sexta-feira, abril 17, 2020

#estatudobem em 2040

O convite, em jeito de desafio, do Mestre António Simões encheu-me de felicidade, mas também de um sentido de grande responsabilidade. Por ser vindo de quem vem e de onde vem, e ainda pelo momento em que todos nos encontramos. Seria escusado dizer que me sinto extremamente honrado por se terem lembrado de mim. No entanto, tenho de ressalvar que este não é apenas um jornal - é o meu jornal do coração desde criança; o jornal com o qual aprendi a ler... jornais; o jornal no qual sonhei trabalhar um dia e no qual aprendi a fazer jornalismo diário, anos mais tarde. A foto é do meu querido Carlos Mateus de Lima e a não atribuição da autoria nesta página 13 deve-se inteiramente ao meu lamentável esquecimento.

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segunda-feira, março 23, 2020

O cavalo e a corda

Um homem passeava por uma pequena cidade rural quando um cavalo reteve a sua atenção. Parou momentaneamente a observar o animal. Intrigou-o o facto de que aquela poderosa criatura estava presa por apenas uma pequena corda amarrada frouxamente a uma cadeira de plástico. Sem cercas, sem correntes, sem portões de cavalariça. O cavalo poderia, facilmente e a qualquer momento, romper o vínculo à cadeira, mas, por alguma razão, não o fez.

O homem viu ao largo aquele que aparentemente seria o dono do animal e perguntou-lhe como é que o cavalo tinha sido amestrado para ficar ali imóvel, como se estive irremediavelmente preso. "Bem - disse o proprietário -, é muito simples: quando eles são muito jovens e pequenos, usamos a mesma corda para amarrá-los e, nessa idade, é suficiente para segurá-los. Claro, eles tentam libertar-se, mas rapidamente descobrem que não conseguem. À medida que crescem, são condicionados a acreditar que não podem fugir. Este cavalo, por exemplo, acredita realmente que a corda o impede e nunca procurou libertar-se."

O homem ficou surpreso. O animal podia fugir a qualquer momento, mas acreditava não haver alternativa; estava mentalmente condicionado. Algo perturbado, o homem prosseguiu o seu passeio, deambulante, e deu por si a reflectir sobre si mesmo. "Quantos de nós são exactamente como aquele cavalo indefeso?"

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sexta-feira, março 13, 2020

"Who is Charles M. Lieber?" ou "Who Framed Charles Lieber?"

quarta-feira, março 11, 2020

Da paranóia e da neurose colectivas

Lido num livro que está a ser escrito:

"Juntando peças, Jeremias não podia deixar de constatar os preparativos para, em última análise, o nascimento de um estado policial global com um governo invisível, omnipotente, que controlava já o governo norte-americano, a União Europeia, a OMS, a ONU, o Banco Mundial, o FMI e toda e qualquer instituição de calibre semelhante. Estava tudo à vista de todos: o terrorismo promovido pelos governos, que, por sua vez, muniam esse mesmo terrorismo; o controlo da população por intermédio da manipulação dos media e do medo; as crises financeiras forjadas para cavar mais profundos fossos entre o pequeno e o grande capital, e entre ricos e pobres de uma forma geral; as pandemias e as doenças criadas em laboratório com o fito de servir múltiplos propósitos geopolíticos, mas também como forma de produzir um efeito de arrastão pelo qual, ciclicamente, as farmacêuticas colhiam os resultados de campanhas de medo minuciosamente planeadas."

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segunda-feira, julho 13, 2009

Excerto incompleto da primeira edição do documentário Zeitgeist, de Outubro de 2007. AQUI pode encontrar-se a edição final do filme, de Março de 2008

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domingo, junho 15, 2008

Sabia o estimado leitor que "Tim Osmond" era o nome de Osama Bin Laden enquanto agente da CIA, nos anos 80?

No passado, os políticos ofereciam sonhos de um mundo melhor. Hoje, prometem proteger-nos de pesadelos. No entanto, tal como falsos eram os sonhos, assim são os pesadelos...

Pergunto aos estimados leitores se não se questionam ainda acerca do paradeiro do vilão mais procurado do mundo... Entre muitos factos e documentos que provam a estranha relação entre Bin Laden, a família Bush e a CIA, é sabido, por exemplo, que Osama chegou a passar férias com Bush filho.
É sabido que a família de Osama foi levada confortavelmente - no próprio dia dos ataques de 11 de Setembro, quando o espaço aéreo norte-americano havia sido interditado - num avião para destino incerto, no exterior dos EUA, por motivos de segurança... da família Bin Laden.
É também certo que, quatro dias antes das eleições presidenciais norte-americanas, Osama lançou um vídeo denunciando George W. Bush, garantindo-lhe o segundo mandato, debaixo da ameaça terrorista.
Pois bem, "Tim Osmond" - alguns sites utilizam a grafia do apelido como "Osman" - era o nome de código americano de Osama quando, entre 1979 e 1989, exerceu funções para a CIA. O tratamento que Osama e a sua família receberam no passado e hoje, mesmo depois da ascensão do extremismo islâmico, poderá indiciar a possibilidade de Osama ainda ser um activo.
Sem entrar em especulações desnecessárias, mas sabendo que o que aqui exponho nada tem de novo e que muito há por onde averiguar, volto a recordar os estimados leitores de um texto AQUI publicado há mais de dois anos - anteriormente levado à estampa por um jornal regional cujo nome prefiro não revelar, em duas partes, a 27 de Março de 2004 e a 15 de Maio do mesmo ano -, cujo título se aplica tão bem hoje como então: "Será Bin Laden o actor mais bem pago de Hollywood?"

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terça-feira, abril 24, 2007

Aniversários com um sonho na palma da mão

"Ressaca no Terreiro do Paço em manhã de feriado", 25 de Abril de 2004. Rara foto da minha autoria incluída num documentário fílmico que realizei e entreguei ao professor Luiz Carvalho no âmbito da cadeira de Fotojornalismo da Universidade Autónoma Portuguesa (UAL). Foi prodigiosa a indescritível participação do talentoso fotógrafo e amigo Tiago Valente, levado pelo coração para Itália... Lamento ainda não ter conseguido fazer o upload do filme no You Tube...

Esquecemos as memórias quando as aceitamos tal como definitivamente escritas nas enciclopédias, traçadas intransigentemente pela evidência semiótica, aprisionadas nas palavras... as memórias, docemente paradoxais. Deslizantes na encosta de um sofá de mistérios soporíferos, recordamos apenas o que já sabemos. Assim ficamos, ruminantes, falando com os olhos, em réplica amestrada ao solilóquio televisivo, sem realmente questionarmos o que raio nos aconteceu nestes 33 anos de democracia. Deram-nos uma coisa melhor do que aquela que tínhamos - pudera!, éramos tradicionalmente terceiro-mundistas - e ficámos satisfeitinhos.
"A revolução está feita!" - 33 anos depois de proferidas as palavras, continuamos a dizê-las silenciosamente, para dentro, como se uma só revolução se bastasse... Entretanto, vamos sentindo um azedume salazarista e sonhamos com esqueletos no armário; trememos de manhã com frio no estômago, e um arrepio percorre-nos quando à nossa frente se abrem automaticamente as portas deslizantes da empresa, pressentindo-nos friamente. A incerteza manipulou a liberdade e, mais tarde, fez dela refém. As oportunidades concedem-se arvoradas em genealogia e só por vezes vergam face ao talento puro...

Reza a Wikipedia:

(...) "No dia 24 de Abril de 1974, um grupo de militares comandados por Otelo Saraiva de Carvalho instalou secretamente o posto de comando do movimento golpista no quartel da Pontinha, em Lisboa. Às 22h 55m é transmitida a canção ”E depois do Adeus”, de Paulo de Carvalho, pelos Emissores Associados de Lisboa, emitida por Luís Filipe Costa. Este foi um dos sinais previamente combinados pelos golpistas e que espoletava a tomada de posições da primeira fase do golpe de estado." (...)

Hoje não se marca apenas o dia em que foi despoletada uma certa liberdade já liofilizada no nosso ideário colectivo - no entanto, seguramente aquela que me permite escrever aqui para vós, especialmente para um de nós, Irmãos...
Porque hoje é o 29.º aniversário do Paulo Amaral, e porque hoje é também véspera de 25 de Abril, relembremos que o sonho é o tecido de que somos feitos, mas sonhar não é viver. O sonho acalenta-se e, se sonho é, nunca se atinge na perfeição, mas tentá-lo-emos, contra ventos e marés. A revolução está por fazer... "Está na palma da tua mão."
Parabéns, Paulo

"A revolução, se quiser resistir, deve permanecer revolução. Se se transforma em governo, já está falida... Os lugares que deixaram de ter uma revolução permanente recuperaram a tirania."
in "Aprire il fuoco", L. Bianciardi (1922-1971)

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sexta-feira, abril 20, 2007

Estranho recuo 2

Ainda a propósito do vídeo lançado há dois posts atrás, e que se pode ver AQUI, fiz uma rápida pesquisa na página do You Tube que encerra o apelidado "Piquenique na Virginia". Fi-lo, uma vez que, entretanto, foi retirada a permissão de publicação do tal "momento de confraternização familiar ao bom estilo norte-americano" - puro quality time - em blogues.
Assim sendo, posso adiantar aos estimados leitores que o responsável pela sua difusão dá pelo nickname heypete1 e não participou na gravação nem no evento. No entanto, tem opiniões no mínimo assombrosas sobre o conteúdo do filme. Traduzi para vós os seus comentários sobre o vídeo:
"Encontrei este vídeo na minha pasta de 'vídeos divertidos'. Eu não estava lá nem participei na gravação, mas o que é certo é que parece que esta gente está a passar um bom bocado. Gosto do facto de estas pessoas terem as suas famílias, armas, e, provavelmente, um barbecue a decorrer. Se eu pudesse comprar as armas e munições, esta é a minha ideia de um sábado perfeito."
Na mesma página do You Tube, um pouco mais abaixo, pode ainda ler-se:
"Já disparei metralhadoras de amigos várias vezes e não acho que tenha visto alguém que não sorrisse depois de disparar uma. São definitivamente divertidas, isso é certo. Estou a ver se compro uma que seja minha, mas nos EUA custam milhares de dólares e requerem um monte de papelada. Possuo um silenciador, que é mais barato, mas requer a mesma papelada e taxas."
No comments

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terça-feira, março 20, 2007

Democrisia Bang-Bang II

American Dictators” é um trabalho polémico do animador de rádio Alex Jones, que começa por sublinhar algo aparentemente óbvio: “Numa ditadura não há escolha.”
Pois bem, recordemos as eleições presidenciais de 2004 que opuseram George W. Bush e John Kerry. Preparados?
Segundo informação veiculada pelo documentário, o senador John Kerry e George W. Bush são membros da sociedade secreta Skull and Bones – sociedade essa criada em 1832, na Universidade de Yale. A ordem Skull and Bones, de que falaremos mais adiante, é um reduto da tradição cultural e política da fracção protestante branca e anglo-saxónica cuja velha denominação formal terá sido WASP – White Anglo Saxon Protestant.
Por ano, apenas 15 novos membros se iniciam, sendo que existem somente cerca de 800 membros vivos, contando-se entre eles três presidentes dos EUA e oito directores da CIA... Os Bonesmen (assim se intitulam os seus membros) aparentam agir concertadamente para instalar o estado policial e a prepotência agressiva contra nações soberanas e inocentes...
Bush, Kerry e ainda, imagine-se!, Hugh Heffner (patrão da Playboy), são primos, partilhando uma linhagem comum de antepassados. Como eu já aqui havia escrito, o avô de George W. Bush, Prescott Bush, foi um dos mais influentes e preponderantes apoios de Hitler no rearmamento e ascensão da Alemanha Nazi, que assim se artilhou para a II Guerra Mundial – um tema que também aprofundarei noutras núpcias.
Observando os factos com algum distanciamento, relembremos que, em 290 milhões de americanos, dois primos da mesma sociedade secreta elitista norte-americana - a mais poderosa e influente de todas – fizeram, ainda estudantes em Yale, um juramento solene um para com o outro e foram, em 2004, os dois principais candidatos à presidência dos EUA.
Haverá, de facto, uma escolha a fazer?
Por entre os escombros vê-se com clareza a cauda insolente do vulto grotesco da ditadura americana – um sistema de poder e controlo que assumiu a forma de governo da hiperpotência mundial, cujas poderosas corporações globais possuem e controlam o complexo industrial de guerra, propondo falsas escolhas de modo a que o povo pense ter uma decisão a tomar, uma palavra a dizer. “De qualquer das formas, um sangue-azul da Costa Este ganha”, afirma, a certa altura, o realizador do documentário “American Dictators”.
Aconselhando a pesquisa de elementos sobre a Skull and Bones e a visualização do documentário, deixo, por fim, os linques de possível partida investigativa:

- Skull and Bones – Página Wikipedia
- “American Dictators” – Documentário de Alex Jones

No próximo post desta série abordaremos as origens em Yale e os segredos da cripta...

CONTINUA

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quinta-feira, março 15, 2007

Democrisia Bang-Bang I

Perante o surgimento do filme "O Bom Pastor", escrevi ESTE post no dia 26 de Fevereiro passado. A sinopse do dito reza assim: "Edward Wilson (Matt Damon) é o único que observou o suicídio do próprio pai. Enquanto estuda na Universidade de Yale, torna-se membro da sociedade 'Skull and Bones'. Por conta dos seus valores pessoais, acaba por ser recrutado para trabalhar na recém-inaugurada Agência de Inteligência Central, mantida pelo governo norte-americano."
Continuo sem ter visto o filme (porque são quase certamente três horas de decepção e arrependimento pelo dinheiro mal gasto), mas mantenho com justificada firmeza a ideia de que se trata, uma vez mais, de um filme manipulador de informação e de massas. O elenco impressiona duplamente, por razões contrárias: uma saca de actores de peso (Matt Damon, Angelina Jolie, Robert De Niro, Alec Baldwin, Billy Crudup, Michael Gambon, William Hurt, John Turturro, Tammy Blanchard, Keir Dullea, Martina Merlino, Timothy Hutton, Gabriel Macht e Joe Pesci) aceitou fazer esta estopada.
No mesmo post, refiro inevitavelmente uma entrada anterior na qual publico ESTE documentário independente de tílulo “American Dictators” (“Ditadores Americanos”), que versa sobre a Grande Conspiração, recordando a contradição que subjaz no reino dinástico dos EUA. A ampla temática cujo território mais nos poderá interessar delimitar na sequência de posts que se segue é aquela que emana abundantemente do paradoxal e hipócrita fito norte-americano de Liberdade e Democracia.

CONTINUA BREVEMENTE

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segunda-feira, março 05, 2007

Iraque: Soldados americanos invadem sindicato dos jornalistas

Há dias, soldados americanos assaltaram a sede do Sindicato dos jornalistas iraquianos no centro de Bagdad. Segundo a International Press Service (IPS), 10 guardas foram presos, e 10 computadores e 15 pequenos geradores destinados a famílias de jornalistas mortos foram apreendidos. «Eles mataram colegas nossos, encerraram jornais, prenderam centenas de jornalistas, e agora acertam-nos no coração com rusgas na nossa sede. Esta é a liberdade de expressão que recebemos», reagiu Youssif al-Tamini, membro do Sindicato de Jornalistas Iraquianos.
Esta não a primeira vez que as tropas americanas atacam jornalistas no Iraque, só que agora atingiram o maior símbolo da imprensa iraquiana. Muitos iraquianos acreditam que os EUA fizeram tudo o que puderam para manter calados os jornalistas em relação aos erros da ocupação americana. Em declarações à IPS, Youssif al-Tamini, do Sindicato de jornalistas Iraquianos, declarou: «Os americanos enviaram-nos muitas mensagens, mas nós recusámo-las.»
Para o jornalista Ahmad Hassan, «os americanos não aprenderam ainda que os jornalistas iraquianos levantarão a sua voz contra estes actos e vão manter a sua promessa de mostrar toda a verdade ao povo iraquiano». Alguns jornalistas sustentam que o governo iraquiano deu o seu aval aos militares americanos para agirem sobre instituições e pessoas que não sigam as ordens do Primeiro-Ministro Iraquiano Nouri al-Maliki. O incidente ocorreu apenas dois dias depois de o Sindicato de Jornalistas ter sido reconhecido formalmente pelo governo iraquiano. O seu novo estatuto permitiu ao Sindicato aceder às contas bancárias anteriormente bloqueadas, tendo então comprado novos computadores e equipamento de satélite.
Adam White, da Federação Internacional de Jornalistas, avisa: «Qualquer jornalista que não apoie a política dos EUA está em risco», acrescentando que, «nos últimos três anos, foram mortos mais de 120 jornalistas iraquianos». Num relatório elaborado pela organização «Repórteres sem Fronteiras», em matéria de liberdade de imprensa, o Iraque passou da 130.ª posição no tempo de Saddam, para a posição n.º 154 nos dias de hoje.
Mansoor Salim, um jornalista iraquiano reformado, remata: «Que estúpidos fomos ao acreditar nas afirmações sobre liberdade da administração Americana. Admito que fui enganado.»
Texto que me foi enviado por mail, numa newsletter cuja origem opto por não divulgar

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segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Zayt al-Zaj

Prometo, em breve, uma nova série atenta ao surrealismo democrítico dos Estados Unidos da América, não sem estupefacção e uma pitada de acidez sulfúrica... tal a também 'vitríola' elite norte-americana. Existem pois substantivos que, se fossem adjectivos, se aplicariam capazmente...
Servindo este post como mera nota informativa de esclarecimento, devo dizer que a ideia, há algum tempo pairando sobre a minha cabeça, se definiu perante o surgimento do filme "O Bom Pastor", que ainda não vi, confesso, mas que aparenta ser mais uma operação subliminar de propaganda à escala mundial, acrescendo-lhe a perversidade manipulatória hollywoodesca que, como se sabe, institui-se como a maior e mais influente exportação norte-americana. Não se gerem confusões: a sociedade secreta Skull and Bones é a mais poderosa e impune máfia planetária, instituída na CIA, no governo norte-americano (veja-se a dinastia Bush), no FBI, you name it... mas guardemos pormenores para depois... Correndo o risco de fazer uma análise precipitada do filme (cujo resumo do guião li diagonalmente), duvidem, para já, dele, sendo o herói (Matt Damon) um irrepreensível membro da "cohort". Entretanto, se o tema lhe suscita curiosidade, pode o estimado leitor ver AQUI (post intitulado "A democradura americana: Skull and Bones e a Nova Ordem Mundial") um documentário talvez extremadamente conspirativo que se debruça sobre a dita sociedade de Yale. O Caderno de Corda está apenas aparentemente sereno, mas certamente atento.

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sábado, fevereiro 10, 2007

Big Brother Bush

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terça-feira, fevereiro 06, 2007

Blogosfera lusa vigiada pelo Grande Irmão Sam

Aviso aos bloggers: Leitura obrigatória

Na noite de terça-feira, 2 de Janeiro de 2007, o Caderno de Corda publicava "o vídeo integral da execução de Saddam Hussein" na certeza de que as imagens, de teor inaudito neste blogue, não inferiam sensacionalismo; antes exigiam publicação imediata considerando as propícias palavras de posts anteriores, a exigência histórica, a gravidade incontornável do enforcamento.
Nessa noite, depois de terminado e publicado o texto que acompanha o vídeo, voltei a visualizar o blogue - talvez, em pequeníssima parte, por umbiguismo bloguista, mas certamente por brio. Verifiquei, por indicação do contador Twospots (à direita, debaixo do contador de visitas Site Meter), que o Caderno de Corda tinha, online, mais de 40 visitantes simultâneos no prazo máximo de três minutos.
Estranhei. Nada semelhante alguma vez acontecera. Averiguei os dados do Site Meter e concluí que, naquele instante, mais de 40 entradas sincrónicas permaneciam por momentos, movimentando-se freneticamente pelos arquivos do Caderno de Corda, vasculhando os cantos à casa. O IP era coincidente: 38.98.19.# Todas as visitas eram oriundas de Fort Worth, Texas, Estados Unidos da América - cidade fundada em 1849 como campo militar, onde, por sinal, se encontra o "United States Army Corps of Engineers" e a base militar "Naval Air Station Joint Reserve Base Fort Worth".
No decorrer da hora seguinte, as movimentações invasivas aquietaram-se, mas apenas para regressarem em horas. A título de exemplo, garanto aos estimados leitores ter tido, no período dos dois dias que se seguiram, uma visita directa da Halliburton, a gigantesca e perversa multinacional que mais lucra com o estado de guerra levado a cabo pela administração Bush; que faz a gestão logística das operações militares norte-americanas e que opera fortemente no sector energético (exploração e produção de petróleo e gás) em mais de 120 países.
Depois, seguiu-se uma grande empresa de traduções norte-americana (especializada em cento e muitas línguas - não me recordo com exactidão do número nem guardei o link), que se embrenhou também pelos arquivos, numa óbvia atitude intencional e perscrutante.
Desde então, todas as semanas o Caderno de Corda recebe visitas regulares e curtas oriundas do IP (38.98.19.#) que denuncio, com base em Fort Worth, Texas.
Para terminar, aproveito para recordar o estimado leitor de que a Halliburton, curiosamente também sedeada em Houston, Texas, fundiu-se recentemente com a Dresser Industries, que teve como director o bizarro avô Prescott Bush (esse mesmo, o amigo de Hitler!)... Relembro ainda o facto histórico de que o pai George H. W. Bush, anterior presidente dos EUA, trabalhou também para a Dresser Industries entre 1948 e1951, antes de fundar a Zapata Corporation. E não esqueçamos que, no rescaldo da Operação Tempestade no Deserto, no Kuwait, 1991, as equipas altamente especializadas da Halliburton "ajudaram" a "controlar" 320 poços de petróleo em chamas. Isto para não falar dos escândalos em redor da presidência de Dick Cheney na Halliburton, acumulada com as funções de vice-presidente dos EUA...
Na certeza de que este post será vistoriado, peço a atenção dos estimados leitores - testemunhas... Espero que nenhuma represália recaia sobre o Caderno de Corda, a bem da já obscena liberdade na boca de piratas imperiais.

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terça-feira, janeiro 02, 2007

O vídeo integral da execução de Saddam Hussein


Não é minha intenção, depois do que escrevi no post anterior, utilizar estas imagens de modo sensacionalista. Na verdade, a divulgação pública deste vídeo associada às minhas palavras exige que eu o publique, mesmo que o teor do mesmo contrarie a tendência do Caderno de Corda. Que também aqui fique registado o momento, trágico.
O vídeo da execução, levada a cabo em Bagdad, está disponível na Internet há dois dias - uma aparente fuga de informação... Segundo diz quem sabe, os carrascos entoaram, nos instantes que precederam a abertura do cadafalso, o nome do pior inimigo xiita de Saddam: "Moqtada, Moqtada!", gritavam, recordando o líder radical xiita Moqtada Sadr, cujo pai e tio foram assassinados pelo regime de Saddam Hussein.
Gravado, a priori, com um telemóvel por uma das testemunhas, o vídeo mostra, em 2,38 minutos, o enforcamento medieval do ditador na sala de uma caserna dos serviços secretos militares de Khadamiyah (bairro Norte e maioritariamente xiita), base iraquiana conhecida pelos norte-americanos como Camp Justice, Bagdad, pleno século XXI.
Talvez um destes dias alguém veja Saddam e Elvis partilharem um pequeno-almoço de bacon & eggs num diner de beira de estrada no Ohio. Talvez seja verdade...

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segunda-feira, janeiro 01, 2007

Saddam Hussein enforcado - Primeiro post de 2007 não augura bons ventos, mas...

Valha-me a água suja do imperialismo ou também eu poderia ter sido engolido por uma vaga de ilusória alegria auto-infligida, catalisada a álcool... Uma fugaz alegria à escala mundial que dissimula a preocupação e a tensão instaladas um pouco por toda a parte, sem distinção de raça, credo ou classe.
Passemos sem cortesias à execução medieva do ditador Saddam Hussein no passado sábado, às 3 horas da manhã, numa aparente cave húmida e sem janelas, por carrascos encapuçados.
Mais uma vez assistimos, com o alto patrocínio da Realpolitik norte-americana, a uma torpe e pública violação dos direitos fundamentais. Pior: o Sumo Idiota Bush, a dormir serenamente no seu rancho no Texas quando Saddam foi enforcado, já tinha deixado opinião clara, antecipando o acto como “um marco para a reconstrução democrática do Iraque”. A este nível, já nada nos surpreende, se vindo do homem que invade para impor uma tal democracia...
No entanto, os pregadores da tolerância, a quem tudo é permitido, não só subscreveram oficialmente o crime, como nada fizeram para que as degradantes imagens da execução - apenas interrompidas quando o carrasco acomoda a corda ao pescoço do déspota - não fossem transmitidas. Sempre se conheceu a relutância dos invasores quanto ao assassinato súbito de Saddam, cujas circunstâncias inesperadas poderiam tranformar num mártir, por entre a névoa dramática e simbólica da batalha. Mas, conhecendo a administração Bush pela observação dos seus actos e deliberações, talvez fosse óbvio o despojamento humilhante e prematuro do carniceiro, que assim serve de símbolo da vantagem americana, como se de uma pseudo-vitória se tratasse.
Mas Saddam teria, na verdade, um importante contributo a dar à preservação da memória. O seu papel não estava terminado. A aniquilação do tirano apagou definitivamente uma página da História, ainda que negra. Os segredos de Saddam, os seus receios e opiniões (que um homem, mesmo um assassino, também chora) foram definitivamente arredados do conhecimento público. A sua versão dos acontecimentos será para todo o sempre deturpada. Bem sei ser óbvio a quem tudo isto interessa, incluindo o silenciamento permanente de Saddam...
E não esqueçamos a época do ano escolhida precipitadamente para o atabalhoado enforcamento... às portas dos festejos do ano novo, quando todos estão demasiadamente embrenhados nas suas pequenas férias, nos afazeres e preparativos, na euforia colectiva de pensar em nada e tudo fazer sem nada pensar. A técnica é antiga. A execução de Saddam foi, no prazo de 24 horas, uma manobra lateral de diversão com prazo terminal de validade. Saddam foi duplamente silenciado.
À excepção da Inglaterra, cuja dignitária afirmou ter Saddam pago uma dívida para com o povo, toda a Europa condenou o acto, recordando o objectivo da abolição universal da pena de morte.
Este já não é um sintoma do grau de perigosidade em que se encontra o ideal democrático, nem creio que se possa insistir numa condição humana esperançosa para aquela terra, ou que seja razoável considerar o acontecimento como uma perda de oportunidade para a hipócrita causa democrática e livre do Iraque. O Iraque perdeu a sua oportunidade logo quando os EUA invadiram o Afeganistão. A oportunidade do Iraque é a mesma do arguido Saddam Hussein. E tem os dias contados.
* Democrática, democrática... é a Coca-Cola! *

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terça-feira, junho 27, 2006

A Batalha de Nuremberga

Para os Aliados, na Segunda Guerra Mundial, a conquista de Nuremberga teve um significado especial.
Nuremberga era, desde 1927, a cidade anfitriã das impetuosas manifestações de terror e poder do partido do Reich, cujas monumentais estruturas concebidas haviam sido construídas de acordo com os planos de Albert Speer.
Em 1935, as "Leis Raciais de Nuremberga" - que os Aliados consideravam constituir base legal para a perseguição aos judeus - foram anunciadas na cidade. Também o Oeste estava familiarizado com a propaganda antijudaica de Julius Streicher, editor do jornal Der Stürmer.
Nos Estados Unidos da América, Nuremberga era referida como o "Templo Nazi" e olhada como representação urbana do Nacional-Socialismo Alemão.
Para os Aliados, a sua captura significava um sinal visível da vitória militar e moral sobre a ditadura Nazi, que ali celebrara o seu florescimento.

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sábado, abril 08, 2006

Loose Change - Um fino véu sobre a Verdade

"Loose Change" é um filme assustador. A possibilidade de os ataques de 11 de Setembro de 2001 poderem não ter sido orquestrados por Bin Laden ou membros da Al Qaeda, mas pelo governo norte-americano, é uma perspectiva verdadeiramente apocalíptica, aterrorizante e, para aqueles que acreditam numa tal democracia, devastadora.

Nos Estados Unidos já muitos sugeriram que talvez o debate sobre o 9/11 não passe de um infindável chorrilho de suposições sem prova. Mas a questão aparenta também ser a existência de provas tangíveis ocultadas numa sala escura donde nunca verterá uma verdade para a esfera pública.

No filme que hoje vos apresento, com o qual tomei contacto por intermédio do blogue A Sombra, de Rui Semblano, uma mão-cheia de factos com valor de prova, muitas vezes protagonizados por fontes informativas desde CNN, BBC e Fox News, aos directamente afectados pelo colapso das Twin Towers, é suficientemente sólida, se não irrefutável, para que o estimado leitor lhe dedique a atenção que merece ou, melhor, exige…

Qualquer justificação que nos seja apresentada - mais ou menos plausível - para que os ataques tenham tido lugar, nunca nos é afirmada como sendo a Verdade. No filme, apenas se arquitecta uma tentativa de mostrar uma provável verdade, tenebrosa e potencialmente destruidora se descoberta a sua total concretização.

Outros filmes do género documental que abordam o 9/11 estão disponíveis na net. Um deles, sobre o qual já havia escrito no dia 21 de Março e disponibilizado o link, é “Painful Deceptions”, editado e narrado por uma equipa que pretende suscitar a reabertura das investigações, aprofundar e esclarecer o que o (C)ommission Report ignora e… omite. Existe ainda outro filme sobre a matéria intitulado “9/11: In Plane Site”.

Algo é notório ainda, e compreensível, no que respeita à posição do povo norte-americano, sabendo-se que, hoje, uma esmagadora percentagem da população nutre desconfianças profundas quanto ao sucedido: Muita gente não quer ainda admitir que poderá haver um problema demasiadamente grave e tétrico com o seu governo. A imagem confrangedora de uma nova Guerra Civil pode emergir. É, pois, necessário responder com celeridade às questões que ensombram a confiança da população no Estado americano e, consequentemente, na política mundial, sendo o país da Coca-Cola o arauto da hipocrisia democrática amarelada.

Os realizadores deste filme, Dylan Avery e Korey Rowe, conseguiram ir um pouco além do que Michael Moore já havia feito em "Fahrenheit 9/11", talvez por o rescaldo deste último ter sido executado muito a quente. Seja como for, todos devemos demonstrar a nossa inquietação e colocar as nossas dúvidas; fazer perguntas. O que aprenderão os nossos filhos na escola, um dia, quando se abordar o tema?
n.b. - É obrigatória a visualização deste filme. Esqueçam a tv, sentem-se e relaxem... se conseguirem.

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domingo, abril 02, 2006

2+2=5 [The Lukewarm] - Radiohead

Are you such a dreamer?
To put the world to rights?
I'll stay home forever
Where two & two always makes up five 

I'll lay down the tracks 
Sandbag & hide 
January has April's showers 
And two & two always makes up five 

It's the devil's way now 
There is no way out 
You can scream & you can shout 
It is too late now 

Because you have not been paying attention 

I try to sing along 
I get it all wrong 
'Cause I’m not (2x) 
I swat 'em like flies 
but like flies the buggers 
keep coming back 
and NOT 
But I’m not 
"All hail to the thief" (2x) 
"But I am not!" (4x) 
"Don't question my authority or put me in the docks" 
Cozimnot! 
Go & tell the king 
That the sky is falling in 
When it's not 
But it´s not (2x) 
Maybe not (2x) 

Tempo: 3:19 
Editora: Parlophone 


"2+2=5" é o título do tema de abertura do álbum “Hail to the Thief”, sexto dos Radiohead, lançado em 2003. Não se esqueçam desta informação. Será retomada adiante. Já é dia 2 de Abril. Podemos procurar dizer pequenas verdades… Este é, em essência, problema da Verdade e da mentira. 

2+2=5 em 1984

A frase «dois mais dois perfazem cinco» é por vezes proferida como sucinta e vívida representação de uma afirmação ideológica, especialmente se criada com o propósito de manter e servir uma “agenda” doutrinada. O uso comum da expressão terá, porventura, sido popularizado por George Orwell na obra 1984 (Parte III, Capítulo II), quando contrastada com a proposição verdadeira e matemática da frase «dois mais dois igual a quatro». O protagonista de Orwell, Winston Smith, questionando-se sobre a possibilidade de o Estado declarar que dois mais dois perfazem cinco, e de que, se todos puderem crer em algo semelhante, o facto torna-se real, repensa a frase vezes sem conta. No início do livro, Winston escreve no diário comprado clandestinamente ao velho Charrington, a um canto da casa, fora do alcance visual perscrutante da teletela: «Liberdade é a liberdade de dizer que dois mais dois perfazem quatro. Se tal estiver garantido, tudo o resto se segue.» Mais tarde, Winston serve-se novamente do mecanismo de duplipensar tentando convencer-se de que a afirmação é verdadeira. Orwell já escrevia sobre o conceito “2+2=5” antes da publicação de 1984, cujo parto, como se sabe, se deu durante o ano de 1948, donde se extraiu o título, por inversão dos dois últimos números. Durante o período em que trabalhou na BBC, familiarizou-se com os métodos da propaganda nazi. Num ensaio sobre a Guerra Civil Espanhola, publicado quatro anos antes dos trabalhos de “1984”, Orwell escreveu: «A teoria nazi nega especificamente que tal coisa como “a Verdade” exista. […] O objectivo implícito desta linha de pensamento é um mundo de pesadelo no qual o líder controla não apenas o futuro, mas o passado. Se o líder disser que este ou aquele acontecimento nunca aconteceu, então não aconteceu. Se ele disser que dois e dois são cinco – bem, dois e dois são cinco. Esta perspectiva assusta-me muito mais do que bombas […]»

Segundo a quase totalidade dos biógrafos de Orwell, a provável origem da ideia reside no livro “Assignment in Utopia”, escrito pelo jornalista e historiador Eugene Lyons, reportando-se a quando esteve na União Soviética. Num dos capítulos, titulado “2+2=5”, a expressão é explicada, ganhando paralelos históricos, factuais, tão reais quantas as possibilidades que 1984 viria a levantar - “2+2=5” fora um slogan usado pelo governo de Estaline, prevendo que o plano de cinco anos para o desenvolvimento da economia russa estaria completado em quatro anos. No entanto, Orwell pode também ter sido influenciado pelo Reichsmarschall nazi Hermann Göring, que, certa vez, numa hiperbólica demonstração de lealdade a Hitler, declarou:

«Se o Führer quiser, dois e dois são cinco!»

2+2=5 segundo Dostoievsky, Victor Hugo e a cultura pop

Nas “Notas do Subterrâneo” de Fyodor Dostoievsky, o protagonista apoia implicitamente a ideia de que dois e dois são cinco em sucessivos parágrafos onde se consideram as implicações de rejeitar a afirmação «dois mais dois são quatro». Dostoievsky escrevia em 1864. No entanto, de acordo com Roderick T. Long, Victor Hugo fez também sua a frase, em 1852, objectando a forma como uma vasta maioria de votantes franceses apoiou Napoleão III, dando cobro ao modo como os valores e as causas liberais haviam sido até então ignorados pelo líder. Victor Hugo disse: «Agora, ponham sete milhões e 500 mil votantes a dizer que dois e dois perfazem cinco; que a linha recta é a estrada mais longa; que o todo é inferior à soma das partes. Façam-no ser declarado por oito milhões, dez milhões, cem milhões de votos, que não terão avançado um único passo.» O conceito foi ainda explorado num episódio de Star Trek: The Next Generation, "Chain of Command," no qual Picard é torturado por um Cardassiano. A reminiscência de 1984 é clara à luz de uma cena onde O'Brien, o torturador de Winston Smith, levanta quatro dedos e lhe inflige descargas eléctricas dizendo que são cinco os dedos que levanta.

- Quatro! Cinco! Seis! Eu não sei!

Radiohead e Orwell

"The Lukewarm" é o título alternativo da música “2+2=5”, dos Radiohead, cuja letra se encontra à cabeça do post. Todas as músicas do álbum “Hail to the Thief” têm dois títulos – um deles apelidado “alternativo”. Toda a canção (último single do álbum) contém múltiplas referências ao livro Nineteen Eighty-Four (1984), de George Orwell. No título (2+2=5), a referência à problemática psicológica que o protagonista, Winston, enfrenta; no subtítulo, a alusão à condição manietada, quebrantada, em que Winston é simplesmente deixado ir, no final do livro, e a frase “Question my authority or put me in the docks”, que se refere ao tribunal conhecido como “the docks” no enredo… O termo “hail to the thief” surge como trocadilho para a expressão comum “hail to the chief”. O título do álbum também provém desta canção. É uma possível referência a George Bush, por este ter “roubado” as eleições norte-americanas em 2000. A evidência já foi negada pela banda. Camadas sonoras boreais, tempestuosas ou literárias sobrepostas, as atmosferas musicais complexas criadas pelos Radiohead fazem, quando depuradas aturadas e sucessivas audições, parecer que a aparente desarrumação, ruído, nota, pausa, têm um motivo racional, ainda que sempre emotivo. Um dos mais incríveis (porque talvez seja este o melhor adjectivo) álbuns da banda de Thom Yorke foi, sem dúvida, "OK Computer". Pode dizer-se com alguma segurança que “OK Computer” e “1984” estarão também correlacionados, além das afecções da alma; da angústia, depressão, inquietude perante o mundo. Yorke alude propositadamente a "1984" já em “OK Computer”. Em "Hail to the Thief" volta a citar, como já vimos, o duplipensar na faixa de abertura: "2+2=5". Para fãs dos Radiohead, um pequeno brinde: seguem-se algumas curiosidades acerca do tema “2+2=5”. Ouçam-no e confiram:

  • O primeiro som do álbum é o ruído resultante do guitarrista Jonny Greenwood a colocar o jack na guitarra. Foi o primeiro som a ser registado quando os Radiohead foram para estúdio gravar “Hail to the Thief”. Se escutarem com muita atenção, Thom Yorke diz, ao fundo, «That's a nice way to start, Jonny...»
  • A primeira parte da canção bate a 7/4, e muda para 4/4 a cerca de um minuto e 23 segundos corridos, logo após as palavras "Two and two always makes five..."
  • Exactamente ao bater dos 2 minutos e 25 segundos (2:25), o ritmo, a dinâmica e o registo da música transformam-se radicalmente, e assim permanecerão até ao final da faixa.

Se bem que, quando contemplados arredondamentos de números decimais, 2+2 pode, de facto, resultar em 5 (2.4+2.4=4.8, ou seja, 5), os números 4 e 5 encontram-se também no limite relativo ao número de objectos que a maioria das pessoas consegue identificar com um simples olhar fugaz. É improvável que alguém veja quatro objectos em três reais - mas confundir quatro por cinco, ou vice-versa, é possível.

Ironicamente, cerca de um mês antes do lançamento de “Hail to the Thief”, foi roubada uma cópia do álbum do estúdio de gravação, que pouco mais tarde redundou na Internet.


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“Quanto maior for a mentira, mais pessoas acreditarão nela”

Adolf Hitler

n.b. - Este post não teria sido possível sem o auxílio da Wikipedia. Retomarei a questão essencial da Verdade em breve.

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