segunda-feira, maio 02, 2005

Verão, pouca roupa, saudade, desdita e muita mágoa

Dei um trago de ti.
Estou cego.
Sabias a mar, estavas salgada.
Era apenas suor.
Cheguei-me perto, toquei-te,
perdi o sentido.
Afastaste-me, brandiste gestos superiores.
Fiquei surdo.
Não consigo ouvir música.
Mas dei um trago de ti.
Embebedei-me quando te vi,
na saliva dos meus temores.
Cego, surdo, mudo, fica da minha mágoa a escrita.
E dei um trago de ti,
que de bebedeira nada senti,
mas reais são os tremores,
por não te ter aqui comigo,
por te tocar não te sentindo.
Ser projectado e magoado pelo zéfiro
da tua incandescência altiva,
brisa sibilina.

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