Esquecidos
Havia alguém a fumar à janela,
mas a calçada já não sacudia dos estendais
o mesmo cheiro a roupa lavada.
O asfalto cobrira a pedra preta do godo
- uma epiderme granítica de seixos
que escondera outra cidade
em valas comuns no topo de uma encosta.
Aqui, onde a memória ainda estanca o Tejo
e a menagem da Praça do Comércio;
aqui, onde a cidade nasceu, amou e morreu mil vezes,
morrem como nunca morreram,
esquecidos seus corpos por meses,
netos, filhos, pais e avós de Lisboa.
mas a calçada já não sacudia dos estendais
o mesmo cheiro a roupa lavada.
O asfalto cobrira a pedra preta do godo
- uma epiderme granítica de seixos
que escondera outra cidade
em valas comuns no topo de uma encosta.
Aqui, onde a memória ainda estanca o Tejo
e a menagem da Praça do Comércio;
aqui, onde a cidade nasceu, amou e morreu mil vezes,
morrem como nunca morreram,
esquecidos seus corpos por meses,
netos, filhos, pais e avós de Lisboa.
Etiquetas: Poemas da Crise, Poesia Cordiana
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