Iraque: Soldados americanos invadem sindicato dos jornalistas
Há dias, soldados americanos assaltaram a sede do Sindicato dos jornalistas iraquianos no centro de Bagdad. Segundo a International Press Service (IPS), 10 guardas foram presos, e 10 computadores e 15 pequenos geradores destinados a famílias de jornalistas mortos foram apreendidos. «Eles mataram colegas nossos, encerraram jornais, prenderam centenas de jornalistas, e agora acertam-nos no coração com rusgas na nossa sede. Esta é a liberdade de expressão que recebemos», reagiu Youssif al-Tamini, membro do Sindicato de Jornalistas Iraquianos.
Esta não a primeira vez que as tropas americanas atacam jornalistas no Iraque, só que agora atingiram o maior símbolo da imprensa iraquiana. Muitos iraquianos acreditam que os EUA fizeram tudo o que puderam para manter calados os jornalistas em relação aos erros da ocupação americana. Em declarações à IPS, Youssif al-Tamini, do Sindicato de jornalistas Iraquianos, declarou: «Os americanos enviaram-nos muitas mensagens, mas nós recusámo-las.»
Para o jornalista Ahmad Hassan, «os americanos não aprenderam ainda que os jornalistas iraquianos levantarão a sua voz contra estes actos e vão manter a sua promessa de mostrar toda a verdade ao povo iraquiano». Alguns jornalistas sustentam que o governo iraquiano deu o seu aval aos militares americanos para agirem sobre instituições e pessoas que não sigam as ordens do Primeiro-Ministro Iraquiano Nouri al-Maliki. O incidente ocorreu apenas dois dias depois de o Sindicato de Jornalistas ter sido reconhecido formalmente pelo governo iraquiano. O seu novo estatuto permitiu ao Sindicato aceder às contas bancárias anteriormente bloqueadas, tendo então comprado novos computadores e equipamento de satélite.
Adam White, da Federação Internacional de Jornalistas, avisa: «Qualquer jornalista que não apoie a política dos EUA está em risco», acrescentando que, «nos últimos três anos, foram mortos mais de 120 jornalistas iraquianos». Num relatório elaborado pela organização «Repórteres sem Fronteiras», em matéria de liberdade de imprensa, o Iraque passou da 130.ª posição no tempo de Saddam, para a posição n.º 154 nos dias de hoje.
Mansoor Salim, um jornalista iraquiano reformado, remata: «Que estúpidos fomos ao acreditar nas afirmações sobre liberdade da administração Americana. Admito que fui enganado.»
Texto que me foi enviado por mail, numa newsletter cuja origem opto por não divulgar
Etiquetas: Imagens e Afins, Terrorismo, Textos Alheios, Totalitarismos
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