domingo, abril 20, 2008

Poemas da Terra Nova III

Poderei escrever como se sentisse o que há pouco me fez pensar?
Como exprimi-lo sem que finja tê-lo simultaneamente no coração e no pensamento?
Agora que o encontrei, partiu;
Agora sinto-o; agora não,
e temo não sentir,
como se ausente de mim mesmo
pudesse deixar de existir,
apesar de vivo.
Não posso ficar na porta de embarque
- tenho de te cheirar, ó vida, como a uma grande maçã viçosa.
Estou a meio no retrato
com o mundo à minha volta,
mas não passo de um bichinho
com universos dentro de mim.

Nova Iorque, 19 de Abril de 2008, 17h42

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4 Comments:

Blogger aniri said...

Lindo! Posso adoptá-lo? :)

domingo, abril 20, 2008 5:41:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

estranha coincidência...
aínda ontem pedi emprestadas as palavras do Pessoa para exprimir algo similar:

De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,

Bom dia.

segunda-feira, abril 21, 2008 4:17:00 da manhã  
Blogger JPT said...

o melhor dos três, para mim, Davi.
bem-vindo.

abraço

segunda-feira, abril 21, 2008 8:39:00 da manhã  
Blogger lupuscanissignatus said...

entre

razão

e emoção

terça-feira, maio 06, 2008 11:35:00 da tarde  

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