«Que diriam os jornais, no dia seguinte, de um jogo perfeito e sem casos?»
O meu velho amigo Kaiser, no seu E Então?, dia 20 de Novembro, no rescaldo latejante da vitória do Braga sobre o Benfica (3-2), falava de uma teoria... «Hoje, fiquei mais certo da minha teoria: não existem árbitros em Portugal, existem coisas parecidas...» Eu, por acaso, não concordei com a abordagem (desculpa-me, querido Kaiser), e não resisti deixar-lhe um comentário. Hoje publico-o aqui, antes que perca totalmente a actualidade. Aí vai:
Desde a imagem daquele golo da época passada num Benfica - FC Porto, na qual o Baía vai buscar a bola meio metro dentro da baliza, que eu desisti de praguejar ou culpabilizar os árbitros. Venha o chipzinho na bola, uma câmara paralela à linha de jogo com tecnologia do tipo foto-finish (à semelhança do atletismo), a bola no chipzinho, um gajo na mesa a ver as imagens em tempo real e útil para o árbitro dissolver uma dúvida ao interromper o jogo, um auricular no árbitro, o chip na baliza, a linha na câmara, a mesa do gajo, a televisão no foto-finish do gajo da mesa com um microfone para o auricular... o que mais justamente possa avaliar e julgar o apuramento de um lance, PARTICULARMENTE SE EM CASO DE GOLO - e Portugal já sofreu muito com isso, recorde-se a célebre meia-final com os ingleses, no Mundial de 66... Por mim até podiam pensar em dilatar o tempo de jogo; descontar parcimoniosa e pacientemente os minutos mortos. Muitas partidas houve que se jogaram num somatório de 30 a 40 minutos. Desde que não interfiram com o desempenho dos jogadores, está tudo bem.
Mas a questão é deveras outra: no futebol não poderia fazer-se Justiça. Como poderia o ópio do povo ser a única manifestação social a processar-se sem embustes e profundas injustiças? Que exemplo daria o futebol à sociedade? Tal provocaria uma revolução! «Errar é humano»?! Sejam então só os jogadores a errar! Façam um favor aos árbitros. Assim, apitavam descansados, sem transmitir aquela angústia para dentro de campo. E não esqueçamos que os árbitros são profissionais, mas da banca, das seguradoras, da função pública... Saem à pressa dos seus empregos diários para arbitrar jogos ao fim do dia, por vezes em cidades outras que não a sua.
Crie-se a campanha «OS ÁRBITROS SÃO NOSSOS AMIGOS», e o cântico, lengalenga ou pregão de estádio «O ÁRBITRO DÁ O LITRO; SÓ ELE SOPRA NO APITO». Metam as câmaras, o chip, usem transmissores, e façam, inclusivamente, do tempo útil de jogo, tempo real de jogo. Para isso, pensarão em aumentar o número possível de substituições. Façam-no também, se quiserem. A bola continua redonda para ambas as equipas. Só quem foge às regras pode estar interessado na sua ilusão difusa, constatada à hora de jantar, na tv, e pela noite dentro... pela semana dentro! No dia seguinte, que diriam os jornais, inflamadamente, acendendo o rastilho da paixão irracional, de um jogo perfeito e sem casos?
Etiquetas: Do Glorioso, Dos Futebóis, Hipertexto Vazante, Prosas Cordianas, Quotidianos, TV
5 Comments:
Nesse caso, só a falta de visão deliberada pode justificar o penaltie hoje perdoado ao FC Porto...
:)
Só não adianto mais porque, na verdade, não vi o jogo (nem o resumo). Estive na Serra da Estrela e fui à neve... Nacional campeão?!?
Aquele abraço, Kaiser
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