sábado, setembro 30, 2006

"Faltava-me viver mais intensamente, para escrever melhor" (Jeremias Cabrita da Silva)

sexta-feira, setembro 29, 2006

Site da RTP publica plágio descarado de texto do Caderno de Corda (VI)

Tenho aguardado ingloriamente por resposta no referente ao caso de plágio levado a cabo pelo site da estação de serviço público ao Caderno de Corda – caso apresentado à RTP e ao Provedor do Telespectador em cartas enviadas através dos respectivos endereços de e-mail constantes no site da RTP.
Assinado por Paquete de Oliveira e José Nuno Martins, encontra-se no mesmo site o Estatuto dos Provedores, que nos diz ser dever do Provedor a avaliação da “pertinência das críticas, sugestões ou comentários recebidos dos Telespectadores sobre os conteúdos difundidos e a respectiva forma de apresentação pelos serviços públicos de Rádio e Televisão”. Quanto à “avaliação de pertinência das críticas”, pergunto-me se, na ausência de resposta, terá sido considerado pouco pertinente o grave caso exposto... Por outro lado, questiono-me também sobre se será do Provedor a responsabilidade de resolução face a uma questão desta natureza, que extravasa a liça televisiva. Ou não?
Definida essa pertinência, deverão os Provedores emitir pareceres sobre as reclamações ou sugestões recebidas, dirigindo-as conforme estabelece a Lei n.º2/2006, de 14 de Fevereiro, aos órgãos de administração e aos demais responsáveis visados. Todavia, antes de emitir esses pareceres utilizando qualquer um dos meios de ligação com os Ouvintes ou Telespectador ou o seu respectivo Programa em antena, deverão indagar e ouvir junto dos responsáveis visados, particularmente junto do Director de Informação ou do Director de Programação citados, sobre os critérios adoptados e métodos utilizados”, pode ler-se AQUI.
Assim, depreendo que, por esta hora, o Sr. Provedor já tenha dado prossecução, perante o Director de Informação ou de Programação, à exposição dos elementos que lhe facultei... Contudo, nenhuma pergunta me foi feita; nenhuma satisfação concedida. Tirava eu nabos da púcara e deparo-me, a certa altura, com esta imprecisão do Estatuto:
Só então, ou no caso de ser deferido o período que a Lei estabelece para obter a resposta solicitada e devidamente fundamentada, por parte dos responsáveis visados, deverá o Provedor do Ouvinte ou o Provedor do Telespectador tornar público o seu parecer, dando igualmente conhecimento do mesmo aos interessados”, sendo que essa matéria incluirá, “por exemplo, informações comentadas sobre as recriminações ou sugestões recebidas”. Antes que prossiga, o “período que a Lei estabelece” para a resposta é, na prática, de quanto tempo? Estará a resposta aqui?:
Os pareceres e as conclusões referidos nas alíneas b) e c) do n.º 1 do presente artigo [Artigo 23.º-D] são sempre comunicados aos responsáveis pelos serviços e pessoas visados, que, no prazo fixado pelo Provedor ou, na sua ausência, no prazo máximo de cinco dias, devem comunicar resposta fundamentada ao respectivo Provedor e adoptar as medidas necessárias.” Perante isto, será ininteligibilidade minha ou não está definido um prazo limite de resposta ao queixoso?... Uma falha na trama legal ou um óbvio mecanismo de defesa?
Dada a míngua legal identificada no que concerne à demarcação de um prazo de resposta ao queixoso, recordo uma das regras de ouro dos Provedores:
Não basta ao Gabinete dos Provedores assumir-se apenas como repositório de observações, protestos e eventuais queixas oriundas dos Ouvintes ou Telespectadores.
Assim sendo, e uma vez que a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) exige a denúncia relativa a, cito, “comportamento susceptível de configurar violação de direitos, liberdades e garantias, ou de quaisquer normas legais ou regulamentares aplicáveis às actividades de comunicação social” até um “prazo máximo de 30 dias a contar do conhecimento dos factos e desde que tal conhecimento não ocorra passados mais de 120 dias da ocorrência da alegada violação”, terei de agir com celeridade na resolução da absorvente vicissitude do plágio, que, como um terrível buraco negro, drena o Caderno de Corda. E agirei antes que a caravana passe - não por outra qualquer motivação ressabiada!

-*-

Resumindo, e face à interpretação do Estatuto dos Provedores e da Lei n.º2/2006, de 14 de Fevereiro, as questões mais prementes:
  1. A ausência de resposta. A que se deve? O caso não é suficientemente grave e pertinente? O álibi para o silêncio serão, por certo, os milhares de e-mails recebidos...
  2. O facto de o plágio ter sido publicado no site da RTP significa que o seu teor transpõe a tutela de Paquete de Oliveira?
  3. A imprecisão do Estatuto: O “período que a Lei estabelece” apraza-se, na prática, para quando? Verifica-se não estar definido um prazo limite de resposta ao queixoso... Um astuto mecanismo de defesa?
  4. A celeridade imposta para a denúncia: Pelas normas da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), a denúncia deve ser submetida até um “prazo máximo de 30 dias a contar do conhecimento dos factos e desde que tal conhecimento não ocorra passados mais de 120 dias da ocorrência da alegada violação”.
A conclusão:

Será, para já, redigida em tempo útil uma carta de denúncia para os seguintes organismos: Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), Sindicato dos Jornalistas (SJ) e Clube de Jornalistas (CJ).

Apesar de tudo, tenho de concordar com Alfred de Musset: Também “plantar couves é imitar alguém”.

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And now, for something completely different: "Excelência"

Segundo noticia hoje o jornal A BOLA, "o Benfica está desde ontem integrado num restrito lote de marcas nacionais a que foi prestado um tributo de excelência": "É o primeiro clube português a obter este reconhecimento – a nível europeu, Real Madrid, Juventus e Inter de Milão já obtiveram igual distinção. A Superbrands Portugal, uma entidade independente que tem como objectivo promover o reconhecimento das marcas excepcionais em vertentes como domínio de mercado, aceitação, longevidade, fidelização e goodwill (empatia), elegeu este ano, pela primeira vez, um clube de futebol como preenchendo todos os requisitos. Estiveram quatro clubes em análise, mas apenas o Benfica mereceu a distinção de marca de excelência, juntando assim o seu nome a um grupo de mais 33 marcas de top a nível nacional."
Nem tudo são más notícias... O autor pede perdão aos estimados leitores pela aparente obsessividade com a questão do plágio, mas, por ora, talvez não faça sentido escrever noutro âmbito enquanto o caso não estiver selado pela parte que toca ao Caderno de Corda. É tempo de reflexão. Na segunda-feira apresentar-se-ão resultados.

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Site da RTP publica plágio descarado de texto do Caderno de Corda (V)

De entre os "dez mandamentos" que compõem o Código Deontológico dos Jornalistas, quatro foram trucidados:
2. O jornalista deve combater a censura e o sensacionalismo e considerar a acusação sem provas e o plágio como graves faltas profissionais.
4. O jornalista deve utilizar meios leais para obter informações, imagens ou documentos e proibir-se de abusar da boa-fé de quem quer que seja. (...)
5. O jornalista deve assumir a responsabilidade por todos os seus trabalhos e actos profissionais, assim como promover a pronta rectificação das informações que se revelem inexactas ou falsas. (...)
6. O jornalista deve usar como critério fundamental a identificação das fontes. (...) As opiniões devem ser sempre atribuídas.

-*-

Não poderá esquecer o Sr. Provedor de que é sua missão "estimular o cumprimento da ética profissional e dos códigos deontológicos por parte de todos os profissionais da RTP, SGPS, SA"...

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quinta-feira, setembro 28, 2006

Hoje, no Clube de Jornalistas, RTP 2, Paquete de Oliveira disse: "O Provedor é uma instância promotora de auto-regulação"

"Eficácia e resultados" é o que se pretende, Sr. Provedor. As palavras são suas.
Muito brevemente, os prometidos desenvolvimentos

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terça-feira, setembro 26, 2006

Site da RTP publica plágio descarado de texto do Caderno de Corda (IV)

Nesta quarta entrada sobre a questão do plágio perpetrado pela RTP ao Caderno de Corda, devo recordar o estimado leitor de que, no dia 8 de Setembro, quando consultei o site da estação para confirmar as horas de emissão do filme “Loose Change”, encontrei uma sinopse que não era mais do que um plágio descarado (ainda assim imperfeito) de um texto aqui publicado no dia 8 de Abril deste ano. Escrevi, então, uma carta, publicada no dia 18 de Setembro, utilizando, para os devidos efeitos, um link presente na página da RTP onde ainda se encontra a suposta sinopse de "Loose Change". Foi também no dia 18 de Setembro que publiquei, na primeira entrada a este propósito, uma carta remetida ao Sr. Paquete de Oliveira, Provedor do Telespectador da RTP, através DESTE link. Até hoje, não obtive qualquer resposta ou satisfação, sendo que a sinopse plagiada permanece online e inalterável.
Entretanto, preocupado com a possibilidade de tudo isto cair no esquecimento movediço do tempo, nomeadamente, preocupado com a eliminação da prova (a página da RTP onde se encontra o texto plagiado), fiz uma busca no Google. Desde logo percebi que se tornara impossível apagar o erro, pois a prova tornou-se durável e ubíqua - graças à honestidade intelectual da maioria dos bloggers que utilizaram o texto, atribuindo à RTP a autoria... Ao que parece, é a blogosfera que dá ensinamentos éticos e deontológicos a quem deles não pode, por princípio essencial, prescindir...
Em “carta aberta” (publicada numa caixa de comentário do Caderno de Corda) a Rui Semblano, d’ A Sombra, com quem tenho partilhado esta “pequena angústia”, escrevi:
“Adianto-te que só não fiz ainda nada para denunciar o caso na imprensa e na tv (seria tão fácil fazê-lo à SIC ou à TVI) pelo respeito que tenho à instituição RTP e por acreditar na seriedade do Sr. Paquete de Oliveira. Hoje [23 de Setembro], no seu curto programa, fez menção a cartas de reclamação que visavam a mudança de horário de "Loose Change", aquando da sua primeira emissão. Uma teria sido a tua, por certo. Se, neste curto período de tempo, o assunto pôde ser processado a ponto de se editar o programa, porque espero eu ainda por uma resposta escrita?Se se tratasse de outro órgão de informação, seria eu que não pensava duas vezes... Porque demoram tanto os senhores da RTP a responder-me? Poderá a prova (página da RTP onde se encontra a sinopse) ser eliminada entretanto? Esfumar-se-á isto com o passar sorrateiro dos dias? Como já havia escrito, o Caderno de Corda é um blogue intimista que se pretende assim. Não farei campanhas, muito menos contra a RTP. Mas exijo uma resposta e o reconhecimento do erro. Caso contrário, terei de agir. Escreverei brevemente a esse propósito e estabelecerei um prazo após o qual não mais salvarei a face da televisão pública.”
Agora, dada a indiferença a que fui votado, agirei em defesa dos conteúdos originais do Caderno de Corda (em especial os poéticos), para que, dado o exemplo, não volte a ocorrer situação semelhante. Os próximos posts serão decisivos. Peço a vossa atenção. Porque quem cala consente...
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Site da RTP publica plágio descarado de texto do Caderno de Corda (III)

O facto de os sites, blogues e páginas que se seguem terem copiado (com ou sem atribuição à RTP, tornando-se, alguns deles, plagiadores em segundo grau) a página da RTP é, ao contrário do que se possa pensar, motivo de satisfação. Assim, torna-se impossível apagar o erro. E a prova é durável como ubíqua...
Eis uma amostra exemplificativa:
  1. Noutra página da Myciw...
Os seguintes blogues são identificados como "plagiadores em segundo grau". Já diz a sabedoria popular: ladrão que rouba a ladrão...

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Brevemente, mais cartas ao Provedor...

"Não imites nada nem ninguém. Um leão que copia um leão torna-se um macaco."

Victor Hugo

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sábado, setembro 23, 2006

Transmissão do documentário “Loose Change”, na RTP, gera polémica entre a opinião pública portuguesa

Do Ministério da Verdade (Um texto jornalístico?)

Volvidos cinco anos silenciosos sem que, publicamente, perguntas incómodas se colocassem na desconstrução dos atentados ocorridos no dia 11 de Setembro de 2001, a RTP transmitiu por quatro vezes no período de dez dias o polémico documentário “Loose Change”. Uma imensa onda de controvérsia foi despoletada nas ocidentais praias lusitanas, chegando abundantemente às praças da opinião. Ter-se-á aberto a caixa de Pandora?

Desde logo se tornou conhecida a tese formal veiculada pelas fontes oficiais da administração norte-americana sobre os atentados de 11 de Setembro, que relatam a consumação de uma acção terrorista organizada por Osama Bin Laden, líder islâmico da Al-Qaeda. Ao transmitir por quatro vezes, entre 8 e 17 de Setembro, o documentário “Loose Change – Conspiração Interna”, que apresenta a tese polémica de que a própria administração Bush teria influência na execução dos atentados, a RTP gerou uma vaga de contestação sem precedentes no País.

O filme, que se tornou num dos mais vistos na Internet, onde fora originalmete publicado em Abril de 2005, tem surgido recentemente na grelha de várias estações de televisão, entrando pelas casas de cerca de 100 milhões de espectadores de todo o mundo.
Perante isto, em Portugal, dois flancos ideológicos perfilharam posições diametralmente opostas, qualificando-se mutuamente como “falsificação histórica”. Na visão sustentada pelo filme estabelecem-se relações entre operações de manutenção autorizadas por Marvin Bush, irmão de George W. Bush, e a alegada colocação de explosivos de demolição controlada no interior do World Trade Center (cuja queda se contabilizou no mesmo número de segundos que um objecto lançado do topo das torres demoraria a atingir o solo); denunciam-se alegadas operações financeiras relacionadas com os atentados - por exemplo, um volume anormal de venda de acções da American Airlines em vésperas do 11 de Setembro; põe-se em causa o destino do voo United 93 e as chamadas de telemóvel feitas pelos passageiros às suas famílias (invocando testes que demonstram a baixa taxa de sucesso nas chamadas estabelecidas àquela altitude), assim como o facto de os ocupantes dos voos 93 e 77 terem sido identificados apesar da volatilização dos aviões em que viajavam. Estas e outras questões, exigindo respostas para as insuficiências investigativas publicadas no “Commission Report”, são abordadas no filme, de imediato debaixo do fogo crítico de alguns líderes de opinião portugueses, no flanco oposto.

Verdade difusa ou mentira bem urdida?

No último Prós e Contras, de 11 de Setembro, Pacheco Pereira revelou menosprezo pelas dúvidas suscitadas, acabando mesmo por associar ao “desgastado estigma do comunismo” os cépticos da versão oficial tornada pública. "’Ponham lá aí um cartaz a dizer que eu sou muito estúpido’ - é o que os que levam a sério o “Loose Change”, a começar pelos programadores da RTP que entraram agora num nível provocatório, estão a dizer", afirmou, diante do interlocutor Mário Soares.
Acusando a RTP e o filme “Loose Change”, “que mostra como o fanatismo político anti-americano leva à deterioração do pensamento e é contagioso, tanto para as mentes simples como para as sofisticadas”, Pacheco Pereira escreveu no seu blogue, “Abrupto”: “A realidade do terrorismo dissipa-se, o terrorismo torna-se invisível, hipotético, ‘pretextual’ como nas melhores teorias conspirativas. Num noticiário da SIC referia-se de passagem que, no Irão, milhares de voluntários se ofereceram, em resposta ao apelo de alguns parlamentares iranianos, para servir de suicidas. Mas como era possível sequer reparar nesta notícia, incorporá-la no discurso? Não era. O terrorismo, mesmo ali diante dos nossos olhos, desaparecia, esbatia-se, dissolvia-se, normalizava-se. Tornava-se impensável.”
No dia 12, também Martim Avillez Figueiredo, director do Diário Económico, se insurgiu num editorial titulado “Com isso não se brinca”, considerando que Dylan Avery, um dos autores do documentário, “deveria ser repreendido, não ouvido”. Noutro editorial, desta feita publicado no jornal Expresso a 16 de Setembro, Henrique Monteiro apontou os “perigos do negacionismo, sobretudo o do terrorismo islâmico”, de certa forma à semelhança de Pacheco Pereira, queixando-se da Internet, do comunismo e da RTP. "O negacionismo não é novo na História e sempre esteve ao serviço de uma ideologia. Os mesmos que negavam a barbaridade dos regimes comunistas, logo que a realidade histórica impôs a verdade, viraram as baterias contra a superpotência sobrevivente", escreveu Henrique Monteiro, concluindo com o argumento de que, "se a opinião pública e a comunicação social não reagem a esta inacreditável manipulação, poderemos tornar-nos reféns de mais uma falsificação histórica - uma das mais conseguidas artes, aliás, do estalinismo."
A história recorda-nos uma frase de Hitler, que afirmou: “Quanto maior for a mentira, mais pessoas acreditarão nela”... Apesar de podermos pensar ser sempre possível provar tudo e o seu contrário, em que ficamos? Por um lado temos uma verdade difusa e, por outro, uma mentira bem urdida?

Serviço público ou transgressão deontológica?

Segundo Paquete de Oliveira, provedor do telespectador da RTP, os consumidores do canal público não partilham da opinião de, entre outros, Pacheco Pereira, que escreveu, há uma semana, na sua crónica na revista Sábado, que “a passagem do filme é inaceitável no quadro deontológico de qualquer estação de informação”, classificando-o como “um produto menor, de muito má qualidade”.
O provedor revelou que os e-mails recebidos sobre “Loose Change” sugeriam que “se façam mais debates”, sendo que “a maioria tece grandes elogios aos documentários transmitidos na 2: e na RTP 1”. Paquete de Oliveira acrescentou ainda terem sido os inúmeros pedidos de repetição do documentário que levaram a estação de serviço público a repô-lo.
Um comunicado do conselheiro de imprensa da Embaixada dos EUA em Portugal foi emitido a este propósito: “Sabemos do fascínio que as teorias de conspiração habitualmente exercem sobre os media e o público em geral. Contudo, não podemos deixar de recusar as teses conspirativas que têm sido veiculadas, por considerarmos a perda de milhares de vidas nos ataques de 11-9 um assunto demasiado sério para alimentar a presente discussão.”
De “Loose Change”, que se traduz literalmente por “trocos” (dinheiro solto), uma certeza emergiu: a de que muitos se interrogam ainda sobre a total deslindação do sucedido a 11 de Setembro de 2001.

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sexta-feira, setembro 22, 2006

Is anybody out there, Mr. Paquete?

À espera do comboio do correio... Foto de autor desconhecido, 1907, EUA.

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quinta-feira, setembro 21, 2006

Aguardam-se desenvolvimentos...

Enquanto aguardo por notícias do Provedor do Telespectador da RTP Paquete de Oliveira, sugiro a leitura dos dois posts anteriores, assim como dos respectivos comentários, que se reportam ao inominável plágio do site da RTP ao Caderno de Corda.
Para que fique escrito, Paquete de Oliveira revelou ao Correio da Manhã, em notícia do dia 15 de Setembro, que - e cito, daqui em diante, o referido jornal -, "dos 12 e-mails recebidos sobre ‘11 de Setembro – Conspiração Interna’ (Loose Change), realizado por Dylan Avery, apenas um o considerava 'perturbador', mas sugerindo que 'se façam mais debates sobre o documentário'. Os restantes protestavam pela alteração de horário da sua exibição. 'A maioria tece grandes elogios aos documentários transmitidos na 2: e na RTP 1 sobre o 11 de Setembro, não só o Loose Change, mas também aos restantes', acrescenta."
"Dos 12 e-mails recebidos sobre ‘11 de Setembro – Conspiração Interna’ (Loose Change), realizado por Dylan Avery, apenas um o considerava 'perturbador', mas sugerindo que se façam mais debates sobre o documentário"?
Em tom de desabafo, escrevia isto algures, numa caixa de comentário abaixo: "Contra a castração ética e deontológica, copiar, copiar! Estão em causa os direitos autorais dos utilizadores activos de Internet. Está em causa a seriedade e a valoração dos conteúdos dos blogues, que não são respeitados quando não associados a um nome sonante que meta medo... Já lancei, há tempos atrás, um apelo à SPA no sentido de abranger os blogues e as páginas pessoais na protecção dos seus direitos. Seria também, por certo, uma forma de fazer disparar o número de associados. Não obtive resposta institucional, apesar do apoio expresso de outros sócios. Um tema actual e urgente, parece-me... "
Aguardemos

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terça-feira, setembro 19, 2006

segunda-feira, setembro 18, 2006

Site da RTP publica plágio descarado de texto do Caderno de Corda (II)

Depois do post anterior, no qual fiz uma denúncia, cumpro o prometido: torno pública a primeira carta plangente – até hoje não merecedora de réplica -, escrita imediatamente após a tomada de conhecimento do torpe plágio, enviada através do link de contacto constante na página da RTP dedicada ao documentário "Loose Change", onde se encontra a sinopse da malfeitoria:

Exmos. Srs.:

Antes de mais, congratulo-vos pelo facto de transmitirem o filme “Loose Change”. Devo dizer que fazem jus ao vosso princípio - a prestação de serviço público. No entanto, como autor de um texto sobre o filme (publicado no dia 8 de Abril de 2006 no blogue Caderno de Corda), foi com surpresa (e talvez algum relativo desagrado) que, ao ler a sinopse por vós publicada no site da RTP, me deparei com um plágio, uma operação de copy/paste descarada do meu texto. O que escrevi, entenda-se, não é um press release, e o Caderno de Corda, adianto, está protegido quanto a direitos autorais.
Bem sei que a Internet carece de regulamentação, mas não há como respeitar o trabalho dos outros - e tal aprende-se desde o berço. Talvez não fizesse para vós sentido a atribuição de autoria, mas lembrem-se, para a próxima, de que, para os autores, a observância desse princípio é inquestionável e primordial.
Não me interpretem com animosidade, até porque aquela que talvez imprima neste texto é mais aparente do que real. No fundo, senti-me, apesar do plágio silencioso, estranhamente lisonjeado... Mas se gostaram do texto, e se este vos serviu, deveriam ter dado contrapartida a quem vo-lo proporcionou.
Apesar disto, termino com uma palavra de apreço pela RTP e, claro, pela coragem e independência demonstradas ao transmitir este documentário.

Atenciosamente,

Davi Reis
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Site da RTP publica plágio descarado de texto do Caderno de Corda

Guardei para mim esta pequena angústia durante pouco mais do que uma semana... Como o estimado leitor já terá depreendido, tenho vindo a acompanhar o tema versado no filme "Loose Change" (emitido hoje pela quarta vez em dez dias!), sobre o qual comecei a escrever há cerca de seis meses atrás. Sabendo da transmissão televisiva do documentário na RTP, visitei, na passada semana, a página de Internet da estação para confirmar as horas de emissão, bem como verificar informação complementar. Na verdade, encontrei-a, para meu espanto e desagrado, uma vez que a sinopse não era mais do que uma operação preguiçosa de copy e paste, um plágio descarado (e ainda assim imperfeito) de um texto aqui publicado no dia 8 de Abril deste ano, obviamente, e posto isto, sem qualquer tipo de atribuição autoral. Escrevi imediatamente uma carta utilizando um link para o efeito presente na dita página da RTP dedicada a "Loose Change", e até hoje não obtive qualquer resposta ou satisfação, sendo que a sinopse plagiada permanece online e inalterável. Há minutos escrevi ao Sr. Provedor do Telespectador da RTP, dado o silêncio e desprezo desrespeitosos a que tive direito. Uma vez que não me encontro em casa, onde tenho guardada no meu computador pessoal a primeira carta enviada, publicarei agora apenas aquela missiva enviada há minutos ao Sr. Provedor. Assim possa, tornarei pública a minha primeira nota de insatisfação, que não foi meritória de resposta. Eis o conteúdo da "crítica" da há pouco:


Exmo. Sr. Provedor:

Atentando ao sugerido nas vossas "normas" de publicação, procurarei ser breve e conciso. Antes de iniciar hostilidades, congratulo a RTP pela coragem e independência ao emitir o documentário "Loose Change". O motivo que aqui me traz não é, no entanto, agradável: No dia 8 de Abril deste ano publiquei no blogue Caderno de Corda um comentário ao filme, logo após a sua visualização. O tema, que tenho vindo a acompanhar, levou-me a, sabendo da emissão do filme na RTP, visitar o site da estação para verificar as horas exactas a que seria transmitido, bem como eventual informação adicional. Assim fiz, e qual o meu espanto quando me deparo, num link onde constava a sinopse do filme, com um plágio descarado de excertos do texto por mim redigido, não atribuído autoralmente. Escrevi a quem de direito (julgava eu), utilizando para o efeito o link constante na página dedicada ao filme, que supostamente serve propósitos que tais. Não obtive, até hoje, qualquer resposta ou satisfação, facto que me entristece e surpreende, uma vez que tenho do vosso canal a melhor das imagens. Confio que o Sr. Provedor considerará o motivo do meu desagrado. Passo a disponibilizar-lhe o link directo para o post plagiado, publicado no dia 8 de Abril passado:

http://cadernodecorda.blogspot.com/2006/04/loose-change-um-fino-vu-sobre-verdade.html

Sem mais de momento, despeço-me com consideração,

Davi Reis

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quinta-feira, setembro 14, 2006

Há ícones, Ícone e a natural relação de similitude entre o signo e o seu referente...


Foi inaugurado, pelas 22 horas da passada sexta-feira (dia 8 de Setembro), com pompa e circunstância merecedoras, o projecto Ícone, na Fábrica da Pólvora, em Barcarena.
Não se tratando seguramente de uma imagem pintada da Virgem, de santos, anjos ou cenas bíblicas, a Ícone é uma marca em expansão resultante do engenho e iniciativa de um pequeno grupo de jovens empreendedores que se propõem chegar a públicos de todas as idades, sexos e nacionalidades. Uma equipa criativa deu asas à imaginação e possibilita ao público a aquisição de produtos originais e de qualidade, peças únicas que conjugam eximiamente a estampagem e a confecção. À semelhança do que já havia escrito aqui a propósito da Stick Face Runner, "mais iniciativas ivovadoras e criativas assim houvessem. O País precisa".
Os produtos podem ser solicitados nos pontos de distribuição da marca ou através do site Ícone, que será, desde hoje, adicionado à lista de links do Caderno de Corda.
A adição de outro link deve também de agora em diante ser notada: a do blogue Beicinho, de dois fãs dos Pearl Jam.

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quarta-feira, setembro 13, 2006

Foto retirada do site Here Is New York

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terça-feira, setembro 12, 2006

Cheirava a café

Cheirava a café.
O cloro azulando a inquietação do ar.
Uma leve brisa divagava tempos convulsos
E um grito alarmante e nervoso, à minha direita:
“A III Guerra Mundial! Começou!”
Comoção. Incredulidade. Fragilidade.
Trementes as pernas, caminhando para casa,
Para dentro do ecrã – para dentro de um pesadelo.
Acendera-se uma vela em Nova Iorque sequaz,
E, em minutos, o segundo círio era ateado
Para o grande festim.
As duas torres, implodidas em segundos,
Caíam livremente sem resistência.
Então afastei-me, bebi o café,
Olhei para a piscina e vi inoportunidade.
O café, no entanto, não me pareceu descabido,
Ou o cigarro despropositado.
Olhei a piscina e não evitei um esgar desenganado.
Voltei para dentro com azedume.
Uma oração silenciosa.

Abro os olhos, engulo em seco
Um travo acre e desconfiado.
Concentro-me no ecrã,
Na forma como me vão tentar enganar.
As férias perderam o sentido;
O Algarve, acinzentado e entristecido,
Como o mundo em convulsão.

Reminiscência de 11/9 de 2001

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segunda-feira, setembro 11, 2006

Façam perguntas. Exijam respostas

Foto retirada do site Here Is New York

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Cinco anos depois, volto a repetir a questão: Será Bin Laden o actor mais bem pago de Hollywood?

(Cliquem no título, se vos aprouver)

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sexta-feira, setembro 08, 2006

Imperdível: Loose Change, hoje, às 23h30, na RTP2

Soube através d' A Sombra que o documentário “Loose Change”, de Dylan Avery, Jason Bermas e Korey Rowe, vai passar hoje às 23h30 na RTP 2, sendo retransmitido na madrugada de domingo à noite na RTP 1. Várias referências (aqui ou aqui) já haviam sido feitas no Caderno de Corda, chamando a atenção para este filme, proibitivamente perdível para qualquer cidadão do mundo.
Com a aproximação do quinto aniversário dos ataques de 11 de Setembro de 2001, o filme "Loose Change" tornou-se uma referência para aqueles que duvidam da estória oficial. Originalmente publicado na Internet em Abril de 2005 e já actualizado numa segunda edição, o projecto custou cerca de seis mil dólares a produzir - soma que não cobriria um único dia de catering nos cenários do drama "World Trade Center", de Oliver Stone.
Se algo vos instiga a saber mais, vejam o filme, façam perguntas, investiguem. É, antes de mais, um dever para convosco próprios.

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quinta-feira, setembro 07, 2006

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quarta-feira, setembro 06, 2006

Pearl Jam - pérolas a fãs II

Exausto, depois dos dois dias de trabalho e concertos que passaram, lamento não escrever sublimadamente algo que pudesse estar à altura do que senti ao ver de novo os Pearl Jam ao vivo. Estive em Cascais, no Restelo e, agora, no Pavilhão Atlântico. Sim, sou um indefectível. Em boa verdade, também nunca me senti defraudado pelos cinco de Seattle (ok, não são todos de Seattle). Pelo contrário, dou por bem gasto cada cêntimo de bilhete, independentemente da "astronomia" do preço. As memórias, quando inesquecíveis e vibrantes à distância inalcançável do tempo pretérito, não têm preço.
Foram dois concertos intensíssimos, completamente diferentes tanto quanto à forma como ao conteúdo. No segundo, talvez a opção por um line up mais alternativo - ou terá sido apenas impressão minha. Não me passou pela cabeça que pudesse ouvir, por exemplo, músicas do álbum "Ten" como "Garden", "Once" ou "Why Go", esta última tocada em ambos os dias de concerto. Rejuvenescido, recuei ao fulgor da adolescência e percebi claramente que há ainda uma força libertária em mim que não se dissipou nem frustrou no esquecimento comodista e mediano.
Assinalo nestes dois concertos de Pearl Jam - como em todos a que fui - a partilha sintónica da positividade pairante que levou à rouquidão, numa atmosfera de afinidades, o mais envorgonhado dos fãs. Qualquer coisa de fenomenal, vivificante. Lava-se ali a alma e crê-se, por momentos, num mundo verdadeiramente melhor.
"I believe in miracles,
I believe in a better world
for me and you!"
No final, sorrisos, olhos regalados e rostos lavados em suor. É bom saber que existem pessoas como aqueles cinco. Inspiram-nos. Inesquecível.

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terça-feira, setembro 05, 2006

Pearl Jam - pérolas a fãs

Ontem (4/9) e hoje não haverão postzinhos elaborados. Como já havia escrito há meses atrás, comprei bilhetes para os dois dias de concertos dos Pearl Jam no Pavilhão Atlântico. Acabei de chegar a casa depois do primeiro, com a certeza de que a jornada de trabalho passará melhor sabendo o que me espera ao fim do dia. Tenho a alma lavada e a voz rouca. Não tenho, porém, com quem ir hoje ao concerto. Se acaso compareceres hoje, e se acaso tiveres o meu número de telemóvel, não hesites. Cantaremos em uníssono.

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segunda-feira, setembro 04, 2006

"Women and a Pierrot", Emil Nolde, 1917

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domingo, setembro 03, 2006

mANIFESTO pRÓ-hUGO dANTAS (pós-despedida de solteiro)

BASTA PUM BASTA BEEP!
ACIMA A GERAÇÃO!
VIVA O DANTAS, VIVA! BEEP!
UMA GERAÇÃO COM UM DANTAS A CAVALO É UM TGV!
UMA GERAÇÃO COM UM DANTAS À PROA É UM HIDRO-AVIÃO!
O DANTAS É UM FIDALGO!
O DANTAS SÃO DOIS FIDALGOS!
O DANTAS SABERÁ GRAMÁTICA, SABERÁ SINTAXE, SABERÁ MEDICINA, SABERÁ FAZER NÓS DE MAREAR, CEIAS P'RA CARDEAIS, SABERÁ TUDO MAIS ESCREVER EM QUADROS INTERACTIVOS, QUE É A COISA QUE ELE FAZ!
MESMO NÃO PESCANDO NADA DE POESIA, O DANTAS FAZ SONETOS COM LIGAS DE DUQUEZAS!
O DANTAS É UM HABILIDOSO!
O DANTAS VESTE-SE BEM, MAS SUJAM-LHE O PÓLO AZUL LOGO NOS PRIMEIROS MINUTOS DA DESPEDIDA DE SOLTEIRO!
O DANTAS USA CEROULAS DE MALHA?
O DANTAS É DANTAS!
O DANTAS É HUGO!
VIVA O DANTAS, VIVA! BEEP!
AMBOS OS DANTAS FIZERAM UMA SORÔR MARIANNA, QUE TANTO O PODIA SER COMO A SORÔR IGNEZ OU A IGNEZ DE CASTRO, OU A LEONOR TELLES, OU O MESTRE D'AVIZ, OU A DONA CONSTANÇA, OU A NAU CATHRINETA, OU A MARIA RAPAZ VESTIDA DE PIERROT, COM UM BIGODE RIDÍCULO!
E O DANTAS TEVE CLAQUE! E O DANTAS TEVE PALMAS! E O DANTAS AGRADECEU!
O DANTAS DÁ FUNDO!
O DANTAS NÃO PRECISA DE SE DISFARÇAR DE SALTEADOR. AO DANTAS NÃO BASTA ANDAR CO'AS MODAS, CO'AS POLÍTICAS E CO'AS OPINIÕES!; NÃO BASTA USAR O TAL SORRISINHO, SER MUITO DELICADO E TER OLHOS MEIGOS! BASTA SER DANTAS!
VIVA O DANTAS, VIVA! BEEP!
O DANTAS É UM SONETO D'ELE-PRÓPRIO, ESCRITO NAS PRAIAS ASSOMBROSAS DA CRUZ QUEBRADA!
O DANTAS EM GÉNIO CHEGA A PASTILHA NUCLEAR, E EM TALENTO É PIM-PAM-PUM!
O DANTAS NU É UM PORTENTO!
O DANTAS CHEIRA BEM DA BOCA!
VIVA O DANTAS, VIVA! BEEP!
O DANTAS NÃO É A VOZ DA CONSCIÊNCIA, MAS FOI CHEFE DOS ESCUTEIROS!
SE O DANTAS FOSSE O PRESIDENTE AMERICANO, O MUNDO SERIA UM LUGAR MELHOR!
VIVA O DANTAS, VIVA! BEEP!
n.b. - Dedicado ao velho amigo Hugo Dantas, que ontem celebrou a sua despedida de solteiro, o texto é, como todos saberão, uma adaptação do Manifesto Anti-Dantas, texto virulento do jovem José de Almada-Negreiros (que contava 23 anos), escrito entre Abril e Setembro de 1916.

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