quarta-feira, agosto 15, 2007

Rui Costa 2-1 Copenhaga

Foto retirada do Site Oficial do Sport Lisboa e Benfica
Uma pobreza franciscana num convento* mal e porcamente gerido por um beato salvo por um anjo caído... Na verdade, este post não tem razão de ser pelo jogo de ontem, mas porque presenciámos, pela pessoa do Rui, uma mostra do benfiquismo que faz do Glorioso o maior clube do mundo. Foi dada a prova de que não basta ter nos pés magia, pois esta é accionada nos momentos decisivos pelo que se traz no coração - uma vontade mística que não se compadece com o comodismo medíocre daqueles que se entregam ao desenrolar dos acontecimentos. O Benfica ganha sempre; o Rui ganha sempre.
Adiante, se Luisão estava lesionado, porque jogou de início? Como se explica a lentidão de processos, a passividade e a parca dinâmica na ocupação de espaços e movimentações? Nuno Assis é jogador de banco; Luís Filipe foi esmagado pelo peso do manto sagrado; Cardozo é jogador, mesmo ao pé coxinho; Bergessio não é muito diferente de Paulo Jorge, Marco Ferreira, Manú ou até Carlitos; Katsouranis esteve irreconhecível, por vezes perdido, desorientado, desconcentrado; Coentrão (tenha vergonha pelos mergulhos!) ainda não passa de um puto inconsequente que não tem lugar no 11 (precisa de tempo para crescer sem se sentir vedeta prematura), embora seja mais acutilante que Bergessio - uma desilusão. Os restantes não estiveram mal e David Luiz merece, mais uma vez, o elogio destacado.
Sublinhe-se que o Benfica jogou ontem com quatro (!?!?!) médios-centro, sem alas. Aquilo não era um losango, mas um fernandango - não lembra a ninguém construir uma equipa assim. Porque não retorna o Benfica, a curto prazo, ao 4x4x2 com que tantas vezes foi campeão até à década de 90? O futebol mudou assim tanto, que tenhamos de nos adaptar às circunstâncias ao invés de fazê-las?
O lançamento do pequeno Adu em campo, como se de um Eusébio recentemente chegado se tratasse, revela a aleatoridade com que Fernando Santos faz estratégia. Correu o risco de queimar o jovem, cuja estreia não foi brilhante - mas vale a simpatia da massa associativa, que sente a falta de alegria dos jogadores ao comando do beato, que mexeu em toda a estrutura do meio-campo, onde só Petit manteve a posição, ingloriamente, não fosse o Maestro.
Quanto ao traidor ingrato cujo nome aqui não se escreverá, é e será sempre persona non grata na Catedral. Resumindo, Benfica é Rui Costa e vice-versa.
* - Não pelo cor-de-rosa, mas pelas "Marias Alices"...

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