O cavalo e a corda
Um homem passeava por uma pequena cidade rural quando um cavalo reteve a sua atenção. Parou momentaneamente a observar o animal. Intrigou-o o facto de que aquela poderosa criatura estava presa por apenas uma pequena corda amarrada frouxamente a uma cadeira de plástico. Sem cercas, sem correntes, sem portões de cavalariça. O cavalo poderia, facilmente e a qualquer momento, romper o vínculo à cadeira, mas, por alguma razão, não o fez.
O homem viu ao largo aquele que aparentemente seria o dono do animal e perguntou-lhe como é que o cavalo tinha sido amestrado para ficar ali imóvel, como se estive irremediavelmente preso.
- Bem - disse o proprietário -, é muito simples: quando eles são muito jovens e pequenos, usamos a mesma corda para amarrá-los e, nessa idade, é suficiente para segurá-los. Claro, eles tentam libertar-se, mas rapidamente descobrem que não conseguem. À medida que crescem, são condicionados a acreditar que não podem fugir. Este cavalo, por exemplo, acredita realmente que a corda o impede e nunca procurou libertar-se.
O homem ficou surpreso. O animal podia fugir a qualquer momento, mas acreditava não haver alternativa; estava mentalmente condicionado. Perturbado, o homem prosseguiu o seu passeio, deambulante, e deu por si a questionar-se. "Quantos de nós são exactamente como aquele cavalo indefeso?"
Etiquetas: Imagens e Afins, Liberdade de Expressão, Metáforas, Notas Internas, Reflexões de Ponta, Textos Alheios, Totalitarismos