Alguma coisa no ar... Um voo nocturno...
Senti que alguma coisa estava no ar,
no respiradouro climatizado,
temperado pelo rádio a tocar
um air play condicionado.
Nisto dá-se a súbita catarse
quando a voz do Jorge irrompe
fresca e doce da agrilhoada farsa
imposta à música a monte.
Talvez não te lembres...
Encostei-me a ti, Jorge,
colei o ouvido ao teu pescoço
e desatei em lágrimas...
Em tempos... Foram-se anos
desde o Aço Inox em Santos,
a casa na Aguiar e a outra em São Bento,
Artilharia 1, a madrugada e eu,
eu que não me aguento...
Encostei-me a ti hoje,
de novo sintonizado.
O escritório tinha um ar pesado
até tu saíres puro da telefonia,
rompendo a melancolia
num lençol rasgado de amor.
Também te quero bem.
"Encosta-te a mim."
no respiradouro climatizado,
temperado pelo rádio a tocar
um air play condicionado.
Nisto dá-se a súbita catarse
quando a voz do Jorge irrompe
fresca e doce da agrilhoada farsa
imposta à música a monte.
Talvez não te lembres...
Encostei-me a ti, Jorge,
colei o ouvido ao teu pescoço
e desatei em lágrimas...
Em tempos... Foram-se anos
desde o Aço Inox em Santos,
a casa na Aguiar e a outra em São Bento,
Artilharia 1, a madrugada e eu,
eu que não me aguento...
Encostei-me a ti hoje,
de novo sintonizado.
O escritório tinha um ar pesado
até tu saíres puro da telefonia,
rompendo a melancolia
num lençol rasgado de amor.
Também te quero bem.
"Encosta-te a mim."
Nota Autoral: Vou agora na quarta audição do mais recente álbum do profundíssimo amigo Jorge Palma, meu pai musical e principal inspiração. Sabia estar para breve o lançamento, mas desconhecia a data exacta. Porque, de certo modo, censuro a escassa divulgação e promoção do álbum "Voo Nocturno", aproveito para, daqui do Caderno de Corda, fazer eco do lançamento e recomendar vivamente a compra do disco, sem dúvida o melhor álbum de inéditos desde "Bairro do Amor", editado em 1989. Um álbum consistente e arrepiante, subcutâneo e, paradoxalmente, à flor da pele, explosivo e intimista (!), inspirado, puro.
Hoje estava no trabalho, à secretária, e ouvi inesperadamente o primeiro single "Encosta-te a mim". Comentei para com um colega que tal significava uma ida às compras, no final do dia. Só à terceira (depois de ir às Amoreiras e ao Colombo) consegui comprar o disco, no Media Markt do Estádio da Luz. Curiosamente, deparei-me, à chegada ao parque de estacionamento do Estádio, com Rui Veloso, Carlos do Carmo, Mariza e Camané, numa só leva. Vali-me da carteira profissional de jornalista (confesso!) para permanecer junto ao recinto, no parque, donde pudesse ver também o interior do estádio, onde decorriam os ensaios para as comemorações que ali se vão realizar no próximo dia 07/07/07, o "meu" número... O Rui Veloso fitou-me, à chegada. Não desarmei e, ao terceiro longo segundo de fixação do olhar, lancei-lhe o gesto de uma vénia com a cabeça, sorri e disse-lhe boa noite. Sorriso e cumprimento devolvidos pelo Rui, numa empatia imediata e, diria, química, soube que andava alguma coisa no ar. Não é todos os dias que, sem se saber ler nem escrever, se está nos mesmos 10 metros quadrados com os três maiores nomes do fado pós-Amália e com o rei do rock português.
Segui caminho, comprei o álbum, cheguei a casa e vim espreitar o Caderno de Corda, ao passo que colocava o CD no leitor. Escrevi o poema supracitado para o Jorge, enquanto o escutava. Na caixa de comentário do post anterior (AQUI) tinha uma mensagem do Luís Gravito (Maçã de Junho), co-autor do blogue mais actualizado sobre o Jorge. Muito honrado e surpreendido, retribuí o comentário e ofereci-me para colaborar com a equipa. Ao que parece, tenho as portas abertas. À tarde já havia enviado uma mensagem de fraternidade, carinho e admiração ao Jorge. O "engenheiro de pontes entre amigos" voltou à obra, e eu quero atravessar esta ponte e a outra, "enquanto houver estrada para andar".
A partir deste momento, inclui-se também no hipertexto vazante do Caderno de Corda o link para o Blogue Palmaníaco (o mais actualizado ao momento).
Etiquetas: Da Blogosfera, Diário de Bordo, Hipertexto Infuso, Hipertexto Vazante, Música, Notas Autorais, Poesia Cordiana, Quotidianos, Sideral
7 Comments:
Por acaso Maçã de Junho somos os 5...eheh Neste caso, o Tiago...relativamente ao blogue, não é oficial, é o espaço mais actualizado sobre o Jorge nos últimos dois anos devido à inactividade do site marginal, mas não somos oficiais:) Efectivamente este Voo Nocturno merece muitas audições...
"As Aventuras de Davi no Reino Musical"
Peço desculpa pela confusão gerada em torno do epíteto Maçã de Junho. Sobre o blogue, estava convencido de que a coisa estaria oficializada. É verdade que o site Marginal precisa urgentemente de trabalho voluntário... Ainda nem se mencionou este último lançamento... Tiago, este Voo Nocturno já vai, pela minha parte, na sétima audição! And the meter is rising!
Aquele abraço palmaníaco aos dois
"Epah..deixa-me abrir contigo..desabafar contigo..falar-te da minha solidão.."
:)
Daí pr'aqui...
;)
Sabe bem um "voo nocturno"..rasante, alado, acima das nuvens...como o sonharmos...
Obrigada pela visita :)
Voar na palma das canções é como ser apanhado pelo olho do furacão -ninguém sai ileso...A chama crepita dentro da pele...
"Tira a mão do queixo/não penses mais nisso..."
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