Imediatamente findo o período de reflexão, este
post, de análise dos
resultados da
Sondagem Cordiana II: São ou Nim? Carne ou Peixe?, é escrito já nos primeiros minutos do dia de voto no referendo à lei do aborto.
A projecção de resultados avançada pela Sondagem Cordiana não será, no entanto, realista - a avaliar pela pouca afluência à urna virtual (apenas 20 votos totais) e pela vitória absolutamente esmagadora da tendência para o "sim", contra a total ausência de votos no "não".
Numa sondagem da Eurosondagem para o Expresso, SIC e Rádio Renascença, o "sim" está em vantagem, com 53,1 por cento, relativamente ao "não", com 46,9 por cento. Observa-se, pois, uma vantagem de seis pontos percentuais do "sim", apontando-se 12,5 por cento de indecisos e uma previsão de abstenção a rondar os 43 por cento.
O "sim" à despenalização é também o vencedor na sondagem da Universidade Católica (velhos tempos...) para a RTP, com 58 por cento das intenções de voto - mais 16 pontos percentuais do que o "não", com 42 por cento.
Da Sondagem Cordiana II, cujo aberto leque de dez respostas permitiria aferir a dúvida e o anseio do votante por trás da cruz dicotómica, retiram-se os seguintes resultados:
Num total de 20 votos, 13 recaíram no "sim" puro (65%), sem adendas, demonstrando concordância com a colocação instituída do referendo tal como se apresenta. Notem-se, no entanto, mais dois votos (10%) convictos na resposta "sim, manter uma lei hipócrita é sintoma de uma sociedade intoxicada e desonesta" e outro (5%) em "sim, esta é uma questão pragmática e racional que dispensa moralismos". Somando-se estes três resultados, obtemos uma margem de 80 por cento dos votos inamovivelmente favoráveis à despenalização do aborto.
Ainda pelo "sim" mas com algumas dúvidas, não concordando com "o modo como as coisas estão a ser feitas", registam-se dois votos (10%).
Neutrais, apenas dois votos (10%) na hipótese "se pudesse, mudava a pergunta" retraem uma resposta afirmativa para qualquer dos lados.
Para o autor do Caderno de Corda não deixa de ser curioso notar que, aparentemente, este blogue não tem leitores pelo "não"...