sexta-feira, junho 30, 2006

Foi Chico quem disse?

Vivendo a poesia de verdade,
Eu vi João e Chico e Caetano,
E vi chegar um estrangeiro,
Um velho, sábio decano,

Trazendo no peito ansiedade
Num interminável aguaceiro
Que lhe chovia dentro todo o ano,
onde encontrava a alegria num palheiro.

Não cria verdadeira a poesia-felicidade,
O estrangeiro da verdade
A quem um dia leu cedo o brasileiro
E se fez poeta-primo do lusitano.

Chico viu enfim um homem ser feliz
E, meninos, eu gostei do que ouvi,
Vivendo a poesia de verdade,
Mas é Chico quem o diz,
Sem ter medo de ser feliz.
É Chico quem o diz…

Vivendo a verdadeira liberdade,
Eu vi chegar um viajante
Já quase sem dinheiro,
Num trajecto errante,

Rotulando desonestidade
E comportamento grosseiro,
Tinha ainda a agravante
De agora ser brasileiro.

Mas depressa se fez maior a cidade,
E, como o sol, é a Verdade:
Permite-nos tudo ver por inteiro,
Mas olhá-los, só de relance.

Chico viu enfim um homem ser feliz
E temeu quando viu incendiada a cidade,
Vivendo a poesia de verdade,
Mas é Chico quem o diz,
Sem ter medo de ser feliz.
É Chico quem o diz…

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O Rui Costa faz ou não faz falta no meio-campo, ahn?!

quinta-feira, junho 29, 2006

Portugal - Inglaterra (24/06/2004), Euro 2004. Comentários do saudoso Jorge Perestrelo

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Foram hoje prometidas umas luvas de guarda-redes

A promessa deverá cumprir-se no dia 28 de Novembro de 2006. Para que fique escrito.

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quarta-feira, junho 28, 2006

Talvez ainda a propósito da Holanda...

"Nada como um inimigo, de preferência desleal. Perverso é o inimigo leal, que, além de tudo, nos priva da hipótese de ira santa. Inimigo bom é inimigo mau."

Mário Negreiros in Jornal de Negócios, 27 de Junho de 2006

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terça-feira, junho 27, 2006

A Batalha de Nuremberga

Para os Aliados, na Segunda Guerra Mundial, a conquista de Nuremberga teve um significado especial.
Nuremberga era, desde 1927, a cidade anfitriã das impetuosas manifestações de terror e poder do partido do Reich, cujas monumentais estruturas concebidas haviam sido construídas de acordo com os planos de Albert Speer.
Em 1935, as "Leis Raciais de Nuremberga" - que os Aliados consideravam constituir base legal para a perseguição aos judeus - foram anunciadas na cidade. Também o Oeste estava familiarizado com a propaganda antijudaica de Julius Streicher, editor do jornal Der Stürmer.
Nos Estados Unidos da América, Nuremberga era referida como o "Templo Nazi" e olhada como representação urbana do Nacional-Socialismo Alemão.
Para os Aliados, a sua captura significava um sinal visível da vitória militar e moral sobre a ditadura Nazi, que ali celebrara o seu florescimento.

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segunda-feira, junho 26, 2006

Busca!


Portugal 1 - 0 Holanda, golo de Maniche. Oitavos-de-final do Campeonato do Mundo de futebol

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sexta-feira, junho 23, 2006

Ditosa Pátria

Ditosa Pátria,
maré d'espanto,
mulher de peito aberto
em boca, sedento
e farto,
mulher de tantos,
ditosa Pátria decerto;
a toda a hora os prantos;
numa bola o alento.

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quinta-feira, junho 22, 2006

Tengo muchas ganas

No. Hoy no tengo ganas de escribir sobre los muy valientes portugueses. Mas sucumbo. Qualquer dia parecemos os venenosos e cínicos italianos a jogar à bola... Veremos se, agora que vão interpor-se no nosso caminho equipas a sério, conseguimos continuar a marcar primeiro, caso contrário... kaput. Seria Scolari capaz de jogar com dois pontas-de-lança em caso de desvantagem?
Adiante, só uma curta, breve, pequeníssima nota acerca do modo inacreditável como se processou a acção aquando do primeiro golo por nós sofrido neste Mundial. Depois de tantas décadas de aperfeiçoamento de mecanismos técnico-tácticos (uma vénia ao Mestre Futebólogo Gabriel Alves), é preciso chegar a um Campeonato do Mundo, em 2006, para se defender um canto sem vivalma ao segundo poste?! Não tecendo argumentos redundantes quanto a esta matéria, que quem gosta de bola sabe exactamente do que estou a falar (escrever), termino com uma palavra de apreço pelo Simãozinho, que hoje fez de Figo, mesmo estando o segundo, visivelmente menos fresco, em campo: deu o golo a Maniche e converteu o penalty. Hombre, já há muito estás no nosso coração. Resultado final: Portugal 2 - 1 México. Três jogos, três vitórias.

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quarta-feira, junho 21, 2006

A ditosa Pátria

"(...) Ao ver uma bandeira portuguesa pendurada numa varanda de um prédio degradado, imagino o tipo de orgulho nacional que sente a alminha que a lá pôs. Hoje, não consigo vibrar com as vitórias da selecção "de todos nós", porque, hoje, a nossa Nação está reduzida a um trapo pendurado à janela, com o patrocínio de um Banco, de um jornal ou de uma loja de electrodomésticos... Não admira que os brasileiros se sintam cada vez mais em casa neste país. E se, por um acaso, Portugal for campeão neste mundial de futebol, o povinho vai sair à rua, em histeria completa. E passaremos a viver no melhor país do mundo."

Rui Semblano
19 de Junho de 2006

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terça-feira, junho 20, 2006

Advertência ao estimado leitor

Adverte-se o estimado leitor - o assíduo mas, especialmente, o "páraquedista" - de que, sublinho a bold (porque a caixa de edição do blogspot não inclui essa característica), não é apanágio do Caderno de Corda tão costumeira e frequente abordagem ao desporto-rei.
É um facto conhecido a predilecção do autor pelo futebol e, muito mais importante, o amor que nutre pela camisola do mais glorioso clube do mundo, bem como pela da selecção lusitana. O autor convida assim o benquisto leitor que desdenha os encantos massivos do futebol, a passar os olhos por textos de outro cariz - nomeadamente poético -, dispersos pela página presente e respectivos arquivos, podendo, quiçá, deparar-se com algo mais prazenteiro à sua preferência.

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segunda-feira, junho 19, 2006

A torcer por Portugal? Até os Simpsons!



Já que estamos em inevitável maré de Mundial de futebol, e como ontem dei com um post muito feliz e oportuno no Teoria da Suspiração, insisto na temática e lanço hoje este excerto imperdível de um episódio antigo dos "Simpsons", no qual Bart veste orgulhosamente a camisola da selecção nacional e toda a família vai assistir a um embate que decide qual a melhor equipa de soccer do mundo entre... Portugal e México (podem crer!). Reparem ainda no pormenor: a minutos do início do jogo, Homer, nervoso, diz para Marge: "I'll kill myself if Portugal doesn't win!" Segundo se pode ler no referido post do Teoria da Suspiração, «pouco depois o jogo é interrompido devido a confrontos nas bancadas...»

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domingo, junho 18, 2006

O "pormaior" Figo


Foto AP

Não vou insistir naquilo que já todos sabem: pois sim, estamos apurados e, no próximo dia 21, dependendo do resultado do jogo entre Argentina e Holanda, conhecer-se-á o adversário dos oitavos-de-final. Dito o essencial, devo acrescentar que este "4x5x1" já não foi tão "cagarolas" (talvez devido à formação inicial se ir aproximando, aos poucos, daquela que Scolari considera ser o núcleo duro); que o Maniche e o Costinha fazem melhor dupla do que o Tiago e o Petit (especialmente o Maniche em detrimento do Tiago); que a máxima "não há jogadores insubstituíveis" é falsa: o que seria de nós sem o Figo? Repare-se bem no "pormaior": Figo ainda não marcou nenhum golo... Os três golos portugueses foram apontados por Pauleta (após grande jogada e assistência de Figo), Deco (idem) e Cristiano Ronaldo (depois de falta para penalty sobre... Figo). Observa-se um padrão? É por demais óbvio. O Clube Portugal está em crescendo, não haja dúvida, e, apesar da "cagarolice", o mister tem o meu voto. Mas agora que os jogos vão começar a doer, espero que, em caso de desvantagem, haja coragem para lançar o Nuno Gomes em campo, lado a lado com o Pauleta, como não aconteceu na final do Europeu... Espero que essa lição tenha sido estudada. Quem não procura não encontra.

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quinta-feira, junho 15, 2006

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quarta-feira, junho 14, 2006

Imaginassem os Antigos

Num suspiro, o fumo lança
sobre a cabeça grisalha.
Baudelaire via escravas mouras
por entre a dócil maralha
em dias de felicidade,
cujos cabelos o sol não aloura
na candura e na tenacidade
dos seus lúbricos movimentos.
Mais temos, mais queremos.
Liberdade, prosperidade,
maior a ambição
de não deixar de ter nem ver televisão,
escravos da arbitrariedade
de não ter a sublime coragem
de realizar a própria vontade,
ondulantes como cisnes,
como húmidas escravas mouras de um poema,
entregando o destino
a longínquas auras celestes
que ordenassem ao acaso
as alegrias e as tristezas,
e fossem comandadas por Deus
- Ele próprio! -
todas as curas de todas as pestes.
Baudelaire via apenas escravas mouras
em dias de felicidade,
na candura dos seus lúbricos movimentos.

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terça-feira, junho 13, 2006

Valha-nos Santo António

Eu já sabia que o comboio, além de apitar, vai cheio de moças para a Covilhã. Já sabia que não há como o burrito para ver aquele amor meu. Já sabia que não há no mundo festas como as de Lisboa, num ambiente generalizado de alegria e respeito sem igual. Aquele abraço ao mano Kaiser, com quem estive toda a noite. Eu podia ter perdido uma palheta, mas ele o telemóvel... Os santos estiveram connosco.
(Aquela cena de pancadaria junto ao Castelo foi a excepção à regra.)

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segunda-feira, junho 12, 2006

Figugal e o "4x5x1 cagarolas"

Antecedendo o Angola-Portugal, acreditava piamente que, se acaso marcássemos antes dos 10 minutos de jogo volvidos, venceríamos por meia-dúzia; e que, por oposição, se não marcássemos cedo, cada minuto passado sem golos seria, para os irmãos angolanos, um "nitro" de esperança e alento catalisados. Pensava eu que, em desvantagem mal estreados no Mundial, os Palancas iam perder a cabeça, como quem tinha de restaurar a independência. O golo surgiu mesmo na alvorada do jogo, mas a goleada nem de perto nem de longe se esboçou, e os compatriotas de Mantorras não perderam o tino, apesar do golo madrugador (4 minutos) e do aviso prévio de Pauleta aos 15 segundos. É um facto que adormecemos; que demos esperança ao adversário; que fizemos um jogo atípico, uma vez que, vencendo, não mantivemos a posse de bola como poderíamos, acertando um sistema de passe curto e rápido na saída para o ataque. Não fomos sequer capazes de jogar em ataque continuado. Bolas bombeadas, confusão no meio-campo, as alas pouco exploradas, e o Pauleta solitário na frente - como, aliás, já havia acontecido no Europeu. As substituições "pela certa" de Scolari (Costinha pelo "puto estúpido"; Maniche por Petit e Hugo Viana por Tiago), que povoou, quanto a mim, ostensiva e cobardemente a linha média (como também se verificou no Europeu), são indicadores de que a táctica volta a ser a do "4x5x1 cagarolas". Como eu próprio já havia escrito algures neste blogue, as equipas aparentemente fracas são a nossa Kryptonite, mas vencer Angola aos 4 minutos de jogo e defender o resultado daí por diante não pode ser suficiente. Até pensei na possibilidade remota (será?) de um resultado mais ou menos fabricado previamente; um resultado com que todos pudessem, no final, sair de cabeça levantada. Foi o que aconteceu, mas custa-me muito a crer numa fraude tão teatralmente urdida. Quer-me mesmo parecer que Scolari, que não fuma e não gosta de se enervar, gosta mesmo é do "4x5x1 cagarolas". Eu não digo que não joguemos em 4x5x1, mas "cagarolas", isso, é que já era desnecessário. Nos palcos do Mundial queremos ver um "Portugal Brasil-da-Europa", rápido, fluente, desconcertante, imaginativo e imprevisível. Valeu-nos o meio-golo de Figo, repartido com Pauleta. Não esquecer a excelente exibição de Petit, tanto defensivamente como no passe. Segue-se o Irão, uma equipa muito jeitosa do meio-campo para a frente, cujos jogadores dianteiros alinham todos na Bundesliga. O Irão joga praticamente sem ponta-de-lança e concentra muito o jogo ofensivo na zona central, por vezes desdenhando a largura de campo. O sistema posicional é similar ao nosso, pelo que ambas as equipas se irão encaixar naturalmente uma na outra. Hoje, com o México, o Irão perdeu por um instante de desconcentração da defesa, e ao desalento seguiu-se, pouco depois, o terceiro dos centro-americanos. Creio que, do embate Portugal-Irão, sairá vitoriosa a selecção menos "cagarolas", e certo é que, depois da derrota, o Irão tudo fará para vencer...

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sábado, junho 10, 2006

sexta-feira, junho 09, 2006

Alea jacta est

Os dados estão lançados. Começa hoje a Guerra Mundial do fair play.

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Romeo and Juliet, de Sir Frank Dicksee. Data desconhecida

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quarta-feira, junho 07, 2006

Cartas de Amor Ridículas 7 (remanescência fragmentada)

Debaixo da tua janela,
sem te poder falar...
O telemóvel desligado...
Em cada liberdade uma cela.
Tentei telefonar.
O contacto cortado.
A tua voz rechaçada,
o teu cabelo furtivo;
eu num vão de escada,
venerando, exaltando
o teu jeito torcido;
eu aqui tão perto,
sem nada;
apenas um desprezo típico,
feminino e altivo.


(...)
(entre o limpa pára-brisas e o pára-brisas...)

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terça-feira, junho 06, 2006

Verão que no Verão virão cá menos

Curiosamente, o Verão é época de pouca assiduidade blogosférica - essencialmente pela parte dos leitores. Confirmam-no cabalmente as estatísticas do Site Meter. Já no ano passado a afluência de estimados leitores do Caderno de Corda decrescera para menos de metade durante os meses de Junho, Julho, Agosto e até Setembro. Outubro foi, no entanto, um mês profícuo - o mais recorrido, aliás, até hoje (cerca de mil visitas).
Não encarrilando no comboio descendente do desinteresse generalizado pela res blogosférica, confesso que também a mim o estio drena algum ímpeto criativo, que não vou forçar. Em boa verdade vos digo que, se o bom tempo vos afastar das lides blogosféricas, não o lamentem, que eu também não o farei.

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I'm so tired

that I will relax for a while,
set the problems aside
and pass by as a self-friend.

(apeteceu-me reescrever o post anterior em inglês... é que até parece que rima!)

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segunda-feira, junho 05, 2006

Estou tão cansado

que vou relaxar por um bocado,
deixar os problemas de lado
e passar por amigo de mim mesmo.

Até amanhã.

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sexta-feira, junho 02, 2006

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quinta-feira, junho 01, 2006

Sorrindo com um dente preto

À chegada ao último lanço de escadas do edifício velho da Universidade Católica de Lisboa, Mateus, estudante de filosofia, encontra um colega de Ciências da Comunicação, macambúzio e pensativo, sentado num degrau.

- O que é que tens? Pareces tão tristonho…
- Nada, pá; não tenho nada.
- Ninguém tem “nada”, man. A própria negação de “nada” significa, por justaposição das cargas de sinais negativos, “tudo”. “Nada” é, por definição, a negação de tudo o que existe. Além disso, não passa da ideia que se tem da inexistência de coisa alguma, que chega a ser paradoxal em si mesma. Vá, diz lá, que é que tens?
- Epá, Mateus, ‘tás a ver se me atrofias mais?
- Atrofio? Como assim, se “não tens nada”? No “nada” não existe espaço. Não há coisa alguma, um lugar vazio onde caiba algo e muito menos matéria atrofiável. O “nada” é um não-lugar, topas?
- Chiça...
- Boa… sintagmático, ao jeito da representação linguística do que se pensa ser o “nada”. Pensa lá comigo: fisicamente, é preciso distinguir o vácuo, o vazio e o nada. O primeiro é um espaço não preenchido por qualquer matéria, seja ela sólida, líquida, gasosa ou outra, mas pode conter campos eléctricos, magnéticos, gravitacionais, luz, etc… O segundo, no entanto, sendo um espaço sem matéria e nenhuma outra coisa – nem campos, nem luz, nem ondas -, compreende, ainda assim, o espaço vazio, ou seja, a capacidade para albergar algo. Como o vaso dá forma ao vazio e a música ao silêncio, o coração precisa de encher-se de alegrias ou dores. Tanto umas como outras o alimentam. O que o coração não suporta é o vácuo. O que sentes, se calhar, é um vazio…
- Olha, tenho tudo, porra. Vai ver se estou ali na esquina.

Dedicado ao Mateus Brás
Nos idos anos '90, o Matatas ouvia, com todo o fervor, Pantera, Nine Inch Nails e Danzig, imagine-se! "Sorri com um dente preto" foi uma frase que se tornou dele indissociável.
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“As nossas maiores dissimulações são desenvolvidas não para esconder o que há de ruim e feio em nós, mas o nosso vazio. A coisa mais difícil de esconder é aquilo que não existe.”
Eric Hoffer

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“De vez em quando, a eternidade sai do teu interior e a contingência substitui-a com o seu pânico. São os amigos e conhecidos que vão desaparecendo e deixam um vazio irrespirável. Não é a sua ‘falta’ que falta – é o desmentido de que tu não morres.”
Vergílio Ferreira

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