeta cansado!!!
Sê Feliz!!!
Deste lado que desconheces,
digo-o porque...me apetece:
Não sou Poeta,
nem migalha que tal valha!
Sou esperança cansada da vida
mas que não descansa,
porque nela acredita!
Lambo as minhas feridas,
o sangue do meu coração.
Antes morta, que dizer não!
Podem-me cortar as asas,
pôr uma hiena bem à frente,
deixar marcas no meu corpo!
Que importa!! Não Páro,
enquanto existir gente!!!
Mover-me-ei em mundos frios.
O espírito da dança aquecerá,
mas o meu peito se abrirá
olhando por tantos gemidos...!!
Pelo futuro...
o nosso amanhã...
Flhos, sobrinhos, crianças perdidas...
Meninos do mundo...
merecem viver, merecen crescer,
no meio de risos livres...
de grande abundância.
Sentindo-se felizes...
Em plena segurança!!
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