Que Geração?
Os cotovelos acordavam magoados
e a pele, entre o nariz e as maçãs do rosto,
seca, escamada e encarnecida
por um longo sono
que evitasse pensar, sentir, comer, fumar.
Duas salsichas no frigorífico desligado
e a fome crua de uma dor de alma
por uma realidade outra
que aos homens deixasse puxar da terra o alimento
e viver sem prestar contas.
As salsichas, devoradas com as mãos
sem degustação nem prazer.
Prazer em nada.
Depressão. Sem actividade paroxística.
Disfunção pré-frontal.
Quadro difuso, demencial.
Alterações cognitivas e operativas.
Deterioração. Decadência. Solidão.
Alzheimer.
Prazer em nada.
As duas últimas salsichas de um desempregado só,
58 anos, jovem demais para a reforma;
velho demais para o trabalho.
e a pele, entre o nariz e as maçãs do rosto,
seca, escamada e encarnecida
por um longo sono
que evitasse pensar, sentir, comer, fumar.
Duas salsichas no frigorífico desligado
e a fome crua de uma dor de alma
por uma realidade outra
que aos homens deixasse puxar da terra o alimento
e viver sem prestar contas.
As salsichas, devoradas com as mãos
sem degustação nem prazer.
Prazer em nada.
Depressão. Sem actividade paroxística.
Disfunção pré-frontal.
Quadro difuso, demencial.
Alterações cognitivas e operativas.
Deterioração. Decadência. Solidão.
Alzheimer.
Prazer em nada.
As duas últimas salsichas de um desempregado só,
58 anos, jovem demais para a reforma;
velho demais para o trabalho.
Etiquetas: Poemas da Crise, Poesia Cordiana
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