terça-feira, setembro 30, 2008

Se Eu Morrer Antes

Sinto-me grudado ao tecto com ventosas
de cientista louco cola-tudo
e não me despego,
faço do tempo que tenho pouco
quando só queria liberdade,
olhar perdidamente o infinito
e esquecer que o amor está em crise,
que a sociedade está em crise,
que o trabalho está em crise,
que a vida é uma brisa tão escassa
entre a A5 e o IC19
em hora de ponta.
Sinto-me flutuar agrilhoado
sem chegar com o nariz à tona,
junto ao lodo de um coração raso
onde vivi ausente
numa casa tão ampla
como um palácio de 400 euros
numa cidade provinciana.
É uma casa transparente aquela
onde no ar suspenderás os quadros
de um Neruda atlântico
cujo palácio se fez castelo
de areia.
Observarás as molduras do meu Adeus
como se visses areia feita água,
lembrando que ambas escorreram
por entre os teus dedos
de clepsidras e ampulhetas,
assinalando apenas o horário de expediente.
Se eu morrer antes, sobrevive-me.
Quanto tempo ainda nos resta?

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segunda-feira, setembro 29, 2008

Teoria do Big Bang. Edição de imagem DAQUI

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quinta-feira, setembro 25, 2008

Talvez VIII

Talvez o fim seja um começo

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segunda-feira, setembro 22, 2008

Foto DAQUI, precisamente uma notícia sobre o investimento de cerca de mil milhões de dólares (sim, não me apeteceu fazer a conversão...) na indústria cinematográfica e nos Media de Abu Dhabi. Em cima do acontecimento, Ricky!

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domingo, setembro 21, 2008

"Very Cute Guy" em Abu Dhabi

Quando, no passado dia 3 de Setembro, vi um Irmão partir para o Dubai, guardei a esperança de que ele fizesse, já em Abu Dhabi, algo que lhe havia pedido e que nos manteria mais próximos. Ele assim fez e é com incomparável estima que neste post anuncio um dos mais recentes blogues lusos nascidos lá fora. O "Girão em Abu Dhabi" é, pois, a última adição à lista de links do Caderno de Corda.
Té já, meu Irmão

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sexta-feira, setembro 19, 2008

quarta-feira, setembro 17, 2008

À Divisão de Trânsito da Irmã de Maria e Lázaro

Estava para aqui sentado
à espera que um carro guinasse
que um trovão cindisse a noite
e disparasse à minha alma
o flash sincrónico do diafragma
penetrante nos meus olhos de luz
vermelhos e esperançados
Mas a TV estava ligada
e eu absorto

Enquanto estava para aqui sentado
ouvi uma frase antiga
num programa de segunda
à noite

Portugal Portugal
continua à espera
e uma multa no párabrisas
não me convence do contrário
Todos enviam cartas
se para exigir dinheiro
Aos credores não falta competência

Pois dizia o ilustrado em directo
num programa de TV
tal frase que subscrevo

Se eu não for ter com o mar
vem o mar ter comigo
inundar a sala de estar
a sala de ser

Há que tempos não vou ao Bairro Alto
beber um copo ou quinze
Todos somos fracos e fortes
e só fortes sobrevivendo
Não há mau estacionamento
mas terra indevidamente possuída

Não concebo a lei
que mais nos persegue e cerceia
do que protege e assiste

À divisão de trânsito
um dia
destes 15 úteis
em folha azul
de 25 linhas

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terça-feira, setembro 16, 2008

"O Sono", de Salvador Dalí


"But only in their dreams can men be truly free. 'Twas always thus, and always thus will be."
John Keating (Dead Poets Society)

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segunda-feira, setembro 15, 2008

Se Adormeço Não Vivo

Quando não leio, não escrevo;
quando não escrevo, não sinto;
quando não sinto, adormeço.
Se adormeço, não vivo.

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domingo, setembro 14, 2008

Imagem DAQUI. Desenho de Patrícia

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quarta-feira, setembro 10, 2008

Talvez VII

Talvez a semente seja multipétala alteridade

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segunda-feira, setembro 08, 2008

O cruzeiro do ferreiro

No cruzamento dos antigos caminhos Anseriz-Corgas-Pomares existe este cruzeiro, que assinala o local para onde João Brandão, mais conhecido como "o terror das Beiras", levou o corpo de João Nunes, o ferreiro assassinado. Lutas eleitorais no conturbado Portugal do século XIX... Na base do marco, ferramentas de ferreiro. Foto DAQUI

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sábado, setembro 06, 2008

O Canto de Anseriz (Travessa da Fonte de Baixo)

Sei de um canto em Anseriz,
berço de um cravo roxo
e de um Rosário que me bendiz
e que trago no peito como um facho
sempre aceso e motriz
dos versos que às vezes faço.

Ali também eu tenho a raiz
junto à Fonte de Baixo,
junto à Travessa que não diz
nem canta as doçuras de um cacho
de irmãos em sangue tinto,
vinho, cantaria e xisto.

Serei Anser-eris, poeta romano;
serei o visigótico Anserico;
sereis os gansos do Açor,
da Lousã, da Estrela que me guia
das profundezas da terra
ao alto da noite escura.

Os Anjos ainda vão a Anseriz nas festas
com canções de outra aquela
encontrar Trindades de duas arestas
e Fé que não se revela.

"Ó arco de pedra
da Fonte Fundeira!
Quem te fez, ó arco?
Foi o Zé Feiteira."

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Litoral do Dubai. Foto DAQUI

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quarta-feira, setembro 03, 2008

Hoje vi um Irmão partir para o Dubai...

Nove meses são pouco ou nada para a eternidade que nos une, mano...
Té já.

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segunda-feira, setembro 01, 2008

"Os poetas não morrem assim" (via SMS)

Joaquim Castro Caldas
1956-2008

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