domingo, janeiro 22, 2006

Tradição inspiratória

Apenas uma nota: referia, há dois posts (dias) atrás, dia 20 de Janeiro, que o Caderno de Corda é agora escrito a partir do sótão de uma casa sita na Rua dos Birbantes, paralela à Calçada de Santana, zona muito antiga da cidade de Lisboa e local místico para mim, terreno sagrado onde em parte fui criado na infância, mais precisamente na Rua Martim Vaz, duas portas ao lado do pátio onde ainda permanece, a um recanto, quase inalterada, a casa onde Amália Rodrigues nasceu.
A segunda curiosidade histórica:
Embora soubesse, desde criança, que o poeta Luís Vaz de Camões tinha uma qualquer ligação com a Calçada de Santana, só ontem, em leituras cibernautas e tardias, descobri com exactidão um facto histórico que explica a presença de tímidas placas alusivas ao poeta tanto na Ermida de Santana, ao cimo da Calçada, como num prédio muito próximo do local onde me encontro. Passo a transcrever parte de um texto que se encontra disponível na Internet:
«'Nesta casa, segundo a tradição documental, faleceu em 10 de Junho de 1580 Luiz de Camões. O actual proprietário, Manoel José Correia, mandou pôr esta lápide em 1867' - eis o que pode ler-se na fachada do n.º 139 da Calçada de Santana, tornejando com o Beco de S. Luís da Pena. Apesar de a morada exacta de falecimento do poeta sempre ter estado envolta em incerteza, a lápide mantém-se hoje no mesmo lugar e sem uma "adenda" que o esclareça. Não por falta de alertas. Em 1934, por exemplo, um parecer da Comissão de Estética Citadina lembrava a 'conveniência de ser apeada a dita lápide' para que 'futuros historiadores da cidade ou biógrafos do poeta não fossem induzidos em erro'. A expressão 'tradição documentada', referia a comissão, deixava antever, aliás, uma clara 'ausência de informação sólida'. Para fundamentar o parecer, a comissão solicitara aos olisipógrafos Augusto Vieira da Silva (de que falaremos mais à frente) e Gustavo Matos Sequeira um contributo aprofundado, tendo o primeiro confirmado ser 'infundada a versão' de ser este o exacto lugar onde Camões morreu. 'A haver alguma probabilidade de [o] localizar, deve presumir-se ser no alto da Calçada Nova do Colégio, próximo da Calçada de Sant'Ana.'»
Seja como for, Amália aqui nasceu e Camões aqui morreu. Aqui tão perto. Na mesma casa onde fui criado, na Rua Martim Vaz, nasceram cinco filhos (meu pai e tios - dois dos quais faleceram ainda crianças) e morreram, na mesma cama, os meus avós.

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4 Comments:

Blogger greentea said...

sei. morei para essas bandas qd era miuda; vinha da escola subia o elevador do lavra, atravessava o campo de santana e já algumas vezes desci a calçada. Sei que era a rua onde nasceu o poeta, onde a Amália morou...
paralelismos

terça-feira, janeiro 24, 2006 1:03:00 da tarde  
Blogger Davi Reis said...

Mesmas coordenadas... Curioso... Curioso estou também para saber como deste com o Caderno de Corda... Paralelismos?

Volta sempre.

quarta-feira, janeiro 25, 2006 1:51:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Hallo I absolutely adore your site. You have beautiful graphics I have ever seen.
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domingo, maio 21, 2006 11:01:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

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sábado, julho 22, 2006 6:27:00 da tarde  

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