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quinta-feira, junho 30, 2005
Anamnésias 2
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quarta-feira, junho 29, 2005
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Poemas da adolescência 7
Um minuto de vazio que sabes preencher
Um minuto!, que me ofuscas de inesperado
Um minuto e dás-me a deixa para continuar
Tu nunca foste um minuto de silêncio
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terça-feira, junho 28, 2005
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Um aroma vivificante
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segunda-feira, junho 27, 2005
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Anamnésias 1
Sob a noite estrelada, aparentemente serena, refulgia de som, luz e cor o monumental estádio, agora defunto, catedral de religiões pagãs e eternamente primitivas. Sobrelotado, perto de 140 mil pessoas ansiosas e unidas por um espírito de comunhão patriótico, solidariedade apaixonada pouco razoável e de todo racional, se acondicionaram no espaço destinado e previsto para 120 mil. Gente de pé, gente que se amparava, alguns sentados ao colo dos outros, muitos de mãos dadas, gente pendurada nas escadas de acesso às bancadas, fazendo lembrar símios acrobáticos e ágeis, esperavam o momento decisivo do penalti de Rui Costa. Uma gota seria o necessário para fazer transbordar o estádio. Rui Costa ajeita os calções, puxa a meia do seu pé direito, cospe para o chão e avança para a bola. O estádio exultou, o resto é história. Portugal era campeão do mundo de juniores.
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sábado, junho 25, 2005
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sexta-feira, junho 24, 2005
Cântico Negro (José Régio)
"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura!
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!
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quinta-feira, junho 23, 2005
A sugestão da sugestão e o "Tarzan da Caparica"
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quarta-feira, junho 22, 2005
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Quadras do Aleixo 5
mas, entre gente ilustrada,
talvez me digam que eu presto
porque não presto pr'a nada.
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Poemas da adolescência 6
que acompanha o rio caminhando para o mar.
Sou teu se sorrio, sou teu se te amar;
sou teu se, sedento, beber-te o olhar.
Chora-me um rio doce, plácido e barrento,
que irei soçobrado para o mar.
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terça-feira, junho 21, 2005
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"Duas coisas indicam fraqueza: calar quando é preciso falar e falar quando é preciso calar." (Provérbio)
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segunda-feira, junho 20, 2005
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Quadras do Aleixo 4
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Poemas da adolescência 5
Engulo a tua raiva e vomito-a transformada;
Trinco-te de prisão e, se quiser, mastigo-te de dor;
Tempero-vos todos de pólvora para,
calmamente, acender um cigarro.
("You Gotta Take the Power Back" - RATM)
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domingo, junho 19, 2005
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18.06.2005, 16h26 - O meu clipping da manifestação da extrema-direita em Lisboa
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sábado, junho 18, 2005
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Hoje - Manifestação de extrema-direita no Martim Moniz
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sexta-feira, junho 17, 2005
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Entre o Ser e o Não Ser
n.b. - "Entre o ser e o não ser" foi publicado no segundo número do jornal "Impress" do mês de Junho de 2003. O projecto de boa memória "Impress" foi fundado por meia-dúzia de alunos do curso de Ciências da Comunicação da Universidade Autónoma de Lisboa, dos quais eu era um. A um dia do fecho da publicação houve uma inesperada desistência e foi necessário preencher, impromptu, um espaço em branco, mesmo a meio da página quatro. Numa de muitas conversas edificantes, construtivas e fraternas que tive com o então director do jornal e presidente do núcleo de Ciências da Comunicação, Pedro Coutinho, decidimos que seria eu a preencher o dito espaço reservado a opinião. Assim foi. Aproveito para, além de publicar um texto sem tempo guardado na gaveta, endereçar um abraço ao Pedro, com quem, após ambos termos terminado o curso, apenas tenho privado por telefone ou messenger. Aquele abraço, companheiro!
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quinta-feira, junho 16, 2005
Quadras do Aleixo 3
O que pensas lá contigo,
Tens um sorriso amarelo
Que eu entendo mas não digo.
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Poemas da adolescência 4
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quarta-feira, junho 15, 2005
Um post de Silêncio
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Tríplice Memorial
"Morreu um poeta, morreu um general reformado, morreu um comunista retirado. Isto dirão alguns. Perdemos um poeta dos maiores, perdemos um patriota dos mais puros, perdemos um político dos mais lúcidos e fiéis a si mesmos. Isto digo eu, tal como dirão muitos outros."
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terça-feira, junho 14, 2005
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"Até Amanhã, Camaradas"
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domingo, junho 12, 2005
Porto Côvo
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Quadras do Aleixo 2
Sem ter vulto, sem ter voz,
Vive qualquer coisa em nós
Que manda fazer assim.
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Poemas da adolescência 3
que as palavras têm de ser acarinhadas
para tas segredar ao ouvido.
Assim, elas hão-de fazer sentido.
Sem te querer sufocar,
apenas reajo escrevendo
- sensações que me fazes perpassar.
Estou como um animal que obedece a este instinto
e não consigo parar de te escrever.
Só te peço que não me leias no momento de me ver
que me desfaço em pedaços se fores maior do que eu.
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sábado, junho 11, 2005
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"Gang" na língua portuguesa - palavra a reter?
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sexta-feira, junho 10, 2005
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Quadras do Aleixo 1
O que a gente é não se vê
Pergunta a outrém quem sou
Porque o que sou nem eu sei
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Poemas da adolescência 2
Hoje não me lembro... nem me apetece.
Ontem, o outro dia da semana.
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quinta-feira, junho 09, 2005
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Para quando a privatização do ar?
A empresa em causa não parece considerar o organismo urbano como produto da acção e vontade dos homens, actuando em face das possibilidades geográficas do meio. Com o compadrio da Câmara - logo, do poder político instituído -, um agente (?!) da EMEL, depois de imobilizar o precioso meio de transporte de um honesto e cumpridor cidadão, pode mandar rebocá-lo caso o “infractor” não proceda às diligências necessárias para a solicitação do desbloqueio e respectivas liquidações. Note-se que o número de telefone para o qual deve ligar, é taxado.
Por tê-lo já experienciado, tendo já esperado cinco horas por esses pachorrentos, baldados e inúteis, posso assegurar que as equipas de desbloqueio são insuficientes para uma acção atempada e eficaz que colmate as razias indiscriminadas que os fiscais perpetram.
Na análise da orgânica de Lisboa, a EMEL não contemplou um modo particular de encarar o espaço urbano, os seus habitantes e a dinâmica da sua organização.
Se até há bem pouco tempo a EMEL não nos fazia falta - sequer existia -, porquê habituarmo-nos passivamente? Em minha opinião, a EMEL pratica uma forma de violência psicológica coerciva, atentando à propriedade privada e às liberdades fundamentais, em nome de outros interesses que não a harmonização das nossas cidades. Quem está comigo?
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quarta-feira, junho 08, 2005
Numa aula de Literatura Portuguesa com Maria Cavaco Silva
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Poemas da adolescência 1
Para tu poderes partilhar o meu Inverno
De árvores destroçadas, despidas, e, sem demora,
Fazeres chegar a Primavera.
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segunda-feira, junho 06, 2005
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domingo, junho 05, 2005
Maria Ria
Nem a difteria abrandava cada remada,
Nem a manhã fresca e cinzenta de Abril,
Para que pudesse chegar-se à sua amada,
Mesmo temendo o contágio!
E tremendo e tossindo lá ia,
Não receando cruel adágio,
Que sem ela mais sofria
E se daria ao naufrágio
Da saudade e da mágoa.
Bastaria que os olhos se vissem
Na equidistância de água,
Trocando palavras que dizem
Sem dizer febres e fráguas
Que ardendo ardem sem se ver.
Acostando, a corrente se acalma,
E lá ia o Joaquim a arder
Nas combustões do corpo e da alma;
Na sofreguidão de a ver,
Maria, única e última mulher!
Maria, mulher sã, por seu turno
Mulher de muitos afazeres,
Não esperava a visita naquela manhã
De Abril fresco a humedecer
E cria Joaquim convalescente,
Que vinha da ourela até à vila.
Pela vereda descendente,
O empedrado que se afila
Rumo ao fito do padecente,
Onde repousaria no seu desígnio,
Joaquim, homem de amor infinito,
Que estando fora do seu domínio,
Se alimentava a jejum insatisfeito.
Então, farejava o perfume rarefeito de Maria.
Aquele fascínio... e seguia...
Já na vila, Joaquim, eriçado, viu Maria.
Evaporou-se bruscamente o delírio.
Apenas no corpo a torpe difteria;
No peito a fragilidade do mundo não lírico,
Ou no pensamento essa agonia.
Maria, a cura e um sono profundo,
Em cujos braços se devolveria.
A duzentos metros, lugar de delícias no mundo.
Lá estava ela, e bem disposta, Maria ria.
Levantou-se subitamente o vento
E Maria tornou fortuitamente a cara para Joaquim.
Viu-o, e no semblante, estampado tormento,
Volubilidade de tudo o que é para si,
Na mais egoísta essência de sofrimento.
Joaquim, escorrido, esperava dela os restantes passos.
Na derradeira súplica e silêncio desabado,
Maria despediu-se comprometida da mulher com quem falava
E meteu as mãos nos bolsos.
Virou-se, empedernida, para o outro lado,
Como que sem espírito; só carne e ossos.
Fragilidade! Teu nome é mulher!
Como quem vira a névoa da morfeia,
Maria correu para casa dos pais por saber
Que Joaquim não cometeria a asneira
De se apresentar naquele parecer.
E apenas quando em casa perdeu a compostura.
Maria chorou só o inconfessável egotismo salgado
E Joaquim perdera o sentido à fervura.
Suspenso, deu por si de novo no barco,
Embalado pelo rio, de água doce e pura,
Agitando-se mais o vento, adivinhada fúria.
Ninguém se aventurara ao rio no fim de tarde
Então chuvoso e esbatido. Oh!, néscia incúria
De Joaquim que de novo delirante parte,
Julgando ainda no amor ver a sua cura.
E foi então que, na maior amargura, se vergou à sorte,
Lume fátuo em vela que pouco promete, pouco perdura.
Sucumbiu ainda no bote, que deu à margem à noite
E só na tarde seguinte se notou a sua morte.
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sábado, junho 04, 2005
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Dia Final
E os teus pés de areia
São o princípio e o final
De uma força que receia.
E foi ter-te tão perto
Que me fez deslumbrar
Quando o teu braço de ferro
Se deu a descambar.
- Temos o dia final
mas antes podemos ter o proveito –
Foi então que eu peguei
E te resolvi escrever
Mas tu nunca vais compreender. (2x)
Peço-te por favor,
Já que tu não me ouves,
Esta não é uma história de amor
Porque tu nunca me viste como eu te vi...
Sei que me não entendes.
Sei que quanto melhor te revelar
O meu mundo profundo,
O fundo do meu mar;
Os limos do meu poço,
O antro que é só meu,
(sendo, apesar de tudo, nosso)
Menos me entenderás...
- Temos o dia final
mas antes podemos ter o proveito –
- Temos o dia final
mas antes Temos de ter o proveito –
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sexta-feira, junho 03, 2005
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Vou dormir - digo eu.
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"Tempo livre não significa repouso"
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quinta-feira, junho 02, 2005
Diário de Bordo 1
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quarta-feira, junho 01, 2005
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Polónia
Na rádio, o anúncio do perigo iminente.
As sirenes soavam a demónios em devir.
A ameaça vinha do ar.
Os rapazes já não corriam, sobressaltados,
Ao seu encontro, na sala,
Junto àquela voz nervosa.
Disse-lhe o vizinho, o velho Wajda,
Que tinham sido levados para interrogatório.
Queriam informações.
Mas que podiam eles saber?
Wajda disse também que se seguia ele,
Assim que soubessem quem era o pai,
E depressa fechou a porta, entreaberta,
E se sumiu, gritando-lhe, de dentro, "Foge!"
Aquelas palavras não paravam de soar ao seu ouvido.
Temeroso, permanecia sentado,
Paralisado, sentenciado,
Ouvindo as solas pesadas
No tabuado carunchoso que rangia.
Aquele sapateado fúnebre
E lúgubre das gentes do prédio...
E as botas calçadas, nem patear
Nem fugir dali para fora,
Que trairia os seus rapazes.
Dez e onze anos.
A sua vida era a deles.
Seria bom que o viessem buscar depressa.
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