Photopoiesis 3 - Uma espécie de vampiro
o bem comum apregoar;
encheres na boca a liberdade,
e o peito pleno de ar.
Podes até dizer que vais pensar
em quem já desiludiste,
para novamente mergulhares
na mentira que urdiste.
O silêncio não te vai calar
nem o estrondo de um clamor
que te faça sossegar
o desejo de terror.
O ruído é a tua arma.
Nos canhões todo o fragor;
na cidade, em todas as praças,
o teu desejo de temor.
Já não se inventam melodias
que cantem fresco o amor;
criam-se da arte coisas frias
que nos refundam de rancor.
A ti!, óbvio impostor!,
nascem crianças que logo escutam com fervor;
crescem implodidas e mansas, e a vida é um passatempo;
são heróis iconográficos cedo, vestem, mentem, fardas;
são a tua imensa corte de burlesco.
E tu, aposto nunca teres por elas vertido sincero lamento
quando, antes de fartas, jazem mortas, as crianças,
no teu quintal.
Tu, creio que estás como se em coma,
tomado pela espiral de Sodoma;
inebriado na redoma de Gomorra.
Tu, vampiro, estás também como quem vivo, morra.
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