quinta-feira, fevereiro 26, 2009

"Threesome - Back to Front", de Taiche

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Poemetos da Impunidade n.º 5

Diziam que sabiam quem era
a doce Susana da pastelaria
e o Abílio dos jornais.
Namoriscaram, em tempos,
como à antiga se fazia.
No fundo ela sempre quisera
dois homens na cama, numa fantasia
que o pobre, púdico, nunca lhe realizaria.
Mas o bom do Abílio é que queria...
-*-
"A impunidade é segura quando a cumplicidade é geral."
(Marquês de Maricá)

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quarta-feira, fevereiro 25, 2009

Sir Giant, por mérito próprio



Há tempos que ando para aqui publicar o recente videoclip de "Doce Cereja", single de pré-lançamento do álbum "Expectations & Illusions", do meu querido e velho amigo Sir Giant. Pois bem, de hoje não podia mesmo passar, até porque tive acesso há pouco à biografia do músico, ainda fumegante, pela pena do jornalista Hugo Simões... Assim, colhendo dois coelhos de uma só cajadada, publico acima o videoclip e, em baixo, a biografia panegírica, acabadinha de sair do forno.

-*-

Sir Giant Bio

Talento, muito talento. Numa palavra é esse o qualificativo para Sir Giant, guiado por uma vontade inabalável de dedicar-se de corpo e alma ao melhor de si: a Música.
Com apenas 12 anos, o irmão Paulo ofereceu-lhe uma bateria. Em 1993 formava a primeira banda, então punk, para depois integrar algumas bandas com sonoridades distintas, entre o hardcore e o reggae/ska. Fez-se um excelente baterista e a experiência de muitos ensaios deu-lhe ainda o domínio de outros instrumentos como a guitarra ou o baixo, além da voz.
Empreendedor e laborioso, com profundos conhecimentos do meio, desde o palco à engenharia de som, inicia em 2001 alguns projectos da sua inteira iniciativa e criatividade, nos quais já então compunha, escrevia, tocava e produzia, começando a desenhar-se o grande projecto que é hoje Sir Giant.
Um ano depois, construiu com os seus próprios meios um estúdio de gravação, onde viria a travar conhecimento com músicos e pessoas que mais tarde o ajudariam a lançar-se. É então que diz para si mesmo: «Componho, escrevo, gravo, agencio e faço o design… porque não vocalista?»
As músicas que viriam a compor o EP “05” estavam a tomar forma, com um Sir Giant faz-tudo à Eagles, assumindo as despesas da bateria e da voz em simultâneo. Mas não tardou até que o projecto ganhasse consistência a ponto de libertar o Artista apenas para as tarefas da interpretação vocal, olhos nos olhos do público.
É assim que, em Maio de 2005, é gravado e produzido o primeiro EP, lançado em Setembro do mesmo ano. Perfeccionista, multifacetado e perseverante, Sir Giant fez, uma vez mais, tudo: além de autor singular e produtor de todos os temas, demonstrou desempenhos notáveis na bateria, no baixo, nas guitarras e na voz.
Alguns concertos após o lançamento do EP “05”, e também graças a incansáveis esforços de promoção, Sir Giant chegou à playlist da Antena 3 e a música “Iʼm 25” subiu mesmo, em Dezembro de 2005, ao top das 50 músicas nacionais e internacionais mais votadas pelos ouvintes, tendo sido a 23.ª mais tocada nesse ano.
“Iʼm 25” integrou ainda a banda sonora da terceira série dos Morangos com Açúcar e a compilação “Reggae – O melhor disco de sempre”, da editora EMI, tornando-se videoclip habitual na MTV Portugal e merecendo a aposta de outros canais, como SIC Mulher, SIC Radical ou Extreme Sports Channel, que fez uso prolongado do tema para a sonorização de programas.
Entretanto, depois de participações e entrevistas várias em programas de TV e rádio, ou de abrir para a conhecida banda reggae Zion Train, Sir Giant viu o seu trabalho internacionalmente reconhecido no final de 2005, quando venceu o concurso europeu de música da Leviʼs, que o levou a gravar o single “Life is Going Down” nos míticos estúdios de Abbey Road, Londres, celebrizados por bandas como The Beatles ou Pink Floyd.
Os trabalhos foram acompanhados de perto pela MTV, que entrevistou Sir Giant em Londres para o programa MTV Buzz, e pela Antena 3. Alguns meses depois, “Life is Going Down” é publicado no Japão pela editora One Big Family Records, na compilação “One Big Family VA3”.
No Verão de 2006 tocou com as bandas Dub Incorporation (França) e Natiruts (Brasil), em Cascais, e partilhou o palco Positive Vibes do Festival Sudoeste com o célebre cantor reggae Jimmy Cliff. A actuação foi transmitida em directo na Antena 3 e Sir Giant é novamente entrevistado pela MTV Portugal.
Já em 2007, insatisfeito com a retracção da indústria discográfica nacional, parte para a Califórnia, EUA, para iniciar a composição do álbum “Expectations & Illusions” e promover o seu trabalho. Ao longo de três meses, actuou em bares e clubes norte-americanos, colhendo boas críticas no mercado musical mais competitivo do mundo. Admitindo que «não é fácil ser músico em Portugal», Sir Giant planeia regressar aos States, porque «quem acredita em si mesmo acaba por atingir os seus sonhos».
E é de sonhos que “Expectations & Illusions” é feito, mas também de certezas e muito trabalho. Disponível para download gratuito nos seus sites desde Junho de 2009, o álbum teve no single “Doce Cereja” um pré-lançamento de sucesso, com novo rol de apresentações na TV e nas rádios. “Doce Cereja”, o único tema de Sir Giant cantado em português, integrou desde logo a banda sonora da sexta série dos Morangos com Açúcar e o excelente videoclip teve transmissão regular na MTV.
As canções não saem do ouvido e a produção, apurada, não deixa dúvidas quanto à capacidade do Artista e produtor. «O melhor da música é partilharmos um mesmo sentimento em simultâneo – rirmos, chorarmos, dançarmos juntos. É isso que tento fazer», revela.
Por Hugo Simões, jornalista

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segunda-feira, fevereiro 23, 2009

sexta-feira, fevereiro 20, 2009

Talvez Não Paradoxalmente Exaustão

Viste como peguei fogo ao meu cabelo.
Pois é exactamente isso que vou fazer.
Voto um protesto branco e não temo a sonolência,
o excesso, o novelo da trama cósmica que nos enrodilha.

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quinta-feira, fevereiro 19, 2009

Uncertainty, de Ansen Seale

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terça-feira, fevereiro 17, 2009

Acho Que Não Sei

Acho que não sei
se isto é o cúmulo da incerteza.

Continuamos a percorrer a ponte do amor,
julgando saber o que o outro pensa,
mas nunca fiando,
depois das injúrias.

Ainda assim, vou depressa
sobre a ponte do amor,
se quiseres.

É um pau de dois bicos;
bifurcação para os precipícios
do istmo da nossa vocação;
cordão umbilical que faz sangrar a existência,
esta ponte entre-os-rios pequena-mortal
que atravesso a uma palavra tua,
ao sabor do zéfiro do amor.

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domingo, fevereiro 15, 2009

quarta-feira, fevereiro 11, 2009

Nunca Nada

Nunca ter feito algo brilhante
é como ser pai ausente;
não gostar do próprio rosto;
querer mergulhar de cabeça numa piscina
e acabar por saltar a pés juntos,
como uma menina.

Nunca ter feito algo brilhante
é haver mulheres sem prazer,
é ser judeu por circuncidar,
é já ser adulto e não ter colado macacos
debaixo da mesa da sala de estar.

Já nunca ter feito nada brilhante
é precisamente tê-lo feito.

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segunda-feira, fevereiro 02, 2009

domingo, fevereiro 01, 2009

Poema Escarlate reeditado para o talismã Mantorras

Já que há tanto não publico, ainda emocionado pelo feito do talismã Pedro Mantorras e na esteira de um rubro post sentido, segue, pela primeira vez nesta casa blogosférica, uma reedição de um poema, ligeiramente adaptado para o efeito. Originalmente publicado AQUI, o "Poema Escarlate" faz parte de uma série de poemas "pletóricos" dedicados ao Glorioso e foi escrito em Abril de 2006, antecipando um embate de gigantes na Champions contra o Barcelona, no qual Mantorras acabou por infelizmente não participar, dando Koeman lugar a Marcel...
O Benfica é Mantorras; o Benfica é inexplicável; o Benfica é mística! Ao "homem queimado" mais acarinhado do planeta!

Poema Escarlate

Quem fala de futebol e não sente,
não sabe o que faz sonhar a pobre gente,
perdedora da vida sempre,
vencedora quando o Benfica vence.

E então somos todos contentes
neste recanto do mundo impaciente,
capazes de, juntos, sermos maiores que o mundo,
maiores no golo, num uníssono profundo.

(O que traz a poesia ao futebol,
senão nós, pequenos gigantes,
que acendemos um sol quando joga o Benfica
e esquecemos os lúgubres prantos?)

Sejamos grandes como dantes!,
que esta página urge ser escrita!
Sabemos ser pobres mas infantes
da Descoberta mais bonita:

Que somos capazes
de escrever a História
contra os maiores ventos e tempestades,
sobrevivendo aos escolhos,
atrevendo-nos em glória.

Já fomos jovens rapazes
mais ou menos loquazes
em palavras ou actos,
de nós todos memória.

Tivemos o mundo colado aos pés;
somos o Brasil da Europa.
Driblamos dois; driblamos três,
fazemos do Mantorras anjo-negro-cometa
que hoje pode chutar uma estrela,
fintar sem aviso todo o planeta!

Dá na anca, dá no peito,
beija a bola no joelho;
dá de bunda, dá com jeito,
Mantorras, faz chorar de alegria o País
no mundo inteiro!

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