2010
Preparo o novo ano,
infectado pela epidemia das febres colectivas.
Não posso esquecer os que me esqueceram.
Quero ter 12 passas e um copo de champanhe.
Não posso estar triste nem só.
Quero afastar de mim a melancolia
e vou procurar cumprir uma lista de boas intenções.
Começo por esquecer os que se lembraram,
esqueço de me esquecer e bebo um copo a mais.
Dou 12 passas num cigarro de hasheesh
e vazo latas de cerveja até bambolear.
Chego a ser o mais solitário dos homens,
desencontrado e irreconhecível na multidão.
Dou por mim confrontado com a minha tragédia
e conformado com a dor de cabeça.
A lista de boas intenções, essa,
começava por deixar de fumar
ou cumprir sonhos de manhãs saudosas,
e tudo com início no ano que começa.
Entro com o pé direito
e repiso a mesma sola
com o mesmo pé,
no mesmo chão,
mas incapaz de olhar com nitidez o futuro,
descrente na felicidade provocada
dos mais incrédulos,
junto à Torre de Belém
ou no réveillon do Ritz.
Entro com o pé direito
e quero dormir,
abandonar todos os projectos,
esquecer os que se lembraram
e os que se esqueceram;
quero curar a bebedeira
e acordar depois,
para um excelente ano novo,
crente apenas no vómito provocado
dos infelizes.
Chega de poéticas.
É tempo de nos zangarmos.
infectado pela epidemia das febres colectivas.
Não posso esquecer os que me esqueceram.
Quero ter 12 passas e um copo de champanhe.
Não posso estar triste nem só.
Quero afastar de mim a melancolia
e vou procurar cumprir uma lista de boas intenções.
Começo por esquecer os que se lembraram,
esqueço de me esquecer e bebo um copo a mais.
Dou 12 passas num cigarro de hasheesh
e vazo latas de cerveja até bambolear.
Chego a ser o mais solitário dos homens,
desencontrado e irreconhecível na multidão.
Dou por mim confrontado com a minha tragédia
e conformado com a dor de cabeça.
A lista de boas intenções, essa,
começava por deixar de fumar
ou cumprir sonhos de manhãs saudosas,
e tudo com início no ano que começa.
Entro com o pé direito
e repiso a mesma sola
com o mesmo pé,
no mesmo chão,
mas incapaz de olhar com nitidez o futuro,
descrente na felicidade provocada
dos mais incrédulos,
junto à Torre de Belém
ou no réveillon do Ritz.
Entro com o pé direito
e quero dormir,
abandonar todos os projectos,
esquecer os que se lembraram
e os que se esqueceram;
quero curar a bebedeira
e acordar depois,
para um excelente ano novo,
crente apenas no vómito provocado
dos infelizes.
Chega de poéticas.
É tempo de nos zangarmos.
31 de Dezembro de 2009
Etiquetas: Poesia Cordiana