quinta-feira, fevereiro 26, 2009

Poemetos da Impunidade n.º 5

Diziam que sabiam quem era
a doce Susana da pastelaria
e o Abílio dos jornais.
Namoriscaram, em tempos,
como à antiga se fazia.
No fundo ela sempre quisera
dois homens na cama, numa fantasia
que o pobre, púdico, nunca lhe realizaria.
Mas o bom do Abílio é que queria...
-*-
"A impunidade é segura quando a cumplicidade é geral."
(Marquês de Maricá)

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quinta-feira, novembro 02, 2006

Poemetos da Impunidade n.º 4

Diziam que sabiam quem era
o bebedanas da tasca da esquina
c’o bucho a boiar em ‘pitróil’.
“Aquele já não se regenera...,
o subsídio chega-lhe p'rá cardina...
basta-lhe à cabeceira o tintol!”
Risível de escárnio, o homem, tão bera,
deixara à avó a menina.
Morrera-lhe a esposa em Abril.
Apenas esquecera.
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"A impunidade é segura quando a cumplicidade é geral."
(Marquês de Maricá)

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quinta-feira, outubro 26, 2006

Poemetos da Impunidade n.º 3

Diziam que sabiam quem era
a mulher da ex-mulher do Joaquim,
solitária, bebendo de pé o café da manhã.
“O corno não lhe chegava, pudera!...”
E ela pensava, para consigo: “Eu sou dentro de mim”.
Estava aviada a sentença; trincada a maçã.
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"A impunidade é segura quando a cumplicidade é geral."
(Marquês de Maricá)

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sexta-feira, outubro 20, 2006

Poemetos da Impunidade n.º 2

Diziam que sabiam quem era
a criança desconhecida abusada
pelo apresentador de TV.
Um dia publicou-se foto, na blogosfera,
da criança desconhecida agachada,
perguntando-se: “O que vê você?”
Todos comentaram, despicientes,
apenas o apresentador de TV.

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"A impunidade é segura quando a cumplicidade é geral."
(Marquês de Maricá)

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quarta-feira, outubro 18, 2006

Poemetos da Impunidade n.º 1

Diziam que sabiam quem era
a mulher de um juiz
que roubava cuecas nos chineses.
À noitinha vestia-se, a fera,
tigróide e acesa em anis,
calcando suecas no Algarve
aos portugueses.
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"A impunidade é segura quando a cumplicidade é geral."
(Marquês de Maricá)

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