sexta-feira, abril 17, 2020

#estatudobem em 2040

O convite, em jeito de desafio, do Mestre António Simões encheu-me de felicidade, mas também de um sentido de grande responsabilidade. Por ser vindo de quem vem e de onde vem, e ainda pelo momento em que todos nos encontramos. Seria escusado dizer que me sinto extremamente honrado por se terem lembrado de mim. No entanto, tenho de ressalvar que este não é apenas um jornal - é o meu jornal do coração desde criança; o jornal com o qual aprendi a ler... jornais; o jornal no qual sonhei trabalhar um dia e no qual aprendi a fazer jornalismo diário, anos mais tarde. A foto é do meu querido Carlos Mateus de Lima e a não atribuição da autoria nesta página 13 deve-se inteiramente ao meu lamentável esquecimento.

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domingo, março 22, 2020

O estudo científico


Este artigo tem sido aparentemente usado para cortar pela raiz as questões que se levantam em muitos quadrantes quanto à preexistência do dito vírus em laboratório (coisas de teóricos da conspiração - o mesmo que maluquitos; é assim que se descredibiliza quem pensa e questiona em sentido contrário ao da doutrina do medo). 
No que respeita ao artigo da Nature, que por sua vez procede o estudo propriamente dito, não se apresenta, em conclusão, uma certeza comprovada. Está, sim, implícita a propensão (quase o desejo) para concluir no sentido de que o vírus (não consigo escrever-lhe os nomes, mas "esta merda" soa-me bem) não é "uma construção laboratorial ou um vírus propositadamente manipulado". Trata-se de um jogo de palavras tricotado em monólitos de jargão científico hermético, inacessível para o comum dos mortais, e na retórica necessária para conduzir à conclusão previamente imposta, desde logo explicitada na introdução. Por outras palavras, muito simples, este estudo quer concluir algo que, entrelinhas, não é conclusivo. Além do mais, o vírus não teria de ser uma "construção laboratorial" ou "propositadamente manipulado" para que, por exemplo, tivesse simplesmente resultado de um "tweak" laboratorial manipulado irresponsavelmente. Um jogo de palavras facilmente desmontável. 
De facto, de ciência não percebo nada, mas sei que quem tem poder para investir num estudo destes não quererá provar a manipulação ou a proveniência "desta merda" de um laboratório. Qual? Onde? Como? Quando? Porquê? A mando de quem? Se a Nature tivesse nas mãos um estudo que comprovasse tal coisa, eu estaria capaz de apostar todo o meu papel higiénico em como não o publicaria... É preciso ter espírito em tempos como estes... Voltando ao estudo, a certo ponto a conclusão é mesmo revelada como uma (des)crença ("we do not believe"), uma presunção imprópria do método científico:

"Although the evidence shows that SARS-CoV-2 is not a purposefully manipulated virus, it is currently impossible to prove or disprove the other theories of its origin described here. However, since we observed all notable SARS-CoV-2 features, including the optimized RBD and polybasic cleavage site, in related coronaviruses in nature, we do not believe that any type of laboratory-based scenario is plausible. More scientific data could swing the balance of evidence to favor one hypothesis over another."  

Duvidemos sempre. Questionemos tudo.

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sexta-feira, março 13, 2020

"Who is Charles M. Lieber?" ou "Who Framed Charles Lieber?"