domingo, janeiro 25, 2009

Dia especial para os benfiquistas

O dia 25 de Janeiro é de felicidade e tristeza para a família benfiquista. Felicidade porque nesta data nasceu, há 67 anos, o Rei Eusébio, e tristeza porque, há cinco anos, faleceu Miklos Fehér no Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães, com apenas 24 anos. Miki teve ainda tempo para, nesse jogo, fazer a assistência para o golo que deu a vitória ao Glorioso. Eu estava a assistir ao jogo em directo na TV. Na altura vivia em Benfica e posso afirmar que a minha vela foi das primeiras a brilhar, nessa noite, à entrada do Estádio da Luz. O 29 será sempre teu, Miki.

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sexta-feira, janeiro 23, 2009

Cidades Perfeitas

Inventamos problemas, pensando
em soluções que já temos.
Criamos riqueza alicerçada no pranto
da pobreza dos extremos.

Amando temos e perdemos, egoístas
pela posse de alguém.
A mando fazemos conquistas
que são de ninguém.

Que crise é esta?, camaradas,
se produzimos o mesmo
e consumimos à garfada

esta empada europeia de Jerusalém,
insossa como creme de nada
- e isto de estar vivo não pode acabar bem.

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quinta-feira, janeiro 22, 2009

Sombras

Noite fria, coração gélido, mãos quentes,
prestes a agarrar uma utopia e zarpar num sono hipnótico
de sombras e luz inevitável, ou sombras nem veria.
Na certeza de que o amor não baterá à porta,
imagino uma mulher que sofre pela minha ausência
e antecipo a convulsão de lágrimas pela minha morte,
pairando sobre um monte ermo de cabeças.
Mas a mulher, se existisse, não me conhece sequer
- lamenta pela ausência em si mesma,
e eu nada fiz que a fizesse sorrir.
Essa mulher não anseia o que desconhece
e nunca imaginará o meu amor.
Essa mulher está ao sabor das desventuras do destino
e é provável que se dê a um homem que amanhã reconhecerá
de um passado recuperável, agora desesperado, longínquo.
Não há casais perfeitos, e o amor é prisão,
perda, dor e até a mais atroz solidão.
Enquanto escrevo, essa mulher dorme há pouco,
depois de desenhar uma camisa de noite
deixada cair por um braço lânguido de sombra
na parede branca do quarto onde adormece só
há dois meses.

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terça-feira, janeiro 20, 2009

A minha nova namorada

Nascida a 7 de Dezembro passado, a minha nova namorada é muito morena, tem invulgares olhos azuis e é a minha companhia desde há umas horas. Conheci-a por intermédio do meu Irmão Pinto, que por sua vez ficou também com uma das irmãs dela.
Na verdade, eu esperava ficar com um dos seus quatro irmãos, mas fui surpreendido quando me apercebi que já todos haviam sido dados, restando apenas fêmeas. Das que ficaram, esta marota veio logo ter comigo, cheirando-me, embrenhando-se nas minhas botas, acabando por se sentar no meio dos meus pés. Estava escolhida... ou terei sido eu o escolhido. No entanto, porque o macho se chamaria Benfica ou Camões, não tenho ainda nome para a pequena. Talvez venha a ser Bica... ou... Pitrécula... Aceito conselhos, mas tem de ser rápido.
Neste momento, a jeitosa está aninhada entre a minha barriga e o meu peito, debaixo da camisa. Só aqui é que ela está bem. Não pára muito tempo na caminha e queixa-se se não lhe dou toda a atenção. Fez um xixi grande mal chegou a casa e um segundo, mais pequeno, mas sempre longe de tapetes e afins. Auspicioso. Começa assim uma nova aventura; uma vida a dois que se espera tão feliz e longa como aquela vivida com o meu querido Fidji.

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segunda-feira, janeiro 19, 2009

A Alfabetização da Memória - 10 anos com Tiago Pereira

De 22 a 25 de Janeiro na Fábrica do Braço de Prata – Sala Visconti

O meu querido amigo Tiago Pereira, realizador do videoclip de "História de Um Vinho Azedo", dos Baby Jane, faz vídeo há 10 anos. O Tiago trabalha essencialmente na alfabetização da memória, com necessidade vital de documentar, preocupado com a tradição oral e com a ponte geracional, passando boa parte do seu tempo a fazer recolhas vídeo por esse Portugal fora, para depois reconstruí-las. Alguns dos seus vídeos já receberam prémios nacionais e internacionais. A programação que abaixo proponho celebra os 10 anos de trabalho do Tiago, mostrando alguns dos seus filmes mas também a sua actividade como VJ e vídeo-músico, bem como o trabalho de outros que com ele laboraram e que de alguma forma constituem o seu universo.

PROGRAMAÇÃO

22 de Janeiro, quinta-feira, 18 horas
Vídeos

- "Quem canta seus males espanta" (9´, 1998)
Vencedor do Prémio: Melhor realizador português- Encontros de Cinema Documental da Malaposta
- "O que é a Imagem?" (10`, 2001)
Projecto pro-memória, co-realizado com Raquel Castro:
- "A arte da Memória" (14`, 2004)
- "Os povoadores do tempo" (15`, 2004)
- "Disparem à vontade" (15`, 2005)

21.30

- Conversa com Raquel Castro
- "Paisagens Sonoras"
- "Soundwalkers", de Raquel Castro

23 de Janeiro, sexta-feira, 18 horas
Vídeos

- "11 burros caem no estômago vazio" (26`, 2006), vencedor dos prémios: melhor curta-metragem Portuguesa no Doc Lisboa 2006 e melhor filme etnográfico no Dialektus Festival de Budapeste 2007
- "Meta-" (25`, 2005)
- "Folk-Lore 01 Danças e Igreja" (11`, 2008)
- "Folk-Lore 02 Regadinho" (5`, 2008)

22 horas

- Bfachada Tradição oral contemporânea (60`, 2008)
- Concerto com Bfachada (www.myspace.com/bfachada)

24 de Janeiro, sábado, 18 horas
Vídeos

- "Manda Adiante" (25`, 2007)
- "Sonotigadores de tradições" (25´, 2003), vencedor do Grande Prémio Ovar Vídeo 2003
- "Ao alcance de todos" (25`, 2008)
- "Aniki na Casa" (52`, 2008)

22 horas

- Conversa com membros da Associação Pé de Xumbo e Alexandre Matias da Associação Tradballs
- "Arritmia" (44`, 2007)
- Baile Concerto – OMIRI (www.myspace.com/omirisound)

25 de Janeiro, domingo, 15 horas

- Mesa redonda – "As recolhas videográficas e a arte contemporânea", com Tiago Pereira, José Barbieri e Domingos Morais
- Apresentação do projecto MEMORIAMEDIA, por José Barbieri (http://www.memoriamedia.net/)
- José Craveiro - Contador de Histórias

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quinta-feira, janeiro 08, 2009

I'm Still Here

Minguante. DAQUI

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quarta-feira, janeiro 07, 2009

Talvez XVI

Talvez também a lua seja mentirosa

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Talvez XV

Talvez seja melhor nunca que tarde

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sexta-feira, janeiro 02, 2009

Fado Morse - nova canção "cordiana" a encetar 2009



Davi%20Reis


Fado Morse é a mais recente canção que compus e gravei - a quarta que se encontra no player acima. Posso dizer que é triste - talvez desajeitadamente ao sabor temível de um ano de anunciada crise e desejos de prosperidade. Apesar de pouco conseguida, deu-me água pela barba. Tive inúmeros problemas com o cartão de memória utilizado na gravação - sempre caseira, claro está, com o meu muito querido four track digital Micro BR, da Boss.
Como eu escrevia, o cartão empancava com erros sucessivos como "drive busy" ou "card read error" a partir do momento em que tencionava finalizar guitarras e passar às vozes - estamos a falar de cerca de 10 a 12 vias até então. O cartão SD de que vos falo, e que não recomendo veementemente, é um Lacor. Aqui deixo, pois, a nota como publicidade negativa - dever de consumidor. No entanto, pela positiva, acontece que, em acto de desespero e impotência, depois de tentadas todas as artimanhas humanamente possíveis de enganar a máquina, decidi-me pela compra de novo cartão. Pedi o melhor e recomendaram-me o SanDisk Extreme III. Cerca de 19 euros. Posso dizer que o comprei, terminando o trabalho num ápice e muito eficazmente, sem quaisquer falhas ou erros que me obrigassem a recorrer a backups guardados no PC.
Lamentavelmente, a música, cujas gravações foram retomadas recentemente, ficou a perder - e muito - com a minha justificada impaciência, tendo sido finalizada já em desespero de causa, na tarde de dia 30, antes que uma tragédia de bits esbaforidos ocasionasse nova rotura incontornável da gravação digital. Como estou ainda cansado da noitada, além de com alguma azia sem dúvida proporcionada pelo consumo moderado de álcool, deixo-vos a letra abaixo e em boa verdade vos digo que estou à espera de críticas. Relembro-vos, no entanto, que não sou cantor nem pretensão a isso tenho. Aliás, as vozes, por serem a última coisa a gravar, foram de facto "os instrumentos" menos cuidados nas gravações daquela tarde de 30, aparte solitárias e nocturnas sessões de phones nas orelhas e olhos postos no ecrã minimal do Micro BR. Este é, pois, um esboço de canção que podia estar melhor, mas que também não me envergonha.
Note-se que "Fadomorse" é o nome de um grupo nacional e de um dos temas do mesmo grupo, que, aliás, se recomenda. Descobri-o agora, depois de "googlar" as palavras "fado morse". Espero que a rapaziada não fique sentida comigo... Pode ser que a SPA faça vista grossa, por o meu título separar as duas palavras. Devo ainda referir o nome de José Carlos Ary dos Santos, um dos meus poetas preferidos, de quem adaptei uma frase que o poeta escreveu para um dos fados interpretados por Carlos do Carmo no álbum "Um Homem na Cidade".
* Fado Morse *

Bem sei,
não valem mais que dois pintores
os quadros que fotografei,
as paisagens e as flores
- cumes agudos como as dores,
pontiagudas, celestes e puras
como o sol de Verão.

Além...

Dei
por um quadro dois pintores,
paisagem que fotografei,
em moldura e a cores
- cumes agudos como as dores,
pontiagudas, nas paredes nuas
do museu de mim.

Alguém...

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quinta-feira, janeiro 01, 2009

Primeiras horas de 2009

Armação de Pêra, junto à praia, enevoada. 7h30. Primeiro pequeno-almoço do ano, invulgarmente só: dois crepes com doce de ovos, uma "nozinha" e leite com chocolate, junto ao Forte.
Depois da festa, madrugada alta, aproveitei para fazer um reconhecimento dos locais onde na infância passei, ano após ano, as minhas férias em família. Aqui, uma foto da gelataria de sempre. Obviamente desejo o melhor 2009 possível aos estimados leitores.

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