quarta-feira, fevereiro 21, 2024

O Teu Tempo É Quando

"The Persistence of Memory", Salvador Dalí, 1931











Esquece-te do futuro!

Não adianta morrer.

A vida é uma ordem.

Aos ombros levas o mundo,

nos olhos guardas o mar

e nada esperas de ninguém.

A angústia define um tempo fundo

que tentas agrilhoar, deter

na pulsação de um poema.

 

Por que força, por que muro

podes o tempo suspender

em placidez suprema?

Nenhuma!, nenhum augúrio,

qualquer hipótese de prever

a negra sombra do dilema.

Tens mais passado que futuro

e sabes: o que estás a ser

é deixares de ser o que és.

 

Tiveste o mundo aos pés

quando nada tinhas

e todas as horas perdidas seriam ganhas

se na jarra da cozinha houvesse flores,

soubesses tu viver incauto,

alheio à voracidade do tempo.

 

Por que fica tarde tão cedo?

A noite é demasiado curta

se o tempo é para sempre.

Mas o tempo não existe, é segredo

guardado à dócil força bruta

na gestação longa de um ventre.

O tempo faz o vinho azedo,

mas também cura e transfigura,

nada perde, tudo transforma.

 

Todo o tempo é tempo de fazer o certo,

seja o tempo invenção da morte.

Não basta ir sendo numa cama morna.

O tempo não fez do longe perto

nem nos repisa à sorte

sobre a face da bigorna.

Anda em silêncio a orar no deserto,

regedor do céu e do inferno,

sob crepúsculos de asas pacientes.

 

Implacável, o tempo é presente

e nem perdoa a quem, num átimo de poesia,

conheceu a eternidade inteira num só dia.

Se o tempo remédio fosse, nenhum mal existiria.

Guerra, fome, a discussão lá na cimeira,

provam apenas que a vida prossegue como sempre.

Os imberbes tomam os velhos por tolos;

os velhos sabem que os imberbes o são.

 

Tempo de depuração.

Já te esqueceste do futuro?

Não adianta morrer.

A vida é uma ordem,

não uma saudade fotografada.

De manhã anoiteces,

pastor da madrugada,

de dia tardas

e de noite ardes pela alvorada.

O teu tempo é quando.

 

Para tudo há um momento,

e tempo para cada coisa sob o céu:

tempo de nascer e tempo de morrer;

tempo de plantar e tempo de colher. 


* A última estrofe, a itálico, traduz um excerto de "Turn! Turn! Turn!", dos Byrds, por sua vez uma canção original de Pete Seeger, cuja letra, excepto o título, repetido como refrão, e os dois versos finais, consiste na reprodução exacta dos primeiros oito versos do terceiro capítulo do livro bíblico de Eclesiastes.

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terça-feira, agosto 05, 2014

Baby Jane nos Reis do Estúdio: todos os momentos mais relevantes

E aqui estão, finalmente, todos os vídeos que, no canal da casa, recordam a participação dos Baby Jane no programa da RTP1 Reis do Estúdio, gravado nos Estúdios 365 e emitido em 1997/98. Da primeira eliminatória, passando pela semi-final e fechando com a final, estão reunidos neste post, em dez vídeos, os momentos mais relevantes da participação dos Baby Jane ao longo de todo o programa. Mais uma vez, um agradecimento indispensável ao Dino Duarte, que, a partir da sua ilha da Madeira, teve a extrema gentileza de me disponibilizar, na íntegra, os programas em que os Baby Jane actuaram.

Baby Jane - entrevista com Ágata (Reis do Estúdio, 1.ª eliminatória)

"A Minha Casinha" (Xutos) por Ricardo Pinto (Baby Jane) - Reis do Estúdio, 1.ª eliminatória


Baby Jane - "Sol da Caparica" (Peste & Sida) - Reis do Estúdio, 1.ª eliminatória


Reis do Estúdio: Baby Jane vencem eliminatória


"A Minha Casinha" (Xutos) por Ricardo Pinto (Baby Jane) - semi-final de Reis do Estúdio


Baby Jane - "Impressões Digitais" (GNR) - semi-final de Reis do Estúdio


Reis do Estúdio: Baby Jane vencem semi-final


Finalíssima do programa Reis do Estúdio: apresentação das bandas


Baby Jane - "Playback" (Carlos Paião) - Final de Reis do Estúdio


Reis do Estúdio: Decisão Final

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quinta-feira, dezembro 12, 2013

Baby Jane na final do programa Reis do Estúdio (RTP1, 1998)


Finalmente, chegou hoje ao YouTube, pela mão do Dino Duarte, a quem a banda agradece especialmente, o vídeo da actuação dos Baby Jane na final do programa Reis do Estúdio, emitido pela RTP em 1997/98. As actuações da eliminatória e da meia-final ganhas pela banda já haviam sido publicadas AQUI. Nesta final, os Baby Jane foram a última banda a subir ao palco, desta feita com 'Playback', de Carlos Paião.

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segunda-feira, agosto 13, 2012

Duas das actuações dos Baby Jane nos "Reis do Estúdio" chegam ao YouTube

Descobri hoje que estão no Youtube dois vídeos de duas das três actuações da banda finalista Baby Jane no programa "Reis do Estúdio", emitido pela RTP em 97/98. Neste post reúno os vídeos das actuações na primeira eliminatória do programa ("Sol da Caparica") e na semi-final ("Impressões Digitais"), ambas ganhas pelos rapazes com distinção. Falta ainda publicar na net o vídeo da actuação na finalíssima, no qual a banda interpretou "Playback", da Carlos Paião. Do tempo em que havia música ao vivo na TV... Obrigado ao Dino Duarte, que fez o upload!

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domingo, setembro 25, 2011

20 anos “still alive” e a contar - 'Pearl Jam Twenty' review





Seattle, final dos anos 80. Sob um espectro VHS granulado e sonoro, ‘Twenty’ abre com a formação de outra banda, os Mother Love Bone, que estava em ascensão na cidade – uma banda promissora com um frontman carismático (Andy Wood) cujas personalidade e voz fariam um bar às moscas parecer um estádio cheio em dia de concerto. No caldeirão que, para críticos, já continha a receita do sucesso, estavam também a fermentar o guitarrista Stone Gossard e o baixista Jeff Ament – a parceria que já havia criado o protótipo grunge (expressão que Stone evita proferir) Green River e que, após a morte de Andy Wood por overdose de heroína, viria a juntar os Pearl Jam.
Recuamos pois ao fenómeno de Seattle, aos cabelos compridos desgrenhados e às camisas de flanela, mas, antes de mais, ao surgimento de um rock melódico e eclético com espaço para o improviso, saído das garagens de uma cidade cinzenta e chuvosa onde os jovens encontravam guarida e, simultaneamente, davam vazão à sua energia criativa.
Com uma câmara na mão, Stone e Jeff, muito jovens e sem imaginarem o que lhes reservava o futuro, filmam a entrada de um clube underground de Seattle; um diálogo pacífico mas premonitório com a polícia e o encontro com a já celebridade da cena local, o vocalista Chris Cornell. Do sarcasmo pós-adolescente de Stone à natureza das relações pessoais da banda, tudo começa a perpassar nos primeiros minutos do filme, dedicado em boa parte ao período anterior a 2000, especialmente interessante não apenas pelo brotar do apelidado movimento grunge, mas também pela fase preliminar da vida da banda, desde logo conturbada, mas com muitas imagens inéditas, precisas e raras por mostrar ao mundo, sucedendo-se cenas de arquivo notáveis umas atrás das outras.
A morte de Andy Wood, vista pelos músicos como o pior momento da banda, transforma-se em homenagem sentida – a primeira de ‘Twenty’. Chris Cornell, então vocalista dos Soundgarden, considera-a mesmo “a morte da inocência” da cena de Seattle, anterior ao suicídio de Kurt Cobain, também homenageado pelos Pearl Jam, um pouco adiante. Num cenário onde tantas bandas memoráveis caíram em desgraça prematuramente, o realizador Cameron Crowe começa por mostrar que os Pearl Jam nasceram de uma tragédia (a morte de Andy Wood) e permanecem juntos há 20 anos.
Ao nosso lado no cinema, a assistir à ante-estreia, estava o guitarrista Zé Pedro, dos Xutos & Pontapés, que em 2002 foi mesmo à sala de ensaios, em Seattle, entrevistar os Pearl Jam. “Fiquei com uma Polaroid tirada pelo Eddie Vedder de nós os dois”, acrescenta, no final, o guitarrista português consagrado nos Xutos, experimentando pontos de amplificação e sentimentos próximos aos reflectidos no filme: “O incrível na história dos Pearl Jam e em bandas que duram muito tempo é a maneira como se dá a volta a situações más e a forma como viram as carreiras quando as coisas chegam a becos sem saída; é a capacidade de uma banda não se desmembrar e seguir em frente; mudar e saltar para outro nível. Isso e a sinceridade como falaram; a forma como se ligam aos fãs e respeitam os outros músicos - Kurt Cobain, Andy Wood, Neil Young ou The Who – foi o que mais me tocou. Esse respeito faz parte dos alicerces de uma banda de rock.” Para Zé Pedro, os Pearl Jam estão “no topo do ranking”, na certeza de que “bandas que aguentam tantas coisas más e sobrevivem tornam-se muito grandes”.
E começa a viagem emocional, após a morte de Andy, semanas antes de os Mother Love Bone lançarem o seu primeiro disco, ‘Apple’; o vazio deixado; a reunião de Stone com o guitarrista Mike McCready e a voz memorável que veio numa cassette de San Diego, Califórnia, a mais de dois mil quilómetros. Eddie Vedder entra então em cena a desfiar as primeiras memórias e as gravações feitas depois de um dia de surf. “Isto é um tipo real?”, questiona-se Mike, espantado com as maquetas enviadas por Eddie. De facto, na conferência de imprensa de apresentação do documentário, em Toronto, Cameron Crowe perguntou a Vedder o que tinha ele pensado no avião, a caminho de Seattle. "Pensei: estou num avião. Quem são estes gajos que têm dinheiro para um bilhete de avião? E depois pensei: não fodas isto. Tinha estado em algumas bandas e a música nunca soou a uma coisa real; era sempre derivada de outra coisa qualquer. Nunca tinha ouvido nada como a demo que eles me enviaram", respondeu Vedder.
Seguem-se imagens dos primeiros ensaios na cave onde nasce ‘Ten’ e, ao sexto dia de ensaios consecutivos após a chegada de Eddie, do primeiro concerto de originais. Clarifica-se a história da paternidade omissa de Eddie, que inspirou a canção ‘Release’, até que surge o parceiro de casa de Andy Wood, Chris Cornell, a propósito do disco de homenagem da superbanda Temple of the Dog, que reúne o que viria a ser a formação actual dos Pearl Jam com Cornell, incluindo, claro, o baterista Matt Cameron, então nos Soundgarden. Da relação inspiradora de Vedder e Cornell, que ajudou o primeiro a ganhar confiança; afirmar-se e perder a timidez demasiado autoconsciente que o caracteriza, chegamos ao nome Pearl Jam, após a recusa do basquetebolista Mookie Blaylock em emprestar o nome à banda, e ficamos a saber que o álbum ‘Ten’ deve o título ao número da camisola de Mookie.
Os Pearl Jam ascendem rapidamente de clubes para plateias de 60 mil pessoas. Assistimos ao espanto de Vedder nos bastidores e ao deslumbramento do público com o concerto no programa MTV Unplugged – um momento-chave para a banda. A influência determinante dos The Who para Eddie e a sensibilidade punk do grupo; os vídeos, os conceitos; o porquê e o como de ‘Jeremy’ e eis que chegamos à escalada de adrenalina de Vedder, pendurado a dez metros de altura sobre a multidão, à procura de rasgar um pouco mais a cortina do perigo, saltando sobre a morte, destemido, para surfar o público, no entanto com um ar messiânico e sereno que o fazia parecer estar acima das preocupações quotidianas do comum mortal.
Passando pelo filme ‘Singles’ e pela sua festa desastrosa ou por imagens do processo de construção de ‘Daughter’, ainda com letra improvisada, entre Vedder e Gossard, sentados à volta de uma mesa no interior de um autocarro da banda, Crowe explora, como verdadeiro discípulo, cada recanto da viagem que levou os Pearl Jam à fama mundial, à capa da revista Time (contra o desejo da banda) e aos tops das tabelas da Billboard ao longo dos anos ‘90.
O fenómeno grunge parecia, a certo ponto, dividir um reinado entre Pearl Jam e Nirvana sob o pano de fundo de um punhado de bandas espantosas oriundas da mesma cidade. A sugestão de Kurt Cobain de que os Pearl Jam eram demasiado mainstream feriu o grupo, mas o documentário rapidamente mostra Cobain a retirar os comentários desagradáveis, seguindo-se um dos pedaços de fita mais valiosos e humanos do filme: Vedder e Cobain dançam juntos um slow, alegremente, nos bastidores dos MTV Video Music Awards de 1992, enquanto Eric Clapton toca em palco ‘Tears in Heaven’.
Em 1994, Kurt Cobain suicida-se e a sua morte foi um dos factores que mais contribuiu para que os Pearl Jam cortassem com os media. Stone Gossard admite: "Ele fez-nos pensar em tudo o que fazíamos.” Do descontrolo dos fãs aos problemas que advieram do crescimento desmedido e da transformação de um movimento que cortava com a moda e com a máquina para se tornar exactamente naquilo que abominava, surge a pergunta de Eddie, que passou a resguardar-se também nas letras, levantando mesmo um muro à volta da sua casa, e não apenas pela privacidade: “Estas pessoas amam-te tanto que te querem matar. Como é que me relaciono com qualquer uma delas, do ponto onde estou?”
Vedder, que se tornara o membro mais reconhecível pelas multidões, gostava de ter uma banda sem rosto, como os Pink Floyd: “A maneira como as pessoas nos vêem muda, e isso não está nas minhas mãos. O que talvez esteja sob o meu controlo é não dar entrevistas, não aparecer na TV e não fazer nada que glofique o meu rosto ou posição.” Já Stone afirma que os cinco quiseram ser uma banda como os Led Zeppelin, versátil e inesperada, que não estivesse presa a um estilo ou género. Eddie e Stone, os dois principais autores da banda, capitanearam-na em momentos distintos. Segundo Mike, houve duas fases de poder e de criação: a primeira liderada por Stone e, agora, a segunda por Eddie.
Após o “namoro” com o guru Neil Young, tempo para o capítulo da batalha legal contra o monopólio da Ticketmaster, cujo desfecho levou uma geração de bandas a reconsiderar as formas de fazer negócio, concluído com o recado ‘This is Not For You’. A narrativa sustenta a ideia de uma banda no contínuo alcance de uma ética conscienciosa, procurando manter a honestidade e a integridade numa indústria que não facilita.
O filme prossegue com uma aproximação mais pessoal aos músicos, começando pelo desprendimento material de Stone quanto a artigos e objectos de memorabilia da banda, por oposição a Jeff, que guarda tudo o que respeita ao percurso dos Pearl Jam. Stone, que conhecia Mike desde o 7.º ano da escola, apareceu de novo para resgatar aquele guitarrista espiritual que canaliza pela guitarra ondas espasmódicas que elevam os espíritos da banda.
É depois contada em fast forward bem-humorado a saga dos cinco bateristas e o regresso à forma pré-inicial e ao predestinado para o cargo: Matt Cameron, que estivera no primeiro disco que os Pearl Jam gravaram, ‘Temple of the Dog’, com Chris Cornell, antes do sucesso e do álbum ‘Ten’.
Hoje pais de família e com uma dose de impulsividade mais controlada e responsável, os Pearl Jam vêem o álbum Binaural como o ponto mais baixo da banda, com a perda momentânea de algum mediatismo e sucesso comercial. Sucede-se a tragédia em Roskilde, Dinamarca, onde, num concerto da banda ao ar livre, morreram nove pessoas na frente do palco - uma experiência chocante que os levou a ponderar o término da carreira. “Há um antes e um depois de Roskilde. O que vamos fazer para ajudar as famílias? O que fazemos para sobreviver?”, pergunta Eddie. Os temas do uso da liberdade de expressão e da consciência social ganham momentum num concerto, aquando das críticas a Bush, em ‘Bushleaguer’, devolvidas com apupos de parte do público norte-americano, numa noite em que a banda receou não sair do local pacificamente.
Perante a espontaneidade e os alinhamentos imprevisíveis de Eddie, por oposição ao desejo de Stone de arrasar as plateias a tocar êxitos do princípio ao fim, ouvimos ‘Walk With Me’ antes da ficha técnica ao som de ‘Just Breathe’. Desta feita, Mike não beijou de boa noite a plateia com ‘Yellow Ledbetter’ e, quanto a nós, faltou talvez conhecer um pouco do percurso musical de Vedder antes da ida para Seattle.
Para os fãs indefectíveis da banda – que os há, e muitos! -, esta crónica fílmica inevitavelmente parcial em torno do surgimento da banda na chuvosa Seattle proporciona um longo, crescente e contínuo clímax de apreço. Para o observador distanciado que apenas vê nos Pearl Jam uma grande banda que encontrou o seu espaço e ali ficou, sem evolução sónica que se destaque pelo caminho, então o documentário de Cameron poderá parecer um pouco auto-indulgente, repetitivo ou chato. Mas com a sua intimidade e som pungente, a Verdade de ‘Pearl Jam Twenty’ traduz-se em quase duas horas de prazer e pele de galinha passadas a redescobrir a banda. Pode não converter não-fãs, mas também não está a tentar fazê-lo.

Por Hugo Simões


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sábado, maio 09, 2009

Youthless - Do Bacalhoeiro para Londres

O duo dinâmico Youthless, composto apenas por Sebastiano Ferranti (baixo e vozes) e Alex Klimovitsky (voz, bateria e sintetizador), actuou ontem à noite, sexta-feira, 8 de Maio, no Bacalhoeiro, para mais um showcase entre amigos, antes da partida para Londres, onde a banda tem já três datas marcadas para este mês.
Com escassos meses de existência, os Youthless fizeram ontem o seu terceiro concerto de sempre, mas a experiência de muitos anos a tocar juntos nos Three and a Quarter compensa, com a adrenalina habitual que os caracteriza, um espectáculo ainda embrionário. "Só estamos a tocar para os amigos, até estar super-cromo e da melhor gama de qualidade", disse-me, ipsis verbis, o Bill (Sebastiano) no seu português engraçado.
Não deixa de ser curioso notar que Alex, guitarrista e vocalista dos Three and a Quarter, seja teclista, baterista e vocalista em Youthless – instrumentos que pratica há apenas três meses (teclas) e um ano (bateria). “Sou essencialmente um compositor, então uso por autodidactismo qualquer instrumento em função do que pretendo. Sax, harmónica, berimbau... Mas, além da guitarra, sinto-me um puto com todos os instrumentos”, disse Alex ao jornalista Hugo Simões, recentemente, em entrevista à Produção Áudio.
A fórmula parece ser simples: "beats and melody." Mas há alguma complexidade, especialmente se notarmos que Sebastiano passa o som do baixo por dois amplificadores em simultâneo e usa, para tal, uma parafernália de controladores de pé cujos efeitos modulam singularmente o som de apenas um instrumento que enche a sala e marca, juntamente com o timbre da voz de Alex, a personalidade sonora deste duo.
O concerto, de cerca de 45 minutos, correspondeu ao que podemos ouvir na página MySpace da banda, mesmo sem a participação de Anthony Hegarty, cuja venda de frascos de suor será o próximo passo comercial, assim que os Youthless concretizem a "revolução social absoluta".
A performance de dez temas foi abrilhantada pelo psicadelismo retro emitido por um moderno sistema de projecção vídeo da casa e pelas backing tracks sonoras, a completar o ramalhete. Mas Alex terá de comprar in-ears ou phones wireless que lhe permitam tocar bateria a par e passo com o metrónomo sem o constrangimento de ver voar os headphones... De exaltar o preceito tímbrico e acústico da frigideira usada como cow-bell.
Entretanto, estou em crer que o projecto já foi reconhecido como parte da elite avant-garde da cena Dance/Garage de Londres, Nova Iorque e Lisboa - as três cidades-base dos dois músicos.
Este mês, seguem-se três espectáculos em Londres, a 18 (South of the Border), 20 (Notting Hill Arts Club) e 22 (Tower Tavern), e o regresso imediato aos palcos da noite lisboeta, com data marcada para o dia 29, na Galeria Zé dos Bois (ZDB), no Bairro Alto.

Alinhamento:

  1. Monsta
  2. Naïve Melody (dos Talking Heads)
  3. Golden Age
  4. Casper
  5. Good Hunters
  6. Re-Education
  7. La Moustache
  8. Harmonic Dub
  9. Karen O'
  10. White Bone Demon

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terça-feira, abril 28, 2009

Mandrake


Folk-Lore 4 - Experiências para - Mandrake from Tiago Pereira on Vimeo.

O novíssimo blogue Mandrake, cujo projecto homónimo estreia em Junho no cinema S. Jorge, é mais um dos veículos de comunicação do recente trabalho do Tiago Pereira (Modular Vídeo), também autor do videoclip "História de Um Vinho Azedo", dos Baby Jane, e, por consequência, de parte das imagens do cabeçalho do Caderno de Corda.

O Mandrake sustenta-se numa narrativa fílmica que funde o documentário e o cinema, ou música orgânica e electrónica, com o auxílio de ferramentas digitais vídeo de performance ao vivo. Escusado seria dizer que o Mandrake vai direitinho para a lista de links...

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quinta-feira, fevereiro 26, 2009

"Threesome - Back to Front", de Taiche

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terça-feira, setembro 16, 2008

"O Sono", de Salvador Dalí


"But only in their dreams can men be truly free. 'Twas always thus, and always thus will be."
John Keating (Dead Poets Society)

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quinta-feira, julho 24, 2008

Acts of Contrition, de Scarlett Decker, 2005. DAQUI

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terça-feira, julho 01, 2008

M – Maybe, de Roy Lichtenstein, 1965, Museum Ludwig, Colónia

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segunda-feira, março 17, 2008

29 de Março, 18 horas - Apresentação do primeiro livro de poesia deste vosso humilde escriba, na Fábrica Braço de Prata

Estimado(a) Leitor(a),

No dia 29 de Março (sábado), pelas 18 horas, decorrerá, na Fábrica Braço de Prata, a apresentação do meu primeiro livro de poesia - 'Pôr a Escrita em Noite'. Esta era a grande novidade que vinha guardando de há umas semanas para cá. O momento é, obviamente, de grande importância para mim, pelo que não dispenso a presença dos amigos e da família.
Com início às 18 horas na sala Nietzsche da Fábrica Braço de Prata, o lançamento contará com a presença do declamador João Saramago e da pianista Rita Medina. Sob a chancela da Corpos Editora, o livro terá um preço de venda ao público de 16 euros. Fico duplamente agradecido aos estimados leitores que divulguem o convite publicado à cabeça deste post, contendo todos os detalhes. Sugiro que o imprimam, uma vez que inclui um pequeno mapa da zona onde se realizará o evento.
Fábrica Braço de Prata
Rua da Fábrica de Material de Guerra, n.º 1
(diante dos correios do Poço do Bispo)

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segunda-feira, outubro 22, 2007

Petição pelo "bem dos artistas de espectáculo em Portugal"

O enorme saxofonista inglês Mark Cain (ex-Primitive Reason), radicado em Portugal há já alguns anos, enviou-me por mail um pedido de subscrição DESTA petição, “para o bem de todos os artistas de espectáculo em Portugal”.
Concretamente, “o Art.º 17 da Proposta de Lei 132/X vem impor a regulação, através de Contrato de Trabalho ou Instrumento de Regulamentação Colectiva, dos Direitos de Propriedade Intelectual decorrentes da actividade artística, a coberto de uma alegada, e não provada, limitação ao princípio constitucional da liberdade de exercício individual de Direitos”.
Segundo consta no texto, “os ataques à Gestão Colectiva agora propiciados viriam reinstalar a situação de vergonhosa iniquidade anterior a 2004, em que os Artistas se viam forçados e coagidos, por estado de necessidade, a cederem a titularidade e remuneração dos seus Direitos, sob pena de verem coarctado, esse sim um preceito constitucional fundamental, o seu Direito a exercer uma profissão”.
Assim sendo, os Peticionários requerem à Assembleia da República e demais Órgãos de Soberania:
  1. A eliminação do Artº.17 da Proposta de Lei 132/X, assim como de qualquer outra forma de regulação dos Direitos de Propriedade Intelectual decorrentes da actividade artística à margem do disposto no Código do Direito de Autor e Direitos Conexos.
  2. A manutenção, em todas as instâncias legislativas, no presente e no futuro, das formas de Exercício Colectivo previstas no Artº.178 do Código do Direito de Autor e Direitos Conexos.

Assine-se, pois! Sem hesitação!

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