terça-feira, abril 19, 2005

20

Todos os meus sonhos são realizáveis.
Tudo o que existir no meu pensamento tem forma.
Criaturas dos infernos em filmes de terror,
insectos gigantescos, um homem se transforma.
Sombras pitorescas dobraram uma esquina;
crianças que bebem em biberões felaciados.
Bibes deixados abaixo das omoplatas,
e tudo se encontra nos perdidos e achados.
Ácaros, que similares a debulhadoras;
víboras, criadoras de gatos...
Seja eu um cão de pastoras;
para as víboras, chegam os ratos.
Violetas, de onde vieram as auroras polares;
pupilas, os espectros e o infinito, os raios solares...
Crateras da minha pele;
microscópio macroscópico, telescópio!
Dentro/fora e nenhum se repele.
Salvas ao guarda nocturno fumador de ópio!
Salvas e salmos berrados
porque só há um tempo de se ouvir a sua voz...
e quando ele passa, cumprimenta-se docemente,
como se se tratasse do nosso avô.

(Comboio e Campo de Sant’Ana. Noite de azar de Marinheiro – peripécia com gasóleo e uma mangueira de chuveiro.)

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