Baby Jane: O regresso aos grandes palcos
Baby Jane no Campeonato Nacional de Surf Buondi. Segundo dia da etapa Lightning Bolt Pro cumprida no Porto, sábado, 14 de Abril de 2007
Não sendo esta a melhor foto de conjunto do passado sábado, aqui se regista o regresso de uma banda que - como terei escrito no Caderno de Corda há algum tempo - fez história à sua escala e da qual ainda se darão notícias. Parece que eu tinha razão... Mais fotos brevemente no blogue partilhado do grupo. Pode ainda ver-se AQUI a reportagem da Hi-Life TV sobre o campeonato (surf only).
Próximo concerto: 2 de Junho - Campeonato Nacional de Surf, etapa Arnette Pro, ERICEIRA
Deixo-vos, a título de curiosidade, o line up do concerto:
1 - Credor
2 - É Difícil
3 - Italian Wool
4 - Betterman (Pearl Jam)
5 - Única Estrela
6 - História de um Vinho Azedo (João Trigo)
7 - Joana em Mim (João Trigo)
8 - Sol da Caparica (Peste & Sida)
9 - Universo de 1
10 - Princípio do Fim
11 - Quero Mais
12 - Rearviewmirror (Pearl Jam)
13 - Dia Final
Com agradecimentos especiais ao Sérgio Martins (FIAT), ao João Trigo e à fotógrafa Fabi
Etiquetas: Baby Jane, Fotos e Imagens Cordianas, Hipertexto Infuso, Música, Música Cordiana
21 Comments:
:D
a próxima data não será dia 19 de Maio, em S.Torpes?
Abração.
Em princípio, o concerto em S. Torpes não se realiza devido à pequena dimensão da estrutura e à pouca afluência de público. No entanto, foi-me dito que teríamos confirmação entretanto. Certo, certo é o da Ericeira. A bombar!!!
Pearl Jam e Peste & Sida? Não me digam que não têm reportório suficiente para o concerto... mas parabéns!!! Que seja o primeiro de muitos...
23 Abraços...
Oh!, Arnaldo! Então os Pearl Jam também não tocam Neil Young, The Who ou Ottis Redding? E os Peste & Sida não tocavam Ramones, Madness ou Zeca Afonso? E por isso não tinham reportório?! És um homem dos concertos... Não te vou explicar a mecânica da coisa!
;)
Sete Abraços Daqui
Mas esses já eram conhecidos quando o fizeram. Vocês têm é de promover as vossas músicas, dá-las a conhecer ao público. Que é feito da Luz da Lua(acho que era este o nome).
Já agora, quem é o João Trigo?
Uhm... Compreendo o teu ponto de vista. Mas optámos por deixar de fora cerca de 20 músicas velhas que já não são sentidas do mesmo modo, nem consentâneas com a experiência (vivência) dos Baby Jane de agora. Temos de, inevitavelmente, olhar para a frente e fazer escolhas, o que significa abdicar de boa parte do passado.
As covers são "bengalas", sim, confesso. São músicas muito "confortáveis" para nós, além de que permitem uma identificação imediata com o público que as conhece e gosta das respectivas bandas. Dão-nos também alguma segurança, uma vez que as tocámos vezes sem conta. São quase como... nossas!!!
Mas, em essência, concordo contigo. Vamos trabalhar coisas nossas e novas. É uma promessa que teremos um prazer indefinível de cumprir.
Mudemos de assunto: Sem imaginares, nas duas frases finais do teu comentário, relacionaste espantosamente dois elementos indissociáveis: o "Luz da Noite" (era "Noite"; o refrão é que continha o "luz da lua")e o João Trigo. Parece-me quase que absorveste inconscientemente a dimensão oculta das ideias.
É incrível a associação!: O "Luz da Noite" foi a primeira música que compus e escrevi, durante uma festa de "som" na vivenda vazia do César (Kaiser), no dia em que apanhei a minha primeira bebedeira. Inicialmente em inglês, foi tocada indizíveis vezes nas escadas e bancadas dos Salesianos, um colégio católico. Diga-se que, originalmente, o título era simplesmente "Devil"...
O João Trigo era um ano mais velho, e seguramente aquele de entre os mais velhos de que eu mais gostava. Tocava baixo na banda mais antiga e experiente do colégio. Além do mais, compunha praticamente a totalidade das músicas, donde sobressaíam as letras, na voz do Dino, a roçar os píncaros da genialidade.
:)
Recuando um pouco, recordo-te a tal bebedeira na casa do Kaiser. O Trigo estava, obviamente, lá (Trigo e Kaiser são amigos e ex-vizinhos de longa data). Sentados no chão, noite alta, na sala quase vazia - não fosse a mesa com o frango assado -, eu e o Trigo, cada um com a sua viola.
Comecei uns acordes ("power chords", claro), Mi, Sol, Lá, Si#, o Trigo seguiu a deixa e cantarolou... Foi como se me abrisse a cabeça. É isso... o Trigo foi uma das pessoas que felizmente passaram pela minha vida que me "abriram a cabeça"! Uma vez, em Albufeira, uma miúda mais velha, estúpida e má, também me abriu a cabeça: atirou-me com uma pedra de calçada. Sete pontos, pelo menos.
Fiz a música em inglês. Se bem me lembro, parti do mote dado pelo Trigo. Uns meses mais tarde, os Hades (a primeira banda que tive, com os meus amigos de infância e pré-adolescência João Luís, Quim, Armando, César e Barata) tinham a oportunidade de inscrever uma música original num grande (era mesmo!) concurso a realizar-se nas OSJ - a segunda edição da "Festa da Música", sendo que havíamos vencido inesperadamente a primeira edição.
Avançámos com o "Devil", mas quisemos assumirmo-nos como uma banda que comunicava em língua portuguesa... Então, andei dias a pensar como escrever uma música em português... Sempre havia escrito letras apenas em inglês... Até que, numa tarde de dia de festa no colégio (dia de D. João Bosco?), fui com o Trigo até casa dele e comentei, no elevador, a dificuldade que estava a sentir para escrever uma simples letra na língua de Camões. Sei dizer que, entre os hipotéticos 12 segundos que demorámos até o elevador estancar no andar de destino, o Trigo sacou de debaixo da língua os dois primeiros versos. Tentei não esquecê-los, pedi-lhe para continuar a pensar no assunto e, se possível, para me transmitir os desenvolvimentos no intervalo da manhã do dia seguinte.
Na manhã seguinte, num átrio, reencontrámo-nos. O Trigo trazia o olhar cintilante e perspicaz que o caracteriza e que transmite confiança. Tirou de dentro do bolso das calças de ganga um papelito dobrado em quatro e passou-mo para a mão. Foi rápido. Trocámos umas palavras e tenho ideia de ele se ter afastado rapidamente, como se não quisesse ver a minha reacção imediata (a menos espontânea quando temos à nossa frente quem nos presenteia).
Na ausência dele li o bloco de quatro frases. A métrica parecia perfeita à vista. Gostei. Aquilo embalou-me e escrevi o resto na aula seguinte. O "Luz da Noite" concorreu à "Festa da Música" e alcançou um honroso segundo lugar.
O Trigo foi o meu Ary dos Santos (e sabe-o).
Ó Arnaldo, olha só a trabalheira que o teu comentário me deu!
Tocaste num dos vários pontos "G" das minhas memórias!
:D
Aquele abraço!
Ah!, falta uma informação preciosa no comentário anterior: o João Trigo é o autor de duas músicas tocadas actualmente pelos Baby Jane: "História de Um Vinho Azedo" e "Joana".
Exactamente por ter visto esse nome assoociado a essas músicas, e como nunca tinha ouvido falar nele, é que perguntei. Mas é o autor das musicas ou apenas das letras?
Já nem me lembrava do nome da música mas ainda me lembro, e por isso referi essa especificamente, que era a que mais gostava de voces. Tem uma riff de guitarra muito boa, tem poder, tem pica. Agora que falaste lembrei-me de quando era "Devil" embora não me lembre da letra em ingles, mas a de portugues lembro-me e gosto. Eu já sabia que vocês não a tocavam à muito mas sempre foi "aquela".
Obrigado pela explicação e um forte abraço...
O Trigo era um compositor completo: fazia com mestria letras e músicas. No entanto, a nossa versão da "História de Um Vinho Azedo" é, de facto, um arranjo totalmente novo feito por mim, uma vez que, passados tantos anos, já ninguém se lembrava dos acordes exactos nem da estrutura... O "Joana" também tem umas nuances musicais já introduzidas pelos Baby Jane. As letras são inteiramente da autoria do Trigo, um letrista de primeira água, garanto-te.
Outro abraço grande, meu velho
Espero estar presente num dos vossos próximos concertos para que possa conhecer essas musicas e, claro, para vos voltar a ver pois nem me lembro da última vez que isso foi.
Um grande abraço, desculpa lá a trabalheira que te dei e espero que possamos beber um copo com o pessoal todo, quem sabe a seguir a um dos vossos concertos...
Dá-lhe...
Que é isso, meu velho! O prazer foi todo meu!
Aquele!
E eu espero que o Luz da Noite não tenha que ficar guardado no baú... mais que não seja em tua "homenagem" Arnaldo!
Eu gosto do tema, e também acho que tem um ganda power... e até estamos a precisar de músicas do género, certo David?
Já agora David, não havia mais uma ou duas músicas que podias pedir ao Trigo para lhes darmos uma "lavagenzita"?
É uma pena, que temas tão fixes fiquem perdidos na memória daqueles que tiveram o prazer de os ouvir!
Hoje vinha no carro a cantarolar a "velha na cadeira de rodas" e o "heavy mentol"... será um sinal?
Inté...
!
Pinto,
mas... tu tens isso gravado?! Como?!
("Velha Caquética")
Na minha opinião, devíamos começar pelo Revolução e pela gravação (ainda) incompleta que fiz da última do Paulo...
Aquele!
David,
eu não tenho nada disso gravado, mas lembro-me de as ter escutado ao vivo, e penso que tu e o Paulo se lembram delas!
Eu acho que nós fazemos temas muito fixes, mas era só para não se perderem estes, que ainda por cima são de amigos vossos, e com muita qualidade... na linha da História e da Joana!
Também acho que devíamos pegar na música nova, e no Revolução... se bem que temos de vê-la no conjunto, e repensar bem naquela parte do meio!
Domingo tratamos disso... :-)
Aquele.
Esta janela de comentários obriga-me a recuar mais de dez anos na minha, não obstante, curta vida.
Primeiro que tudo, importa agradecer o elogio do nosso timoneiro blogosférico. Embora me sentisse parte da banda, o facto é que os Hades contaram com a presença pontual do Kaiser, Eu, no baixo - "Highway to Hell", 1.ª festa da música das OSJ.
Quanto ao "Devil" - my name is devil, I walk on the streets no one can hear, I drink all the blood of those who fear -, é verdade que cedi o meu "estúdio" na Parede, regado de cerveja, gin, frango assado e, mais importante que tudo, amigos!
A "Velha Caquética", título original, se a memória não me atraiçoa, foi uma piada musical que o Trigo e a Sofia compuseram em honra a nossa (viviamos todos no mesmo prédio) vizinha do 1.º Andar Esquerdo, rolava mais ao menos assim: Velha caquética, que guardas o portão, velha esquelética, vai cair-te a mão, tens muitas histórias para contar, na tua cadeira de rodas, u ié!
O "Heavy Mentol", que contava com uma generosa guitarrada do João Cruz, e a "Velha Caquética" são originais dos "Akaheku" - banda do Trigo, Cruz, Dino, Moreira e Ricky, que contou com a presença do Bernardo e da minha pessoa, num memorável concerto no Aquaparque -, que estiveram talhados para voos mais altos, mas, na hora da descolagem, tiveram vertigens.
A estas duas, podemos juntar a, para mim, grande malha "Joana em mim maior": esta música é muito boa!!!
Por ora, já chega de recordações!
Quanto a gravações, escusado será dizer que o Trigo tem isso tudo gravado!
:)
Muito bom, Kaiser. É, sem dúvida, por estas que vale a pena ter um blogue.
Aquele abraço, Irmão.
até para mim foi bom recordar momentos que nunca vivi... sem dúvida que blogs destes valem a pena!
Abraço BabyJaniano para ti Kaiser.
Aquele...
Caríssimos amigos,
muito honrado fiquei em ler o que do meu parco e longínquo trabalho nas lides das letras acharam. Um abraço a todos e muito obrigado. Também gostei de recordar essa note em casa do Kaiser, uma daquelas que realmente ficam como marcos nas nossas lembranças de adolescência.A comparação a Ary dos Santos envergonha-me, como imaginas, H. De qualquer forma, fico contente por ter tido uma pequena influência na tua "vida musical". aquele abraço. Trigo
Sem troca lamechas de galhardetes, muito honrado fico eu por te ter aqui, meu Irmão Trigo. Bem... o Ary é, em personalidade ufana e jactante, o oposto de ti... Para mim, o simbolismo é outro, mas esse revelo-to pessoalmente. A influência que tiveste não foi pequena, meu querido.
:)
Aquele abraço, Irmão
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