A Escolha da Rosa
DAQUI |
Ruas inacessíveis, becos sem saída,
incontáveis estradas bifurcadas.
Regressas à casa de partida,
dado a esperanças e encruzilhadas.
Quando as ilusões te salvam, meu menino,
predestinam a revelação dos teus segredos,
tendo a Lua por testemunha, iluminando-te o caminho,
deitando a teus pés, sobre a calçada, todos os medos.
Ali, duas estradas divergiam sob Sol candente
num momento imóvel e arrastado
que da paixão fez pressentimento
e abriu dois sulcos de um mesmo fado.
Não podias seguir por ambos,
mas a Roma dão todos os caminhos,
peregrinação de amantes sozinhos
que ao Amor conduzem desencantos.
Observaste o primeiro trilho:
desaparecia no horizonte,
serpenteante como um rastilho
a espoletar destino adiante.
Olhaste o segundo, vereda montanhosa
de subidas e descidas extenuantes,
e, ao fundo, uma única e serena rosa
decidiu por ti, num dramático instante.
Colhida a rosa, guardada húmida no bolso,
seguiste viagem, subiste e desceste,
caíste e duvidaste, temeste o impulso,
desejaste outro troço que não este.
Deste de beber à rosa pelo caminho,
junto à margem do rio, fio fino
de água entre estradas, traço azulino
que te saciou e levou ao destino.
Não podias esperar pela morte,
nem tua nem da flor
que entregaste à consorte
do teu destinado Amor.
Etiquetas: Chordian Poetry, Imagens e Afins, Poesia Cordiana
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