sexta-feira, abril 29, 2005

Confesso que nasci

E já não interessa se te traí ou tu a mim;
Se tudo o que principia tiver de ter um fim;
Se o mundo se desmorona quando me deito e paro,
Porque não estás por perto me sinto um farrapo,
Porque não me trazes no peito, farto,
E então, quando me deito, resto nada, feito trapo.
Tudo se tivesse passado numa hora
E fosse esse tempo o que passa agora!,
Se é que nasci, vivi ou morri
Em todas as pequenas mortes dentro de ti.

(Ontem, no carro, João XXI)

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