Grita Liberdade
Sufocas num estrangulado estridor
a pose de executivo,
a noite curta, insuficiente,
do palhaço que dizias, sempre o riso.
A contrariedade de não se ser nunca o que se quis,
não evitando agarrar uma corda no precipício
de cair queda livre de ser feliz.
Grita! Não será o hábito a fazer-te suportar a vida;
Não será em vão que a acharás desencontrada, perdida.
Debalde chorarias sobre ti como sobre um túmulo caiado,
e não o farás – antes deixarias vazio o corpo num gesto alado,
aéreo, e olhando-te lá em baixo, na ausência de ti mesmo,
gritarias, desesperado:
- Qual o sentido da vida?
E o eco responder-te-ia, sincopado:
- A vida! A vida!...
Grita!, e ascenderás ao deus em ti,
mas não aos ouvidos do homem já de si emudecido,
senão no vagar pardacento de todos os dias,
cinzento nas mesmas vénias e reverências
redundantes de comodismo ou hipocrisia,
acomodadas e amenistas,
no afã prescrito pela hierarquia,
tão sonante e impressiva quanto fria.
Meu amigo, sorri... sorri!
Sorri essa estrelinha que cintila
incandescente e exaltada, brilhante!, em ti.
“Como a vida esplêndida é aborrecida e inútil!”
a pose de executivo,
a noite curta, insuficiente,
do palhaço que dizias, sempre o riso.
A contrariedade de não se ser nunca o que se quis,
não evitando agarrar uma corda no precipício
de cair queda livre de ser feliz.
Grita! Não será o hábito a fazer-te suportar a vida;
Não será em vão que a acharás desencontrada, perdida.
Debalde chorarias sobre ti como sobre um túmulo caiado,
e não o farás – antes deixarias vazio o corpo num gesto alado,
aéreo, e olhando-te lá em baixo, na ausência de ti mesmo,
gritarias, desesperado:
- Qual o sentido da vida?
E o eco responder-te-ia, sincopado:
- A vida! A vida!...
Grita!, e ascenderás ao deus em ti,
mas não aos ouvidos do homem já de si emudecido,
senão no vagar pardacento de todos os dias,
cinzento nas mesmas vénias e reverências
redundantes de comodismo ou hipocrisia,
acomodadas e amenistas,
no afã prescrito pela hierarquia,
tão sonante e impressiva quanto fria.
Meu amigo, sorri... sorri!
Sorri essa estrelinha que cintila
incandescente e exaltada, brilhante!, em ti.
“Como a vida esplêndida é aborrecida e inútil!”
Dedicado ao amigo Sérgio Martins
Etiquetas: Poesia Cordiana
2 Comments:
Quanta fúria...
Mas a fúria faz com que verdades delicadas sejam trazidas à tona.
=]
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