quinta-feira, abril 14, 2005

15

São agora as cordas de aço que me encorajam,
mesmo que esta noite o grilo não tenha cantado em meu clamor.
Mesmo que a romaria te tivesse levado,
feliz pelo aroma da fogueira;
cítaras sedutoras e lábios quentes mas húmidos.
As peles tocadas sensualmente pelo sol,
que se amam a si mesmas.
Todas as ocasiões são propícias,
mas não faz mal nenhum,
sejam vossas todas as delícias
que satisfazem o desejo comum.
São agora os soldados colombianos que novamente me divertem
enquanto cultivam um dos seus variados chás medicinais,
de traseiros a brotar das calças e bigodeiras espaventosas,
génios cinzelados nas faces curtidas pelo sol.
Abençoados sejam os soldados colombianos,
que se dedicam aos assuntos da sua índole,
que lutam pela fertilidade
e figuram um ponto microscópico.
Alguém sabe se por lá haverá uma cidade?
Com soldados colombianos nesse mundo neste entupido?
É a música!, que agora estou a anos-luz.
Decifrei os enigmas sem querer
e quero gastar tudo! Tudo!
E acredita que não é justo, como o essencial faz sentido,
mas o transeunte, inocente, morreu mesmo...
A gazela, da mesma fagulha por que vivemos,
também morreu prematuramente nas presas de uma leoa...
agora.
Mas quando quiseres, estás convidada
a vir rodopiar comigo
como nunca o fizeste.
Dançar debaixo d’água
num tanque onírico intenso e louco,
porque tudo está bem
à hora de nadar um pouco.

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