Palavra de Abril
Sequestraram Abril com mãos de seda,
domesticaram a luta, a revolta,
fizeram-na dia manso, de folga,
liberdade cunhada em vil moeda.
Abril roubado, o lucro de quem o herda.
Esquerda e direita, o embuste da escolha –
a elite decide sob escolta;
Abril na teia que o poder enreda.
O caos não significa anarquia,
lâmina que degola a iniquidade
no gume da língua da tirania.
Chamaram à utopia vã ingenuidade,
quimera canora da profecia
que há-de libertar a humanidade.
domesticaram a luta, a revolta,
fizeram-na dia manso, de folga,
liberdade cunhada em vil moeda.
Abril roubado, o lucro de quem o herda.
Esquerda e direita, o embuste da escolha –
a elite decide sob escolta;
Abril na teia que o poder enreda.
O caos não significa anarquia,
lâmina que degola a iniquidade
no gume da língua da tirania.
Chamaram à utopia vã ingenuidade,
quimera canora da profecia
que há-de libertar a humanidade.
Soneto com rima toante de Jeremias Cabrita da Silva
in "Depois da Última Revolução Vem a Primeira"
(Edições Utopia, 2034)
Etiquetas: 25 de Abril Sempre, Chordian Poetry, Jeremias Cabrita da Silva - Citações e Textos, Poemas da Crise, Poesia Cordiana, Revolucionando
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