18.06.2005, 16h26 - O meu clipping da manifestação da extrema-direita em Lisboa
Em declarações aos jornalistas durante a manifestação, o dirigente da Frente Nacional, Mário Machado - apelido que advém do nosso substrato linguístico germânico -, afirmou que a iniciativa serve "para dizer aos políticos que há portugueses que estão despertos para o que se está a passar e estão dispostos a tomar medidas". Quereria ele dizer "aos políticos" ou às minorias étnicas? Disse o que sabia ter de dizer para que o seu movimento pudesse continuar a trazer das catacumbas, do ossário, a fetidez mórbida à luz fresca do dia, à Baixa lisboeta, diante de todos, impunemente. Boçais e obtusos, ostentavam faixas onde se poderia ler:
"Portugal aos portugueses";
"Sampaio na Cova da Moura os portugueses no Martim Moniz";
"Travar a imigração e expatriar os clandestinos";
"Basta, basta. Imigrantes igual a crime";
"Não existem direitos iguais quando és um alvo por seres branco".
Afirmação do dirigente da Frente Nacional, sublinhando que "esta não é uma manifestação racista" mas apenas uma forma de demonstrar "orgulho na raça e no povo português": "O nosso país está tomado a saque e os brancos cada vez mais são um alvo dos ataques das outras minorias."
Afinal, em jeito de complemento ao post anterior, a manifestação foi autorizada pelo Governo Civil de Lisboa em resposta a um pedido subscrito por três cidadãos, repito: três cidadãos sem referência a qualquer organização.
A democracia palavrosa louva e protege o mentiroso e o ilusório. Mas o mesmo se passa, por vezes, no trabalho, no tribunal, nas escolas. Premeia-se o falsário, o desleal, o manhoso bifronte e dissimulado. Mas o seu caminho, e, para quem goste dos escritos, o seu diálogo, será breve e entaramelado como as escadas de Babel.
Etiquetas: Prosas Cordianas, Quotidianos, Totalitarismos
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