Vilanela do Homem-Resíduo
Um turno é um túmulo a prestações.
A app escraviza em tempo real.
Diz não colectivo: faz revoluções.
Cérebro rendido não cria opiniões;
corpo registado em chip digital.
Um turno é um túmulo a prestações.
Mente submersa em simulações,
juízes em púlpito virtual.
Diz não colectivo: faz revoluções.
Suor transcrito em frias equações,
métrica do lucro, saldo imoral.
Um turno é um túmulo a prestações.
Máquinas de versejar vãs canções,
tributo no altar do capital:
Diz não colectivo – faz revoluções.
O homem, cascalho das instituições,
jaz mero resíduo industrial.
Um turno é um túmulo a prestações.
Diz não colectivo: faz revoluções.
Etiquetas: 25 de Abril Sempre, Chordian Poetry, Jeremias Cabrita da Silva - Citações e Textos, Poemas da Crise, Poesia Cordiana, Revolucionando, Vilanelas


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