It's just a football game, but I like it
(foto AP, Nicolas Asfouri)
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Como é sabido, perdemos o jogo da atribuição do terceiro lugar com a Alemanha (3-1). Lamento que o Nuno Golos não tenha jogado mais, tal como lamento que o Pauleta apenas marque, predominantemente, a selecções de terceira categoria. O Nuno, mais uma vez, entrou e marcou, e, na minha opinião, dadas as suas características de ponta-de-lança de apoio que joga muito bem de costas para a baliza, que segura o jogo na linha defensiva do adversário esperando os alas e que tabela como poucos, seria o homem certo para o lugar de Pauleta - ou poderia jogar no apoio a Pauleta, se este, por carolice de Scolari, tivesse mesmo de jogar... Faltam, como sempre, avançados a Portugal.
Resumindo e concluindo, Portugal superou as expectativas, sendo certo que mostrou poder almejar, para a próxima (sempre para a próxima), novas finais e, quem sabe, títulos a valer; Ricardo redimiu-se da fama de frangueiro e conquistou definitivamente um lugar ao sol no coração dos portugueses; Scolari, com o seu "4x5x1 cagarolas" - subscrevendo a ideia de que o ataque ganha jogos, mas a defesa campeonatos -, conseguiu elevar a nossa Selecção, por pragmatismo pouco espectacular mas eficaz, aos mais altos patamares do universo futebolístico, conquistando também o apreço do povo;
Figo e Pauleta despediram-se da Selecção humildemente sem alarido; Maniche fez-se um médio fenomenal, tendo sido um dos homens de mais garra e vontade de vencer; Simãozinho mostrou ser mais útil à equipa do que o bem-me-quer-mal-me-quer Cristiano Ronaldo (que, depois do incidente da expulsão de Rooney, passou a ser odiado em Inglaterra e agora quer sair de Manchester); Ricardo Carvalho é inigualável no centro da defesa, sem dúvida dos melhores do mundo; Miguel, afinal, está mesmo a anos-luz de Paulo Ferreira (foi preciso sair do Benfica para que se percebesse?!); Nuno Valente, apesar de muito esforçado e tacticamente culto, foi o elo mais fraco entre titulares, pelo que Scolari, a permanecer o líder por mais dois anos, terá de encontrar um defesa esquerdo à altura das circunstâncias e da restante equipa; o sofrimento (estranhamente, nas vitórias) foi a nota dominante, dada a disposição táctica e a escassez de golos, bem como de quem, na área, os marcasse; assistiu-se à confirmação de um tipo de futebol de alto nível extremamente cerebral, calculista e chato que busca meramente a vitória, em detrimento do golo e do espectáculo. Uma final de um Mundial não deveria ser decidida pela marcação de grandes penalidades... Quanto a Deco, é... brasileiro.
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Hoje (ontem, à hora a que escrevo), a Itália sagrou-se tetracampeã mundial, nos penalties, sobre a França, depois da expulsão resultante da cabeçada do bem comportado Zidane (aos 109 minutos) no peito de Materazzi, cujo primeiro realizou o derradeiro jogo da sua carreira, e, destroçado, não subiu sequer ao relvado, no final, para recolher a medalha de vice-campeão.
Uma coisa é certa: Podíamos mesmo ter sido campeões do mundo, e que ninguém se escandalizasse... De certo modo até fomos. "The show must go on"...
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(fotos AFP)
Etiquetas: Dos Futebóis, Imagens e Afins, Prosas Cordianas
2 Comments:
Enquanto que o Ronaldo não foi eleito o melhor jogador jovem por "mergulhar", a Fifa não teve pruridos em nomear Zidane o melhor do Mundial...
Mas o Zizou deu mesmo a melhor cabeçada do Mundial!... Muito melhor do que a do Figo, ora essa!
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