sexta-feira, abril 17, 2020

#estatudobem em 2040

O convite, em jeito de desafio, do Mestre António Simões encheu-me de felicidade, mas também de um sentido de grande responsabilidade. Por ser vindo de quem vem e de onde vem, e ainda pelo momento em que todos nos encontramos. Seria escusado dizer que me sinto extremamente honrado por se terem lembrado de mim. No entanto, tenho de ressalvar que este não é apenas um jornal - é o meu jornal do coração desde criança; o jornal com o qual aprendi a ler... jornais; o jornal no qual sonhei trabalhar um dia e no qual aprendi a fazer jornalismo diário, anos mais tarde. A foto é do meu querido Carlos Mateus de Lima e a não atribuição da autoria nesta página 13 deve-se inteiramente ao meu lamentável esquecimento.

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quarta-feira, agosto 05, 2015

Memórias do Festival... (clique aqui ou na imagem para a inusitada entrevista)

quarta-feira, novembro 07, 2012

'Sétima-Feira' no jornal A BOLA

'Sétima-Feira' hoje no jornal A BOLA, com os auspícios do meu querido e eterno chefe António Simões (canto inferior direito)

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terça-feira, novembro 06, 2012

Revista Tempo Livre destaca 'Sétima-Feira'

'Sétima-Feira' na revista Tempo Livre deste mês, página 14. Um forte Abraço fraterno à equipa da TL, com um agradecimento especial a Eugénio Alves, José Frade e Teresa Joel

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segunda-feira, novembro 05, 2012

'Sétima-Feira' de novo na revista VIP (n.º 799)

sexta-feira, novembro 02, 2012

Primeiras impressões sobre 'Sétima-Feira' no Rua de Baixo

'Sétima-Feira' em texto "rabino" do meu querido Pedro Miguel Silva no site Rua de Baixo

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segunda-feira, outubro 22, 2012

'Sétima-Feira' na revista VIP

 
Com um agradecimento especial à minha amiga Carla Moelas

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domingo, setembro 25, 2011

20 anos “still alive” e a contar - 'Pearl Jam Twenty' review





Seattle, final dos anos 80. Sob um espectro VHS granulado e sonoro, ‘Twenty’ abre com a formação de outra banda, os Mother Love Bone, que estava em ascensão na cidade – uma banda promissora com um frontman carismático (Andy Wood) cujas personalidade e voz fariam um bar às moscas parecer um estádio cheio em dia de concerto. No caldeirão que, para críticos, já continha a receita do sucesso, estavam também a fermentar o guitarrista Stone Gossard e o baixista Jeff Ament – a parceria que já havia criado o protótipo grunge (expressão que Stone evita proferir) Green River e que, após a morte de Andy Wood por overdose de heroína, viria a juntar os Pearl Jam.
Recuamos pois ao fenómeno de Seattle, aos cabelos compridos desgrenhados e às camisas de flanela, mas, antes de mais, ao surgimento de um rock melódico e eclético com espaço para o improviso, saído das garagens de uma cidade cinzenta e chuvosa onde os jovens encontravam guarida e, simultaneamente, davam vazão à sua energia criativa.
Com uma câmara na mão, Stone e Jeff, muito jovens e sem imaginarem o que lhes reservava o futuro, filmam a entrada de um clube underground de Seattle; um diálogo pacífico mas premonitório com a polícia e o encontro com a já celebridade da cena local, o vocalista Chris Cornell. Do sarcasmo pós-adolescente de Stone à natureza das relações pessoais da banda, tudo começa a perpassar nos primeiros minutos do filme, dedicado em boa parte ao período anterior a 2000, especialmente interessante não apenas pelo brotar do apelidado movimento grunge, mas também pela fase preliminar da vida da banda, desde logo conturbada, mas com muitas imagens inéditas, precisas e raras por mostrar ao mundo, sucedendo-se cenas de arquivo notáveis umas atrás das outras.
A morte de Andy Wood, vista pelos músicos como o pior momento da banda, transforma-se em homenagem sentida – a primeira de ‘Twenty’. Chris Cornell, então vocalista dos Soundgarden, considera-a mesmo “a morte da inocência” da cena de Seattle, anterior ao suicídio de Kurt Cobain, também homenageado pelos Pearl Jam, um pouco adiante. Num cenário onde tantas bandas memoráveis caíram em desgraça prematuramente, o realizador Cameron Crowe começa por mostrar que os Pearl Jam nasceram de uma tragédia (a morte de Andy Wood) e permanecem juntos há 20 anos.
Ao nosso lado no cinema, a assistir à ante-estreia, estava o guitarrista Zé Pedro, dos Xutos & Pontapés, que em 2002 foi mesmo à sala de ensaios, em Seattle, entrevistar os Pearl Jam. “Fiquei com uma Polaroid tirada pelo Eddie Vedder de nós os dois”, acrescenta, no final, o guitarrista português consagrado nos Xutos, experimentando pontos de amplificação e sentimentos próximos aos reflectidos no filme: “O incrível na história dos Pearl Jam e em bandas que duram muito tempo é a maneira como se dá a volta a situações más e a forma como viram as carreiras quando as coisas chegam a becos sem saída; é a capacidade de uma banda não se desmembrar e seguir em frente; mudar e saltar para outro nível. Isso e a sinceridade como falaram; a forma como se ligam aos fãs e respeitam os outros músicos - Kurt Cobain, Andy Wood, Neil Young ou The Who – foi o que mais me tocou. Esse respeito faz parte dos alicerces de uma banda de rock.” Para Zé Pedro, os Pearl Jam estão “no topo do ranking”, na certeza de que “bandas que aguentam tantas coisas más e sobrevivem tornam-se muito grandes”.
E começa a viagem emocional, após a morte de Andy, semanas antes de os Mother Love Bone lançarem o seu primeiro disco, ‘Apple’; o vazio deixado; a reunião de Stone com o guitarrista Mike McCready e a voz memorável que veio numa cassette de San Diego, Califórnia, a mais de dois mil quilómetros. Eddie Vedder entra então em cena a desfiar as primeiras memórias e as gravações feitas depois de um dia de surf. “Isto é um tipo real?”, questiona-se Mike, espantado com as maquetas enviadas por Eddie. De facto, na conferência de imprensa de apresentação do documentário, em Toronto, Cameron Crowe perguntou a Vedder o que tinha ele pensado no avião, a caminho de Seattle. "Pensei: estou num avião. Quem são estes gajos que têm dinheiro para um bilhete de avião? E depois pensei: não fodas isto. Tinha estado em algumas bandas e a música nunca soou a uma coisa real; era sempre derivada de outra coisa qualquer. Nunca tinha ouvido nada como a demo que eles me enviaram", respondeu Vedder.
Seguem-se imagens dos primeiros ensaios na cave onde nasce ‘Ten’ e, ao sexto dia de ensaios consecutivos após a chegada de Eddie, do primeiro concerto de originais. Clarifica-se a história da paternidade omissa de Eddie, que inspirou a canção ‘Release’, até que surge o parceiro de casa de Andy Wood, Chris Cornell, a propósito do disco de homenagem da superbanda Temple of the Dog, que reúne o que viria a ser a formação actual dos Pearl Jam com Cornell, incluindo, claro, o baterista Matt Cameron, então nos Soundgarden. Da relação inspiradora de Vedder e Cornell, que ajudou o primeiro a ganhar confiança; afirmar-se e perder a timidez demasiado autoconsciente que o caracteriza, chegamos ao nome Pearl Jam, após a recusa do basquetebolista Mookie Blaylock em emprestar o nome à banda, e ficamos a saber que o álbum ‘Ten’ deve o título ao número da camisola de Mookie.
Os Pearl Jam ascendem rapidamente de clubes para plateias de 60 mil pessoas. Assistimos ao espanto de Vedder nos bastidores e ao deslumbramento do público com o concerto no programa MTV Unplugged – um momento-chave para a banda. A influência determinante dos The Who para Eddie e a sensibilidade punk do grupo; os vídeos, os conceitos; o porquê e o como de ‘Jeremy’ e eis que chegamos à escalada de adrenalina de Vedder, pendurado a dez metros de altura sobre a multidão, à procura de rasgar um pouco mais a cortina do perigo, saltando sobre a morte, destemido, para surfar o público, no entanto com um ar messiânico e sereno que o fazia parecer estar acima das preocupações quotidianas do comum mortal.
Passando pelo filme ‘Singles’ e pela sua festa desastrosa ou por imagens do processo de construção de ‘Daughter’, ainda com letra improvisada, entre Vedder e Gossard, sentados à volta de uma mesa no interior de um autocarro da banda, Crowe explora, como verdadeiro discípulo, cada recanto da viagem que levou os Pearl Jam à fama mundial, à capa da revista Time (contra o desejo da banda) e aos tops das tabelas da Billboard ao longo dos anos ‘90.
O fenómeno grunge parecia, a certo ponto, dividir um reinado entre Pearl Jam e Nirvana sob o pano de fundo de um punhado de bandas espantosas oriundas da mesma cidade. A sugestão de Kurt Cobain de que os Pearl Jam eram demasiado mainstream feriu o grupo, mas o documentário rapidamente mostra Cobain a retirar os comentários desagradáveis, seguindo-se um dos pedaços de fita mais valiosos e humanos do filme: Vedder e Cobain dançam juntos um slow, alegremente, nos bastidores dos MTV Video Music Awards de 1992, enquanto Eric Clapton toca em palco ‘Tears in Heaven’.
Em 1994, Kurt Cobain suicida-se e a sua morte foi um dos factores que mais contribuiu para que os Pearl Jam cortassem com os media. Stone Gossard admite: "Ele fez-nos pensar em tudo o que fazíamos.” Do descontrolo dos fãs aos problemas que advieram do crescimento desmedido e da transformação de um movimento que cortava com a moda e com a máquina para se tornar exactamente naquilo que abominava, surge a pergunta de Eddie, que passou a resguardar-se também nas letras, levantando mesmo um muro à volta da sua casa, e não apenas pela privacidade: “Estas pessoas amam-te tanto que te querem matar. Como é que me relaciono com qualquer uma delas, do ponto onde estou?”
Vedder, que se tornara o membro mais reconhecível pelas multidões, gostava de ter uma banda sem rosto, como os Pink Floyd: “A maneira como as pessoas nos vêem muda, e isso não está nas minhas mãos. O que talvez esteja sob o meu controlo é não dar entrevistas, não aparecer na TV e não fazer nada que glofique o meu rosto ou posição.” Já Stone afirma que os cinco quiseram ser uma banda como os Led Zeppelin, versátil e inesperada, que não estivesse presa a um estilo ou género. Eddie e Stone, os dois principais autores da banda, capitanearam-na em momentos distintos. Segundo Mike, houve duas fases de poder e de criação: a primeira liderada por Stone e, agora, a segunda por Eddie.
Após o “namoro” com o guru Neil Young, tempo para o capítulo da batalha legal contra o monopólio da Ticketmaster, cujo desfecho levou uma geração de bandas a reconsiderar as formas de fazer negócio, concluído com o recado ‘This is Not For You’. A narrativa sustenta a ideia de uma banda no contínuo alcance de uma ética conscienciosa, procurando manter a honestidade e a integridade numa indústria que não facilita.
O filme prossegue com uma aproximação mais pessoal aos músicos, começando pelo desprendimento material de Stone quanto a artigos e objectos de memorabilia da banda, por oposição a Jeff, que guarda tudo o que respeita ao percurso dos Pearl Jam. Stone, que conhecia Mike desde o 7.º ano da escola, apareceu de novo para resgatar aquele guitarrista espiritual que canaliza pela guitarra ondas espasmódicas que elevam os espíritos da banda.
É depois contada em fast forward bem-humorado a saga dos cinco bateristas e o regresso à forma pré-inicial e ao predestinado para o cargo: Matt Cameron, que estivera no primeiro disco que os Pearl Jam gravaram, ‘Temple of the Dog’, com Chris Cornell, antes do sucesso e do álbum ‘Ten’.
Hoje pais de família e com uma dose de impulsividade mais controlada e responsável, os Pearl Jam vêem o álbum Binaural como o ponto mais baixo da banda, com a perda momentânea de algum mediatismo e sucesso comercial. Sucede-se a tragédia em Roskilde, Dinamarca, onde, num concerto da banda ao ar livre, morreram nove pessoas na frente do palco - uma experiência chocante que os levou a ponderar o término da carreira. “Há um antes e um depois de Roskilde. O que vamos fazer para ajudar as famílias? O que fazemos para sobreviver?”, pergunta Eddie. Os temas do uso da liberdade de expressão e da consciência social ganham momentum num concerto, aquando das críticas a Bush, em ‘Bushleaguer’, devolvidas com apupos de parte do público norte-americano, numa noite em que a banda receou não sair do local pacificamente.
Perante a espontaneidade e os alinhamentos imprevisíveis de Eddie, por oposição ao desejo de Stone de arrasar as plateias a tocar êxitos do princípio ao fim, ouvimos ‘Walk With Me’ antes da ficha técnica ao som de ‘Just Breathe’. Desta feita, Mike não beijou de boa noite a plateia com ‘Yellow Ledbetter’ e, quanto a nós, faltou talvez conhecer um pouco do percurso musical de Vedder antes da ida para Seattle.
Para os fãs indefectíveis da banda – que os há, e muitos! -, esta crónica fílmica inevitavelmente parcial em torno do surgimento da banda na chuvosa Seattle proporciona um longo, crescente e contínuo clímax de apreço. Para o observador distanciado que apenas vê nos Pearl Jam uma grande banda que encontrou o seu espaço e ali ficou, sem evolução sónica que se destaque pelo caminho, então o documentário de Cameron poderá parecer um pouco auto-indulgente, repetitivo ou chato. Mas com a sua intimidade e som pungente, a Verdade de ‘Pearl Jam Twenty’ traduz-se em quase duas horas de prazer e pele de galinha passadas a redescobrir a banda. Pode não converter não-fãs, mas também não está a tentar fazê-lo.

Por Hugo Simões


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terça-feira, abril 19, 2011

Voluntariado há dez quilos atrás na revista Transformar

A imagem captura o excerto de um artigo mais vasto sobre o Voluntariado, no seu ano, escrito pelo Rui Almeida para a 44.ª edição da Transformar - a revista dos associados e amigos do Fórum Abel Varzim. Uma figura particularmente próxima recordou levemente por entre aquelas páginas a sua experiência indelével na Guiné-Bissau há 10 quilos atrás.

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quarta-feira, julho 16, 2008

"Pôr a Escrita em Noite" na revista Tempo Livre, edição de Junho...

Foi em Junho que a revista Tempo Livre fez eco do lançamento de "Pôr a Escrita em Noite", com verbo e artigo definido a debutar, preferencialmente. Bem sei que a notícia vem aparentemente tarde, mas, pensando bem, não há tempo para a poesia - e, possivelmente, em todas as acepções que da frase podemos extrair... [Concordas, Trigo?]
Apesar de ter sido atempadamente informada a ausência do declamador João Saramago, por motivo de doença, e a inclusão dos meus Irmãos Paulo Freitas do Amaral, Gustavo Silva e João Pimenta na mesa, como oradores e declamador, respectivamente, a notícia não o reflecte. Por esse motivo, faço questão de enunciar devidamente - creio que pela primeira vez no Caderno de Corda - os nomes dos meus companheiros, para que a Verdade se lavre "em acta" cibernética. Mais uma vez, um beijinho muito grande à Rita Medina (piano), aqueles abraços ao João Alves da Costa (orador surpreendente!), ao João Carlos Graça (staff, chméingans!) , ao João Trigo (fotos, sem olhos vermelhos!) e, last but not least, ao meu "mano velho" Ricardo Girão (vídeo).
Uma palavra final de grande apreço a Eugénio Alves, Glória Lambelho e José Frade - a excepcional equipa da Tempo Livre.

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segunda-feira, abril 07, 2008

"Pôr a Escrita em Noite" n' A BOLA de hoje



Com um especial agradecimento a António Simões, João Alves da Costa, José Martins Morim e Carlos Rias.

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terça-feira, abril 01, 2008

Coronel Luís Alves de Fraga processado por críticas tecidas ao péssimo atendimento do Hospital da Força Aérea no blogue Fio de Prumo

No Diário de Notícias do passado dia 29 de Março, dá-se conta de uma notícia verdadeiramente insólita e, no mínimo, de contornos fascistóides.
Segundo o jornal, a Força Aérea Portuguesa (FAP) instaurou um processo disciplinar contra o meu muito estimado Professor e amigo Coronel Luís Alves de Fraga por críticas feitas às "longas filas" de militares que querem marcar consultas no Hospital da Força Aérea.
A nota de culpa foi entregue quinta-feira a Luís Alves de Fraga, autor do blogue Fio de Prumo, por aí ter responsabilizado (a 12 de Fevereiro) as chefias da FAP pelas filas que atravancam a entrada do Hospital - visíveis nas fotos exibidas AQUI - por militares reformados.
"As chefias responsáveis (...) já deviam ter tomado medidas contra tal estado de coisas", frisou o estimado coronel, questionando-se depois se "não serão os Serviços do Estado-Maior da Força Aérea competentes para estudarem e resolverem o problema da marcação das consultas do Hospital".
Alves de Fraga, professor na Universidade Autónoma de Lisboa, fez depois comparações com o passado: "A atitude das chefias [actuais] é diferente, porque não tendo coragem ou, tendo-a, não querem dar dela público manifesto, dão, assim, mostras de uma subserviência ao poder político que envergonha a tropa que comandam."
O autor não poderia estar mais certo. Ainda assim, a nota de culpa da FAP declara que aquelas afirmações violam o Regulamento de Disciplina Militar (RDM) por ferirem a dignidade, a honra e o bom nome das chefias da FAP e, em particular, do seu chefe do Estado-Maior, sendo atentatórias da coesão e disciplina na FAP e denotando desrespeito por aqueles generais e pelos cargos que ocupam, revelou ao DN o advogado de Alves de Fraga, Emanuel Pamplona.
"A nota de culpa e o processo disciplinar levantado contra um militar fora do serviço efectivo e há muito na situação de reforma, com fundamento nos motivos acima explicitados, é ofensiva dos mais elementares direitos constitucionais dos cidadãos e até do regime democrático", denunciou Emanuel Pamplona. O advogado garantiu ao DN estar-se perante "um problema de liberdade de expressão", onde o recurso ao RDM pela FAP visa "humilhar publicamente alguém que, pela sua verticalidade, coragem e saber merece a consideração de todos".
Atentemos a isto: Luís Alves de Fraga deu sinal de alerta para uma situação que causa desconforto a utentes do hospital em posição de debilidade e sofrimento; procurou dar nota do deficiente atendimento à generalidade daqueles militares. Fê-lo, com grande sentido de cidadania, em abono do bem-estar de todos. Em troca, foi processado, reprimido, ao invés de consideradas as suas palavras atentas. E isto de um jeito antidemocrático e abusivo. Ao contrário de procurarem eliminar rapidamente a deficiência relatada, os responsáveis tentam amordaçar o mensageiro.
Depois de, nos últimos dois anos, terem sido levantados 50 processos disciplinares a militares na efectividade do serviço - alguns deles já castigados por exercerem os seus direitos cívicos consagrados na lei -, é a primeira vez que esta onda repressiva chega a um militar na situação de reforma.
"O comandante é responsável por tudo o que na sua unidade se faz ou deixa de fazer". Assim sendo, as autoridades que superintendem os referidos serviços não podem alijar responsabilidades pelo que de menos bom neles ocorra. E, num funcionamento normal, elas sabem – ou pelo menos devem saber - o que se passa, e devem tomar medidas para corrigir o que exigir correcção.
O Governo e os seus agentes no interior das Forças Armadas optam, em pleno século XXI, pela repressão, mesmo sobre aqueles que estão na posse de todos os seus direitos constitucionais, em plena igualdade com os restantes cidadãos. Por isso devemos denunciar castigos desta natureza.
Peço aos estimados leitores e bloggers para que apoiem o Coronel Luís Alves de Fraga, por força da preservação das nossas próprias liberdades. Defendermos a liberdade do nosso semelhante é defendermos a nossa liberdade.

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quinta-feira, junho 14, 2007

Autárquicas brancas?

Antecipando a publicação do post de análise de resultados da “Sondagem Cordiana V: Portugal precisa de uma nova Revolução?” (já não era sem tempo!), aproveito para transcrever o que o nosso prémio Nobel da Literatura disse ontem, em Santilhana del Mar:
“Antes gostávamos de dizer que a direita era estúpida, mas hoje em dia não conheço nada mais estúpido que a esquerda. É altura de protestar, porque se nos deixamos levar pelos poderes que nos governam e não fazemos nada por contestá-los, pode dizer-se que os merecemos. Estamos a chegar ao fim de uma civilização e aproximam-se tempos de obscuridade, o fascismo pode regressar; já não há muito tempo para mudar o mundo.”
Como seriam interessantes umas autárquicas brancas…
Foto DAQUI

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quarta-feira, maio 02, 2007

Clipping Baby Jane

Podem finalmente ler-se AQUI (Luso Motores), AQUI (Net Motores), AQUI (Tudo Sobre Rodas), AQUI (Diário Digital), AQUI (Millenium BCP) e AQUI (Auto Compra e Venda) algumas notícias sobre o último concerto dos rockers Baby Jane, no Porto, durante uma das etapas do Campeonato Nacional de Surf.

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domingo, fevereiro 12, 2006

Os cartoons dos cartoons...

Uma segunda vaga de cartoons, desta feita alusivos à reacção àqueles publicados no jornal dinamarquês Jyllands-Posten, já entrou em marcha, sendo certo que órgãos de informação (?!) islâmicos iniciaram também uma verdadeira campanha de injúria utilizando o mesmo "armamento", cujas munições contêm tinta, muita tinta (antes assim)... Descobri aqui coligidos uma série de cartoons (estes, com piada) dos melhores cartoonistas de todo o mundo (onde só falta mesmo o Ricardo Galvão), intitulada Those Muhammad Cartoons... De lá escolhi uns quantos, que hoje publico.
Não a despropósito, ainda há pouco mais de duas semanas o grande caricaturista português Ricardo Galvão me desenhou caricaturalmente, obra que, por acaso, emoldurei ontem. Não me fez mais bonito... Talvez lhe faça uma espera à saída do jornal A BOLA, com um bando de capangas... Não perde pela demora...

Bob Englehart

Stephane Peray

Matt Davies

John Deering

Jeff Stahler

Dario Castillejos

Ingrid Rice

Christo Komarnitski

Signe Wilkinson

Alen Lauzan Falcon

Chip Bok

Cameron Cardow

Signe Wilkinson

Bill Day
*

No mesmo site encontrei ainda cartoons referentes ao atoleiro do Iraque, a Bush ou a Bin Laden. Não resisto publicar uns poucos...

Cameron Cardow

Olle Johansson
David Horsey

Jeff Stahler
*
Divirtam-se!

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sábado, fevereiro 11, 2006

Os cartoons que muitos ainda não viram

Partindo do sensato pressuposto de que nem as acções e intenções da América (ou dos americanos) podem ser deturpadamente confundidas com aquelas da administração Bush; nem as do Islão com as dos chamados radicais árabes, hoje, num acto de coragem assumida, publico os cartoons da discórdia, que alguns já dizem estar na origem da Terceira Guerra Mundial; outros, que são substância de consistência à coisificação da Guerra de Civilizações, para muitos, apocalípticos, o fim do mundo, o dia do juízo final, a derradeira batalha entre o Bem e o Mal - apesar de, do meu ponto de vista, ver dois males em rota de colisão, ambos sob o pretexto - esse sim, sacrílego - do Bem... O despoletado pelos desenhos, que muitos ainda não tiveram oportunidade de ver (os cartoons foram literalmente censurados nos Estados Unidos da América), colocou em xeque, por um lado, a herança das maiores conquistas civilizacionais do Ocidente, a em tempos utópica liberdade de expressão, e por outro, um profundo dogma espiralado concentricamente, tão hipnótico e manipulador quanto a debulhadora americana. A liberdade de expressão e a liberdade da imprensa são as traves mestras de qualquer sociedade democrática. É precisamente o direito de questionar o status quo que permite a uma sociedade desenvolver-se e prosperar. Mas a liberdade de expressão deverá estar sempre aliada à liberdade religiosa e ao respeito entre religiões e culturas.
Publico hoje os cartoons precisamente por e para aqueles que ainda os não viram. Para que saibam exactamente o que levou milhares de pessoas a odiar uma nação, confundida ignorantemente com um mero órgão de comunicação, suas editorias, seus criativos, seus cartoonistas (cartunistas, eu sei); para que possam, depois da reacção gerada, avaliar com conhecimento de causa, pensamento livre, o sucedido. Eu próprio, jornalista, produzo conteúdos. Sou o primeiro a editar-me, o censor-mor do reino do meu corpo, raiano do que em essência sou, e das palavras que a minha mão escreve. Eu não faria aqueles desenhos, mas aceito-os, como aceito a música do Nel Monteiro, igualmente blasfema para a Grande Música. Não os publicaria acaso fosse o editor do jornal Jyllands-Posten. Desconheço o que que se passou, naquele dia, naquela redacção, para que os cartoons se produzissem. Desconheço se influências exteriores houve para que se beliscasse uma zona tão sensível do mundo islâmico. Mas não posso aceitar que, em resultado dos desenhos, se peça a cabeça dos autores. Muito pior, menos posso aceitar que, depois de ver as suas embaixadas destruídas em actos de radicalismo grosseiro, fanatismo tresloucado, o povo ou o governo da Dinamarca deva um pedido de desculpas ao Islão (?!). Um assalto cobarde a uma embaixada é seguramente pior do que uma declaração de guerra. Não gostaria de ser dinamarquês num momento de tensão como este. Tal como os Taliban não têm domínio sobre os cartoonistas dinamarqueses, também o governo dinamarquês o não tem. É precisamente essa a beleza da coisa! Num rodapé noticioso li: «Taliban dão 100 quilos de ouro a quem matar autores dos cartoons.» O primeiro ministro dinamarquês, Anders Fogh Rasmussens, disse, no dia 3 de Fevereiro, a uma assembleia de diplomatas: «Deparamo-nos com um problema, que pode crescer a ponto de se tornar num problema global. Os cartoons foram agora republicados numa quantidade de jornais em toda a Europa e se os protestos nas ruas escalarem mais ainda, poderemos enfrentar repercussões imprevisíveis em todos os países afectados.» Na verdade, os radicais islâmicos fizeram de cartoons inofensivos sem carga noticiosa, sem força de notíca, referência jornalística ou importância, algo de publicação obrigatória. A Europa e o povo europeu não pode ser posto em xeque, sob ameaça de guerra ou sabe-se lá o quê, sem conhecer o motivo. E a Dinamarca não pode pedir desculpa pela emissão de uma opinião livre publicada num jornal europeu. Citando o manifesto Como Uma Liberdade, que circula na Internet, «tal será como pedir desculpa pela Magna Carta, por Erasmo, por Voltaire, por Giordano Bruno, por Galileu, pelo laicismo, pela Revolução Francesa, por Darwin, pelo socialismo, pelo Iluminismo, pela Reforma, pelo feminismo».
Em 1689, John Locke escrevia, na sua Carta sobre a Tolerância, que «a tolerância […] aplica-se ao exercício da liberdade, que não é licença para fazer tudo o que se deseja, mas o direito de obedecer à obrigação, essencial a cada homem, de realizar a sua natureza».
Deixo-vos os cartoons, divulgados aqui.

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sexta-feira, dezembro 16, 2005

Palpitei acertadamente: Benfica-Liverpool nos oitavos-de-final da Liga dos Campeões

Como se escreve n' A BOLA online, «o Benfica vai defrontar o Liverpool, actual detentor do título, nos oitavos-de-final da Liga dos Campeões de futebol, segundo ditou o sorteio efectuado hoje na sede da UEFA em Nyon, Suíça. A equipa portuguesa realiza o jogo da primeira "mão" no Estádio da Luz a 21 ou 22 de Fevereiro.
O encontro da segunda "mão", agendado para Anfield Road, realiza-se a 7 ou 8 de Março.O grande embate destes oitavos-de-final, por efeito do sorteio, vai ser derimido entre as duas maiores potências do actual futebol europeu, Chelsea e Barcelona.»

Os jogos:

Chelsea (ING)-Barcelona (ESP)
Real Madrid (ESP)-Arsenal (ING)
Werder Bremen (ALE)-Juventus (ITA)
Bayern de Munique (ALE)-AC Milan (ITA)
PSV Eindhoven (HOL)-Lyon (FRA)
Ajax (HOL)-Inter de Milão (ITA)
BENFICA (POR)-Liverpool (ING)
Rangers (ESC)-Villarreal (ESP)

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sexta-feira, dezembro 09, 2005

Eu gosto de benfiquistas de bigode

Não declarando considerar Luís Filipe Vieira (LFV) um exemplo modelar seja do que for - até porque não o conheço senão da televisão -, sinto uma positivididade inexplicável nele enquanto associado ao clube. LFV é, sem dúvida alguma, um verdadeiro benfiquista. Excede-se pelo extâse natural de uma paixão profunda que lhe corre nas veias. Uma religião? Talvez-de-certeza. Ontem, esteve na festa da casa do Benfica de Fafe e reafirmou a natural aspiração de um colosso mundial, um imenso monstro (mas de alegria) adormecido: «Benfica campeão europeu». Imagino as veias dilatadas por debaixo do cachecol vermelho licenciado no pescoço, os perdigotos no bigode, os braços abertos e, como um pregador a tempo gospel, os olhos desfocados, depois estrelas, uma noite escura, e o regresso da visão esvaziando os pulmões, com a plateia conquistada - ou a plateia conquista-o? Isso tem um nome: benfiquismo. No dia seguinte à histórica vitória sobre o Manchester United, conquistar o título europeu até parece plausível. E é mesmo. LFV não só nos diz o que queremos ouvir. Ele diz o que é preciso dizer. Porque acredita.

N' A BOLA online, escreve-se, a certo ponto:

"Perante cerca de um milhar de adeptos, o presidente dos encarnados salientou que «o plantel demonstrou no jogo frente ao Manchester United o que é garra, o que é querer ganhar e cumprir objectivos. Por isso, quando o jogo acabou, não se pensou no próximo adversário, mas sim na certeza de que quem vier será eliminado», salientou. Isto porque Luís Filipe Vieira tem... um sonho: «Gostaria de tornar o Benfica campeão europeu, título que ofereceria a Eusébio.»"
"Deusébio" da Silva Ferreira e Toni "Saudade Be God"
"Deusébio" é mais do que o maior de todos os tempos; mais do que um ídolo; mais do que um exemplo de benfiquismo e do carinho benfiquista para com quem trouxe a águia no peito aberto e verdadeiro; mais do que uma estátua. Bebe? É um estandarte do clube? Não foi para o estrangeiro por causa do Salazar? Tem as mãos pequenas? Não é prolixo? Deusébio é um mito vivo, um verdadeiro imortal. Duncan McLeod senti-lo-ia num raio de quilómetros, mas Deusébio é amigo e a Luz é o seu terreno sagrado. Sabiam que, em Março de 1974, estreou em Lisboa o filme "Eusébio - A Pantera Negra"? Como é que eu nunca vi esse filme?!
Toni fecha o post e o segredo não é apenas o bigode. Talvez até tenha sido por ele que iniciei a empreitada. Toni foi considerado pela imprensa desportiva o futebolista do ano de 1972, mais precisamente a 12 de Fevereiro de 1973; em 1985, com John Mortimore como treinador principal, era parceiro de Eusébio, ambos treinadores-adjuntos; mais tarde, já no comando da equipa, vencia jogo atrás de jogo, sempre com o coração nas mãos, tantas vezes nos últimos 10 minutos, com equipas desequilibradas, que levou a duas finais europeias, venceu campeonatos e foi finalista da taça de Portugal. Porquê? Porque acreditava. Toni exalava benfiquismo numa radiância ultra-sensível e isso existia dentro e fora das quatro linhas. Praticava-se futebol e paixão. Estádios cheios e também algo que, espero, ainda se mantenha: respeito, cordialidade, fraternidade. Curiosamente, foi mesmo o anticristo João Vale e Azevedo quem teve a ideia de, em 1994, despedir Toni, também traído pelo sonho do amigo Artur Jorge, de treinar o Glorioso. Seria bom que Luís Filipe Vieira se lembrasse de Toni, um amigo do peito, do Benfica e da comunidade benfiquista. Ele tem o Benfica na alma. Aliás, "Toni - O Benfica na Alma", é o título de uma biografia da autoria de Palmira Correia. No prefácio, escrito pela pena de Manuel Alegre, grafadas estão estas palavras:
«Ele não é desta selva, é de outro tempo, outra cultura, outra ética. E até de outra estética. A atitude e a inteireza fazem parte de uma espécie de luz que certas pessoas trazem dentro de si. Toni é assim. Ou como dizem os meus filhos: ele é dos nossos.»

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terça-feira, novembro 15, 2005

Citizen Kane, um filme de Orson Welles, 1941. Retrato brutal do magnata dos jornais William Randolph Hearst

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segunda-feira, novembro 14, 2005

Será assim tão difícil encher páginas de letras?